Os Dez Mandamentos ou as Dez Pragas? (ou leituras históricas da Bíblia)
Os Dez Mandamentos ou as Dez Pragas? (ou leituras históricas da Bíblia)
- Novelas a parte, resta de uma leitura histórica da Bíblia algumas considerações estranhas, ainda mais, realistas:
- Davi não é um nome, mas um título, como capitão. Outros personagens, como Jacó, José etc, se referem a regiões, não a pessoas.
- Não há prova histórica de Moisés. Dos egípcios, há quem diga que tiveram uma democracia. Certo é que tinham mulheres filósofas, bons matemáticos, não eram os vilões que a novela brasileira retrata. O povo brasileiro vive em ilusões.
- Os livros de Reis e de Crônicas contam grandes segredos históricos na Bíblia. Um deles é o Touro Javé, que depois foi trocado para dois touros alados, os tais querubins da arca da aliança.
- Os hebreus cultuavam outros deuses juntos com Javé. Havia inclusive um ídolo, ou Javé, os seus cornos, etc. Na época não existia a ideia de monoteísmo.
- O Deus de Gideão era Baal.
- Salomão não escreveu o livro de Provérbios, mas eram provérbios populares, conhecidos na época. Atribuiu-se a autoria, como muitos dos livros bíblicos gostam de atribuir a uma pessoa importante.
- Jerubaal esconde o Deus a que cultuava em seu nome.
- O povo vê em fenômenos naturais o sobrenatural, o inexplicável e o castigo divino. Assim parece a lenda das dez pragas, a que usaram animais para castigar um povo que gostava dos animais, e por fim vem o sacrifício até humano, o castigo final do Deus de “amor”. Tais magias negras, mesmo assim existiam, e poderiam ter sido feitas por Moisés e Aarão.
- Somente para os escravos hebreus que o Egito era uma maldição. Para os filósofos gregos, era um local de cultura e universidade, onde se formavam, aprendiam matemática, a calcular trigonometria, altura de pirâmides e iniciações em mistérios. Já para o populacho, o Egito era o mal personificado em um faraó iracundo, faraó difícil de existir, mas que nas lendas bíblicas ficou. O judeu na verdade via o ego no Egito, o mal em uma nação, e não devia se referir ao local histórico.
- Herodes foi um bom governante. Ergueu um templo suntuoso, bem melhor que o modesto de Salomão, mas ficou o rei com má fama. Herodes conseguiu uma sociedade de paz de 34 anos, focada no trabalho, e não em fanatismos e confusões. Ele soube helenizar Jerusalém.
- Até Paulo nada existia sobre a vida de Jesus, e esse apóstolo tardio não focava na vida do mestre, ou no que temos nos Evangelhos. As cartas são bem diferentes dos Evangelhos. Também Paulo não fala nas epístolas, da pregação do reino.
- João era de início tão grande quanto Jesus. Até batizou o nazareno. Mas depois colocaram João para segundo plano, e o cristianismo deixou de lado. Jesus e João foram nos textos, escamoteados. O ensinamento de um acabou chegando até a pessoa do outros, através dos textos e dos crentes. Tudo se misturou. Jesus não teria sido batizado por João. Também não há aquela ocorrência de uma pomba descendo etc.
- o quarto Evangelho nada tem a ver com os outros três. De João a coisa devia ter se desenvolvido bem diferente. Colocaram que ele diz não ser o Cristo, ou que preparava esse, ou que era o Elias etc. Mas do evangelho joanino é que é o verdadeiro Cristo, apesar disso.
- Josias tinha uma fornalha de sacrifício humano, no caso de crianças. E não era para Baal, mas para javé mesmo. Na bíblia existem diversas passagens de sacrifício desse tom, mas algumas escondidas. Tristemente há quem leia esse livro sagrado sem notar tais barbaridades. Somente com os persas e os gregos chegando, que se acabou com esses sacrifícios de primogênitos, no caso de Josias. Outra situação que escondeu um fato desse foi de Isaque e Jacó, que se inventou o tal anjo e arrependimento, que não deveriam existir no original.
- Assim dos Dez Mandamentos, restam as Dez Pragas, não de animais e de um povo egípcio, mas daquele livro que esconde barbaridades e que numa leitura histórica, é bem diferente da leitura do crente, alienado pela sua fé e manipulação do texto bíblico.