JESUS É DEUS
A doutrina da natureza de Cristo é de suma importância para o cristianismo bíblico, pois a Sua divindade e humanidade são claramente enfatizadas no ensino das Escrituras. Ele existe junto a Deus Pai na eternidade como a segunda pessoa da Trindade, mas tomou a natureza humana na encarnação. Mas, essa verdade tem sido negada na história da Igreja e, a discussão sobre a divindade do Filho de Deus é antiga e certamente a mais atacada, a mais distorcida e, a menos compreendida não somente pelos críticos, mas até mesmo por alguns que dizem ser “cristãos”. Estes não conhecem as Escrituras em sua verdadeira essência, não acreditam que as Escrituras Sagradas são divinamente e plenamente inspiradas, que não existem erros nelas, que elas são a suprema autoridade de Deus, e, a principal fonte de verdade divina para humanidade. Contudo, para o verdadeiro cristão, a Palavra de Deus é autoritativa e suficiente em si mesma, ou seja, ela não precisa de auxílio humano para serem supostamente melhoradas, ou acrescentar e retirar partes dela como se algum texto estivesse errado. Definitivamente não. As Escrituras não precisam ser revisadas, corrigidas, reformuladas pelos críticos de plantão, pois elas são inerrantes, infalíveis e apontam com muita clareza para a divindade do Filho de Deus. O Senhor Jesus Cristo é Deus. Ele é a segunda pessoa da Deidade Triuna. É Deus, sempre foi Deus, e sempre será Deus. São as Escrituras que declaram essa verdade de forma explicita. Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. Suas duas naturezas estão unidas em uma Pessoa.
As Duas Naturezas de Cristo
Cristo possui duas naturezas, Ele é tanto divino quanto humano. Ele é eterno com Deus o Pai, na segunda pessoa da Trindade, e quando encarnou Ele entrou no tempo e no espaço – assumindo a natureza humana. O resultado disso é que Cristo é totalmente Deus e totalmente homem, e permanecerá nessa condição eternamente. Às duas naturezas de Cristo, o Deus homem subsistindo em uma pessoa, dá-se o nome de “união hipostática” do grego ὑπόστασις hypóstasis, composto por duas palavras ὑπό hypó, “por”, “sob” e ιστημι istemi, “causar” ou fazer ficar de pé, “estabelecer”, “firmar”. É um termo técnico na Teologia Cristã empregado principalmente na Cristologia com referência à encarnação para descrever a união das naturezas divina e humana de Cristo que permanecem distintas, e ao mesmo tempo completamente em uma pessoa. Não existe nada contraditório nisso. A doutrina da Trindade diz que “Deus é um em essência e três em pessoa”. Cada uma das três pessoas tem participação na Divindade única, porém, não há três deuses, mas um único Deus. A essência dessa formulação histórica doutrinária diz respeito aos atributos divinos, ou à própria definição de Deus, de forma que todas as três pessoas da Divindade preenchem completamente a definição da deidade. Contudo, isso não significa que cada membro da Trindade faz supor um Deus independente, pois a própria definição de deidade inclui o atributo ontológico da Trindade. O Pai, o Filho e o Espírito são “pessoas” distintas porque representam três centros de consciência dentro da Divindade. Logo, embora todos os três participem completamente da essência divina de modo a fazê-los um só Deus, esses três centros de consciência resultam em três pessoas dentro dessa Divindade única. A divindade e, a humanidade de Cristo são apresentadas juntamente de forma muito clara nas Escrituras!
“Afinal, um menino nos nasceu, um filho nos foi concedido, e o governo está sobre os seus ombros. Ele será chamado Conselheiro-Maravilhoso, Deus Todo Poderoso, Pai-Eterno; Sar-Shalom, Príncipe-da-paz”. (Is 9.6).
“Hoje, na cidade de Davi, vos nasceu o Salvador, que é o Messias, o Senhor”! (Lc 2.11).
“E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. Vimos a sua glória, glória como a do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade”. (Jo 1.14).
“Com respeito a seu Filho, que, humanamente, nasceu da descendência de Davi, e com poder foi declarado Filho de Deus segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dentre os mortos: Jesus Cristo, nosso Senhor”. (Rm 1.3,4).
“Nenhum dos governantes desta era compreendeu essa sabedoria, pois se a tivessem entendido, não teriam crucificado o Senhor da glória”! (1Co 2.8).
“Todavia, quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido também debaixo da autoridade da Lei, para resgatar os que estavam subjugados pela Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. (Gl 4.4,5).
“Sem dúvida, grande é esse mistério da fé: Deus foi manifestado em carne, foi justificado no Espírito, contemplado pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo e recebido acima na glória”. (1Tm 3.16).
Os Resultados das Duas Naturezas de Cristo
Conforme o ensino das Escrituras, aprendemos que Cristo é ao mesmo tempo Deus e homem. Mas, quais são os resultados das duas naturezas de Cristo, com respeito a humanidade caída? A resposta é simples! Relacionamento, reconciliação. Se Cristo não fosse ao mesmo tempo Deus e homem, Ele não poderia ser mediador entre Deus Pai e, o homem. Se Cristo não fosse o Deus homem, Ele não poderia ser a expiação pelos pecados dos homens e, o nosso Sumo Sacerdote. Todavia, porque Cristo é ao mesmo tempo Deus e homem, Ele pode realizar essas coisas. Simples assim! Vejamos alguns exemplos, dos resultados das duas naturezas de Cristo que podem levar os perdidos a se relacionarem com Deus.
“Porquanto foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude, e por intermédio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue vertido na cruz”. (Cl 1.19,20).
“Porque há um só Deus e um só Mediador entre Deus e o ser humano, Cristo Jesus, homem”. (1Tm 2.5).
“Por esse motivo, era vital que Ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, a fim de que pudesse constituir-se sumo sacerdote misericordioso e leal em relação a Deus, e pudesse realizar propiciação pelos pecados do povo”. (Hb 2.17).
A importância das duas naturezas de Cristo para a sua obra expiatória é evidente nas páginas da Bíblia. Anselmo de Cantuária (1033 – 1109 d.C.), em sua obra intitulada Porque Deus Se Tornou Homem, explica: “É necessário que a mesma e a própria Pessoa que há de realizar essa satisfação pelos pecados da humanidade seja perfeito Deus e perfeito homem, uma vez que Ele não pode fazê-lo a menos que seja de fato Deus, e a Ele não convém fazê-lo a menos que seja de fato homem”.
Os Atributos da Divindade
Entendemos pelo ensino das Escrituras, que os atributos de Deus são as qualidades, ou características daquilo que lhe é próprio. São por meio desses atributos revelados em Sua Palavra que nós podemos conhecê-lo. O Reverendo Ronald Hanko, define os atributos de Deus, como a Sua unidade, espiritualidade, soberania, graça, bondade e todas as outras palavras que são usadas na Escritura para nos dizer quem Ele é. Existem duas categorias dos atributos divinos – “incomunicáveis” e “comunicáveis”.
Os atributos comunicáveis, são aqueles que desde a criação Deus conferiu a humanidade, ou seja, Deus transfere estes atributos aos seres humanos: amor, misericórdia, sabedoria, santidade entre outros. Os atributos incomunicáveis são aqueles considerados como algo inerente à natureza de Deus, ou seja, aquilo que lhe é peculiar – onipotência, onisciência, onipresença, imutabilidade, unidade, eternidade dentre outros. Estes atributos incomunicáveis são igualmente próprios, exclusivos do Pai, do Filho e, do Espírito Santo. O Senhor Jesus Cristo possui todos os atributos da divindade, pois a Bíblia diz que Ele é: onipresente, onipotente e onisciente.
Onipresente. Porquanto, onde se reunirem dois ou três em meu Nome, “ali Eu estarei” no meio deles. (Mt 18.20).
Onipotente. Eu Sou o Alfa e o Ômega, declara o Senhor Deus, Aquele que é, que era e que há de vir, o “Todo-Poderoso”. (Ap 1.8; 11.17).
Onisciente. Disse-lhe Natanael: “De onde me conheces”? Respondeu-lhe Jesus: “Antes de Filipe te chamar, quando tu estavas debaixo da figueira, eu te vi.” (Jo 1.48). “Senhor, Tu conheces todas as coisas” e sabes que eu Te amo! (Jo 21.17).
Imutável. Eles perecerão, mas tu permanecerás; envelhecerão como vestimentas, e como um manto tu os enrolarás, e como roupas serão trocados; mas, “Tu és imutável”, e “os teus dias não terão fim”. (Hb 1.11,12).
Criador e Sustentador de todas as coisas. Porquanto “nele foram criadas todas as coisas” nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou dominações, sejam governos ou poderes, tudo foi criado por Ele e para Ele. “Ele existe antes de tudo o que há, e nele todas as coisas subsistem”. (Cl 1.16,17).
Perdoador de pecados. Todavia, para que vos certifiqueis de que “o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados” – dirigindo-se ao paralítico declarou – Eu te ordeno: Levanta-te! Pega a tua maca e vai para casa”. (Lc 5.24; Mt 9.6; Mc 2.10). Somente Deus pode perdoar os pecados dos homens. Só Jesus pode revelar, ou ocultar a salvação dos homens (Mt 11.26,27). isso significa que Ele é Deus, pois, somente Deus pode salvar, ou condenar.
Justiça. A justiça está ligada à Lei, à moralidade e à retidão. Deus é reto em relação a si mesmo e, em relação à criação. A Bíblia muito exalta a justiça de Deus (Sl 11.7; 19.9 Dn 9.7). Jesus é “a própria justiça” de Deus que um dia julgará o mundo. (At 17.31).
Unidade. A unidade é um dos atributos mais marcantes da divindade, pois “existe um só Deus” e, “Ele é indivisível”. Antigo e Novo Testamento apontam para essa realidade afirmando a unidade de Deus em uma clara revelação da Trindade (Dt 6.4; Ef 4.6; 1Co 8.6; 1Tm 2.5).
Jesus Cristo também é honrado da mesma forma que o Pai. Quem “não honra o Filho, não honra o Pai” que o enviou. (Jo 5.23). Perceba que ambos são igualmente honrados! Isso significa que Cristo é Deus. As Escrituras afirmam que a honra, a glória, o louvor e, do domínio pertencem apenas a Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! (Gl 1.5; 1Pe 5.11; Ap 5.13).
Jesus é Senhor como o Pai e adorado pelos homens, assim como o Pai. E, eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o de joelhos e clamou: “Senhor”, se é da tua vontade podes purificar-me. (Mt 8.2). Um dos chefes da sinagoga o adorou (Mt 9.18); os seus discípulos o adoraram (Mt 14.33); a mulher cananéia o adorou (Mt 15.25); o cego de nascença o adorou (Jo 9.38); após Sua ressurreição os discípulos o adoraram novamente (Mt 28.9,17; Lc 24.52); até os demônios o adoraram (Mc 5.6); os anjos também o adoraram (Hb 1.6); todas as criaturas existentes no céu, na terra, debaixo da terra e no mar também o adoraram (Ap 5.13). Somente Deus deve ser adorado e Jesus é adorado assim, como o Pai. Compare (1Co 8.5,6), com (Êx 20.2-7)! Jesus é Eterno, Ele é o bendito e “único soberano”, o “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. (1Tm 6.15). E, como tal, Ele é Deus (Jo 3.13; 6.46; 8.42; 16.28).
A Divindade de Jesus na Antiga Aliança
No Antigo Testamento, há vários textos que testificam que o Messias prometido que veio ao mundo é o próprio Deus. Um exemplo claro disso é a profecia de Isaías 53, que fala do Messias, como Servo Sofredor que experimentou todo o sofrimento ao ser ferido por causa das nossas próprias culpas e transgressões, e esmagado por conta das nossas iniquidades. Outra passagem marcante sobre a divindade de Jesus, é o Salmos 2, que fala do triunfo do Reino do Messias e nos versos 6 a 12, acontece um “diálogo Divino” entre o Pai e Seu Filho!
Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte. Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, “hoje te gerei”. Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão. Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com tremor. “Beijai” o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam. (Sl 2.6-12). Existem pelo menos três pontos aqui nessa passagem merecem destaque!
Em primeiro lugar, tu és meu Filho, “hoje te gerei”. Essa geração do Filho pelo Pai, é “eterna”, pois o contexto mostra um diálogo entre o Pai e, o Filho na eternidade. Isso significa que Jesus não foi gerado pelo Pai, como as demais coisas que foram criadas. Santo Agostinho, explica que embora isso pareça uma profecia referindo-se ao dia do nascimento de Jesus, enquanto homem, no entanto, têm sentido divino as palavras, pois vemos claramente aqui no Salmos 2, um diálogo Divino entre o Pai e, o Filho. “Hoje” te gerei significa o “presente”, pois [na eternidade não há passado], como se algo ainda não existisse, mas apenas no presente, porque “aquilo que é eterno existe sempre”.
Outro texto que também existe um claro diálogo entre o Pai e, o Filho na eternidade é Salmos 110 verso 1, onde Davi escreve: “Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés”. O texto original hebraico diz: “Disse Yahweh ao meu Adonai...” O termo Yahweh é o nome de Deus, literalmente “Eu Sou” (Jo 8.58).
Em segundo lugar, o Filho deve ser adorado, pois a expressão “beijai” (Sl 2.12) significa “ajoelhar-se perante” – render ao Filho adoração sincera – amor submisso. E, em terceiro lugar, de acordo com o texto, podemos notar que quando o Filho é adorado, sua cólera se inflama de tal maneira que os homens pereçam em seu caminho. As Escrituras mostram que o Pai deve ser adorado, e aqui o Filho também deve ser adorado. Da mesma forma, como o Pai se ira, o Filho também ascende Sua ira contra a desobediência deliberada de homens ímpios que negam a Sua divindade. Vemos, portanto, que somente Deus é capaz de inflamar Sua ira quando não devidamente adorado. Portanto, está evidente que Jesus é Deus.
Além de Isaías, outros profetas da Antiga Aliança também testificaram sobre a divindade de Jesus! Eu estava olhando nas minhas visões noturnas, e eis que vinha com as nuvens do céu um como “filho de homem”; e dirigiu-se ao ancião de dias, e foi apresentado diante dele. (Dn 7.13). Aqui, o título “Filho do Homem”, não diz respeito a humanidade, mas, sim a deidade do Senhor Jesus Cristo que na visão de Daniel, vinha nas nuvens do céu, ou seja, da glória de Deus – nos céus.
Miquéias, profetizou a respeito do local onde Jesus, nasceria, mas não somente isso! Em sua profecia podemos notar claramente a eternidade do Messias. No entanto tu, Bete-Lechem, Belém, Casa do Pão; Ephrathah, Efratá, Frutífera, embora pequena demais para figurar entre os milhares de Judá, sairá de ti para mim aquele que será o governante sobre todo Israel, “cujas origens são desde os dias da eternidade”! (Mq 5.2). Eternidade é um dos atributos incomunicáveis de Deus e conforme acabamos de ler nas Escrituras, o Messias também é eterno.
Em Isaías, (7.14), lemos: Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome “Emanuel”. No Novo Testamento a profecia se cumpriu, mostrando para nós que o significado de Emanuel é “Deus conosco”. (Mt 1.23).
E, o que dizer da profecia de Isaías, capítulo 9, verso 6, onde o Messias é chamado de Deus! Afinal, um menino nos nasceu, um filho nos foi concedido, e o governo está sobre os seus ombros. Ele será chamado “Conselheiro-Maravilhoso”, “Deus Todo Poderoso”, “Pai-Eterno”; Sar-Shalom, “Príncipe-da-paz”.
O Messias é o “SENHOR” dos exércitos. Vemos isso na profecia de Malaquias. Eis que Eu enviarei o meu mensageiro, que preparará o caminho diante da minha pessoa. E então, de repente, ‘Adôn, o Senhor, a quem buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais, virá para o seu Hêykâl,Templo. E ele certamente vem! Anuncia Yahweh dos Exércitos. (Ml 3.1). Temos aqui nessa profecia uma clara referência do Messias sendo identificado como o “Senhor” – o “Anjo” da Aliança, conforme a tradução, ou seja, o Messias é o próprio Deus. O mensageiro que viria antes para preparar o caminho ao qual se refere o profeta Malaquias, era João Batista que veio e foi chamado de profeta do “Altíssimo”. (Lc 1.76). O Altíssimo aqui mencionado pelo evangelista Lucas, é o Messias que veio, ou seja, Jesus – o Deus Altíssimo.
A Divindade de Jesus na Nova Aliança
As páginas do Novo Testamento declaram a divindade de Jesus Cristo, como único e verdadeiro Deus. O próprio Cristo, declarou-se divino. “Ninguém jamais subiu ao céu, a não ser Aquele que veio do céu: o Filho do homem que está no céu”. (Jo 3.13). “E agora, Pai, glorifica-me junto a Ti, com a glória que Eu tinha contigo antes que o mundo existisse”. (Jo 17.5). Os apóstolos em suas cartas direcionadas às igrejas também ensinaram sobre a divindade de Jesus de uma forma muito clara. “Enquanto aguardamos a bendita esperança: o glorioso retorno de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”. (Tt 2.13). Negar estas verdades é ignorar a mensagem da Bíblia e, negar o próprio Senhor Jesus Cristo!
“Sem dúvida, grande é esse mistério da fé: Deus foi manifestado em carne, foi justificado no Espírito, contemplado pelos anjos, pregado entre as nações, crido no mundo e recebido acima na glória”. (1Tm 3.16). Paulo afirma por meio da revelação de Deus que, quem se manifestou em carne, foi [o próprio Deus]. Aqui o verbo grego φανερόω phaneroó, “manifestar” é [tornar visível]. Isso significa que Cristo na eternidade estava oculto no céu, mas na sua encarnação Ele veio a terra tornando-se visível, como o Deus homem que habitou entre os homens.
Em (At 20.28), está registrado a obra redentora de Cristo – atribuída a Deus. Tende cuidado de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos estabeleceu como epíscopos para pastoreardes “a Igreja de Deus, que Ele comprou com o seu próprio sangue”. A pergunta que devemos fazer aqui nessa passagem é: Quem derramou sangue? O próprio Deus. Essa é única resposta, pois Deus assumiu a natureza humana na pessoa de Jesus Cristo para resgatar a Igreja com Seu próprio sangue.
Paulo escrevendo aos crentes que estavam em Colossos, disse que somente em Cristo, habita corporalmente “toda a plenitude da divindade”. (Cl 2.9). A palavra grega para divindade é θεότης theotés, derivado de θεός theós, “Deus”. Aqui nessa passagem temos a afirmação bíblica de que o próprio Deus se manifestou corporalmente σωματικῶς somatikós, em realidade material – visivelmente, plena e perfeitamente em Cristo. (Jo 1.14). Jesus Cristo é a plenitude de Deus, e essa plenitude habita corporalmente nele de modo contínuo e permanente.
Jesus não é uma representação de Deus, Ele é o próprio Deus. Certa ocasião Filipe pediu: Senhor mostra-nos o Pai, e isso é suficiente para nós. Então Jesus afirmou... “Aquele vê a mim, vê o Pai”; como podes dizer: mostra-nos o Pai? (Jo 14.8,9). Hebreus, 1.3 diz: O Filho é o “resplendor” da glória de Deus e a “expressão” exata do seu ser. A palavra grega para resplendor é ἀπαύγασμα apaugasma. Em toda a Bíblia essa palavra é usada apenas nessa passagem, para se referir ao resplendor eterno de Cristo refletindo supremamente a glória refulgente da Divindade. João Calvino, falando sobre o assunto, comenta que “o fulgor da substância de Deus é tão forte que fere os nossos olhos, até que ela nos seja projetada na pessoa de Cristo”. Isso significa que Jesus Cristo é exata expressão visível da glória de Deus. Por isso, o Senhor disse a Filipe: Quem vê a mim, vê o Pai, pois ambos têm a mesma essência, os mesmos atributos e realizam as mesmas obras.
A respeito do Filho, o autor da carta aos Hebreus, capítulo 1, versos 8 e 9, escreveu: O teu trono, ó Deus, subsiste por toda a eternidade; e o cetro do teu Reino é bastão da justiça. Amas o direito e odeias a iniquidade; por esse motivo, “Deus, o teu Deus”, te escolheu e ungiu com óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros. O autor dessa carta, que na minha opinião é o apóstolo Paulo, está aqui mencionando o Salmos 45, versos 6 e 7: O teu trono, ó Deus, é para sempre e sempre; o cetro do teu Reino é um cetro justo. Tu amas a justiça e odeias a perversidade; portanto “Deus, teu Deus”, te ungiu com óleo da alegria sobre teus companheiros. Com quem Deus está falando aqui nestas passagens? Deus está falando com Deus. Isso, está claro como a água! O Messias é o próprio Deus Eterno – maior que os anjos e maior que Moisés.
Paulo, explica que “Cristo é Deus bendito eternamente” e que Ele está acima de tudo e de todos. (Rm 9.5). Tomé confessou a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus”! (Jo 20.28). João, escreveu: E sabemos que o Filho de Deus veio, e nos deu entendimento, que podemos conhecer aquele que é Verdadeiro; e nós estamos naquele que é Verdadeiro, ou seja em seu Filho Jesus Cristo. “Este é o Verdadeiro Deus, e a vida eterna”. (1Jo 5.20). “Eu Sou o Alfa e o Ômega, declara o Senhor Deus, Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso”. (Ap 1.8).
Jesus, o Logos Divino e Eterno
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus”. (Jo 1.1 – Versão KJA). A “Palavra” aqui nessa passagem, ou o “Verbo” conforme a tradução é o Logos Divino e eterno [na pessoa do Filho]. Dessa forma, o ponto central da declaração do apóstolo João e do contexto que envolve essa passagem é, a “divindade” e “encarnação” de Jesus – o Deus homem.
A pré-existência e, consequentemente a divindade de Jesus são temas presente na declaração de João quando ele diz: “No princípio”, uma referência clara, a (Gn 1.1). Na criação o Logos já existia, Ele é eterno e a fonte [origem] de toda a criação. A expressão grega ἐν ἀρχῇ en arché “no princípio” tem duplo sentido – começo e “origem”. Isso significa que Jesus Cristo, é o Criador do universo (Jo 1.3; Cl 1.16), e o Governador do universo (Ef 1.20-22). Jesus, o [Logos] é Deus, Ele é a segunda pessoa da Trindade e sempre esteve unido ao Pai. “O Logos estava com Deus no princípio”. (Jo 1.2). Isso significa que antes da criação o Logos já existia. E agora, Pai, glorifica-me junto a Ti, com a glória que Eu tinha contigo antes que o mundo existisse. (Jo 17.5).
A Bíblia diz que “no princípio”, o Logos (Jesus) estava “com” Deus. Jesus Cristo é Deus, e não meramente “um ser divino”, pelo contrário, é o próprio Deus, porém, não é a mesma pessoa. Contudo, Ele não é menos que Deus em termos de seus atributos, pois o verso continua a dizer que, a Palavra “era” Deus. O Logos não é uma emanação de Deus, distinta da divindade, mas a própria divindade. A Palavra e Deus “não são idênticos, mas são um”.
No texto original grego, o termo λόγος “logos”, é um substantivo nominativo masculino singular que aparece 331 vezes no Novo Testamento, e significa entre outras coisas “declaração” (Mt 5.37); “expressão vocal” (Mt 12.32; 15.12; Lc 20.20); “discurso” (Mt 15.12); “palavra falada” (At 15.27; 2Co 10.10) em contraste com a “palavra escrita” (At 1.1). Mas, aqui em (Jo 1.1), a “Palavra”, é o próprio Senhor Jesus, como uma referência ao conteúdo da revelação de Deus, ou seja, o Logos é a “Palavra em ação” – o “Verbo” encarnado, o Deus que se fez homem e habitou entre nós (Jo 1.14). Na visão de João Calvino, a “Palavra”, ou seja, o Logos é a eterna Sabedoria e Vontade de Deus – a vívida imagem do Seu propósito.
Perceba que o texto diz que o Logos estava “com” Deus, e o Logos “era” Deus. No texto original grego esse versículo está assim: ὁ Λόγος ἦν πρὸς τὸν Θεόν, καὶ Θεὸς ἦν ὁ Λόγος. hó logos en prós ton theón, kai theós en hó logos. Traduzindo para o português, essa passagem fica da seguinte forma: O Verbo estava “junto” a Deus, e Deus “era” o Verbo.
A parte do versículo que diz: ὁ Λόγος ἦν πρὸς τὸν Θεόν, hó logos en prós ton theón, significa que o Logos estava “face a face” com Deus antes da criação do universo. Vemos aqui o atributo divino da unidade, pois existe um só Deus indivisível onde as pessoas da Trindade não são essências separadas. A parte final do versículo que diz: καὶ Θεὸς ἦν ὁ Λόγος. kai theós en hó logos – mostra claramente que o Logos é Divino.
Jesus Cristo é o “Agente” e, o “Sustentador” da criação
Todas as coisas foram feitas através dele, e, sem Ele, nada do que existe teria sido feito. (Jo 1.3). Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito através dele... (Jo 1.10). A cristologia apresentada pelo apóstolo João está em perfeita harmonia com a cristologia de Paulo, em (Cl 1.16,17): “Porquanto nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou dominações, sejam governos ou poderes, tudo foi criado por Ele e para Ele. Ele existe antes de tudo o que há, e nele todas as coisas subsistem”.
Jesus Cristo é a “Luz” dos homens, o “Portador” e “Doador” da vida
A Bíblia mostra Jesus como doador da vida em dois sentidos: Vida física e vida espiritual, ou seja, salvação – vida eterna! “E disse Deus”: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... (Gn 1.26). E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente. (Gn 2.7). Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a venceram. A Palavra é a luz verdadeira que, vinda ao mundo, ilumina toda a humanidade. (Jo 1.4,5,9). Jesus é a Luz aqui nessa passagem. Luz que ilumina todo homem, Luz que dá vida (salvação eterna). A todos que o receberam, aos que depositaram confiança “na pessoa” e no poder dele, Ele lhes deu o direito de se tornarem filhos de Deus. E da sua plenitude todos nós temos recebido, graça sobre graça. (Jo 1.12,16 – versão Bíblia Judaica Completa).
Assim, por amor aos perdidos, o Logos deixou a Sua glória, desceu na terra, veio para o Seu povo, e por eles foi rejeitado; mas esse mesmo Jesus Divino e Eterno, oferece de graça aqueles que o recebem o direito de se tornarem membros da família de Deus, “os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. (Jo 1.11-13).
Jesus, Totalmente Deus, Totalmente Homem
No (v.14), ressurge o termo “Logos”, só usado anteriormente no (v.1). Diz as Escrituras que o Logos “se fez carne”, e habitou entre nós, e assim contemplamos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade. A Bíblia diz que o Logos se fez carne. Mas, como explicar tão grande mistério? Don Fortner, pregador batista que viveu nos anos de 1950 a 2020, dizia que nenhuma mente pode jamais compreender, nem língua terrena descrever, o grande mistério da piedade: “Deus se manifestou em carne”. Apesar de admitir tamanha dificuldade, Fortner, acertadamente disse: Aquele bebê nascido em Belém é o próprio Deus eterno. Embora, Ele fosse dependente do leite do seio de Sua mãe para viver, Ele é o Deus que formou os seios que O amamentavam. Embora, Maria O segurasse em seus braços, Ele é o Deus que sustenta todas as coisas pela palavra do Seu poder. Embora, Ele tenha aprendido a andar e falar, e tenha crescido como qualquer outra criança, Ele é o Deus onisciente e onipotente. Embora, Ele tenha vivido como um homem em obediência deliberada, voluntária e perfeita à lei, Ele é o Deus que deu a lei à Moisés. Embora, Ele tenha morrido sob a penalidade da lei como um homem em lugar de pecadores, aquele homem que morreu é Deus!
De fato, devo humildemente admitir que não é uma tarefa muito fácil explicar “satisfatoriamente” a todas as pessoas sobre o magnífico mistério da encarnação do Logos! Mas, ainda que, eu não seja capaz de entender totalmente, nem explicar completamente o maravilhoso e grande mistério da pessoa do Logos que se fez carne, eu posso e na verdade declaro com plena certeza e convicção que Jesus Cristo é totalmente Deus, e totalmente homem. Entendo pelas Escrituras que o Logos não tomou meramente um corpo para si, mas Ele, se fez carne, “tornou-se carne” ἐγένετο σάρξ egéneto sarx, ou seja, Ele (se fez homem) e experimentou toda a fraqueza da natureza humana, porém, não perdeu a sua natureza divina. Essa é a grande verdade que o texto de João 1.14, nos revela e, é assim os cristãos devem entender esse texto. Cristo se fez carne, Ele veio ao mundo para “tabernacular” entre a humanidade. A Bíblia diz que o Logos desceu dos céus, e tinha a forma de Deus. Sendo em forma de Deus, não teve por usurpação “ser igual a Deus”. Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. (Fp 2.6,7). Ser igual a Deus é ser o próprio Deus. Esse é o único sentido dessa passagem e, isso é muito claro quando observamos atentamente os atributos de Deus e a natureza desses atributos que são incomunicáveis aos homens. Dessa forma somente Deus pode ser igual a si mesmo. E, mesmo sendo Deus, Cristo tomou a forma de homem, fazendo-se semelhante aos homens para salvar os homens de seus pecados.
“Este é o pão que desce do céu, para que todo o que dele comer não morra. Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que deverei dar pela vida do mundo é a minha carne. Houve, então, grande discussão entre os judeus e esbravejavam uns com os outros: Como pode este homem dar-nos a comer a sua própria carne? Então Jesus os anuncia: Em verdade, em verdade vos afirmo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida dentro de vós. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem vida eterna, e Eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e meu sangue é verdadeira bebida. Aquele que vem a minha carne e bebe meu sangue fica em mim, e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou e Eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. Este é o pão que desceu do céu. De modo algum comparável ao maná comido por vossos pais, que agora estão mortos. Aquele que comer deste Pão viverá para sempre”. (Jo 6.50-58).
O Deus que se fez homem e sofreu no lugar de homens, é Todo-poderoso para salvar aquele que nele confia. Assim, todo aquele que comer dessa carne, confessa que somente a vinda do Logos na carne pode redimi-lo, e que não existe nada no mundo capaz de conceder vida eterna. Por isso, quando o homem recebe o Logos [Jesus] encarnado, ele vive no mundo, como alguém que não é do mundo. (Jo 15.18-21; Fp 3.20,21).
Antes que Abraão existisse, “EU SOU”
No evangelho de João, capítulo 8, verso 58, o SENHOR Jesus se declara da seguinte forma: “Em verdade, em verdade vos asseguro: antes que Abraão existisse, Eu Sou”. Na LXX, versão grega do Antigo Testamento, mais conhecida como Septuaginta, Deus, se declara em (Êx 20.2), da mesma forma ao povo hebreu. “Eu Sou” Yahweh, o Senhor, teu Deus. “Então afirmou Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou” (Êx 3.14). Em ambos os textos, a LXX, usa a expressão ἐγὼ εἰμί egó eimi, para designar a auto apresentação de Yahweh, que se fez conhecer como “Eu Sou o Absoluto”, o Deus salvador prometido aos filhos de Israel. Disse Deus ainda mais a Moisés: “Assim dirás aos filhos de Israel: ‘Yahweh, o Deus de vossos antepassados, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó me enviou até vós”. Confira também (Gn 15.7; 17.1; 28.13; 35.11).
A mesma fórmula ἐγὼ εἰμί egó eimi, ocorre no Novo Testamento grego, para se referir a pessoa de Jesus como Deus. Veja por exemplo, no livro do profeta Isaias (44.6), onde Yahweh, se apresenta como: “Eu Sou o primeiro” e “Eu Sou o último”; além de mim não há Deus. Vemos um estilo bem semelhante a declaração do Senhor Jesus no livro do Apocalipse, capítulo 1, verso 8, onde Ele diz: “Eu Sou” o “Alfa e o Ômega”, declara o Senhor Deus, “Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso.” Observe que nessa passagem o sujeito da frase é o Senhor Jesus declarando ser Ele, o próprio Deus, o Todo-Poderoso que virá pela segunda vez para o juízo final. Nos versos 17 e 18, Jesus, diz: Eu Sou o primeiro e o último. Eu Sou aquele que vive. Aqui em Apocalipse, João faz a mesma declaração de Isaías 44.6.
No evangelho de João, o Senhor Jesus se declara “Eu Sou”, ἐγὼ εἰμί egó eimi, pelo menos 23 vezes, e no mínimo 7 vezes, Ele evidencia essa expressão como um atributo divino.
“Eu Sou” o “Pão da Vida”; aquele que vem a mim jamais terá fome. Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente (Jo 6.35,51).
“Eu Sou” a “Luz do mundo”; aquele que me segue, não andará em trevas, mas terá a luz da vida. (Jo 8.12).
“Eu Sou” a “Porta das ovelhas”. Em verdade, em verdade vos asseguro: Eu Sou a porta das ovelhas. Qualquer pessoa que entrar por mim, será salva. (Jo 10.7,9).
“Eu Sou” o “Bom Pastor”; que dá a sua vida pelas ovelhas. Eu conheço as minhas ovelhas e sou conhecido por elas. (Jo 10.11,14).
“Eu Sou” a “Ressurreição e a Vida”. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente (Jo 11.25,26).
“Eu Sou” o “Caminho, a Verdade, e, a Vida”. Ninguém vem ao Pai senão por mim. Se vós, de fato, tivésseis me conhecido, teríeis conhecido também meu Pai; e desde agora vós o conheceis e o vistes. (Jo 14.6,7).
“Eu Sou” a “Videira Verdadeira”, e meu Pai é o agricultor... vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim, e Eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim não podeis realizar obra alguma. (Jo 15.1,5).
Jesus é o Pão da vida, sendo Ele próprio Aquele que dá a vida espiritual àqueles que estão mortos em seus delitos e pecados (Jo 6.35,41,48,51; Ef 2.1). Jesus é o único que pode dar vida eterna aos homens (Jo 6.47). Por isso, Ele afirma: aquele que vem a mim jamais terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.
Jesus é a Luz do mundo. Isso é uma clara evidência da Sua divindade. “Eu Sou” a Luz do mundo, aponta diretamente para a autoridade de Jesus, como sendo o único capaz de romper as trevas do pecado e dar à Luz da vida ao pecador (Jo 8.12). Anteriormente a essa declaração, o apóstolo João havia afirmado que “em Jesus está a vida, e, a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, mas as trevas não a venceram”. (Jo 1.4,5). Temos aqui uma clara referência ao Messias!
Jesus é a Porta das ovelhas. Ninguém pode entrar em seu aprisco senão for por Ele e através dele. Não existe outra porta para redenção, não há outro caminho para salvação, não existe outro Salvador (Jo 14.6). Só Jesus é a Porta de salvação para os perdidos. (Jo 10.9). Ninguém jamais poderá ter acesso ao céu junto ao Pai, e gozar das bençãos celestiais senão for por Jesus.
Mas, e, quando alguém pergunta sobre a ressurreição dos mortos? A única resposta bíblica é Jesus, simples assim! Não há ressurreição e vida eterna fora da pessoa dele. Jesus disse: “Eu Sou” a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, mesmo que morra, viverá. (Jo 11.25).
“Eu Sou” a Videira, vós os ramos (Jo 15.5). Esta sétima e última declaração de Jesus tem um significado muito importante para os cristãos! Wiersbe, explica que o simbolismo da Videira e dos ramos é semelhante àquele da Cabeça e do corpo. Isso significa que entre Jesus e nós existe uma união real, um relacionamento vivo e permanente, pois pertencemos a Ele.
Portanto, a expressão “Eu Sou” é usada na Bíblia para designar literalmente um Ser Divino, tanto no Antigo Testamento (Êx 3.14), como, no Novo Testamento (Jo 8.58). “Eu Sou” diz respeito a eternidade, soberania, auto existência, e, a autossuficiência de Deus. Ao dizer “Eu Sou”, Jesus está se declarando Divino e Eterno.
Eu e o Pai somos “UM”
O texto de João 10.30, é sem dúvidas, uma das afirmações mais claras das Escrituras sobre a divindade de Jesus. Mas, qual é o real significado dessa declaração? O Pai é Deus, e o Filho é Deus. Eles não são a mesma pessoa; mas, sim, a mesma divindade. É exatamente este o significado da declaração de Jesus: Eu e o Pai somos “um”. Este é o único sentido dessa passagem. Portanto, a única conclusão que podemos chegar sobre este assunto é que nenhuma separação pode ser feita entre o Pai e, o Filho. O texto original grego confirma essa realidade! ἐγὼ καὶ ὁ Πατὴρ εἷς ἐσμεν. Egó kai hó Patér heis esmen. O adjetivo “um” εἷς heis, aqui em (Jo 10.30), não está no masculino, mas no “neutro” o que impossibilita a divisão em partes, pois não se trata de um mesmo indivíduo [pessoa], mas de um mesmo ser [divino] na mesma essência, na mesma substância, e, igual em glória e poder.
JESUS FAZ A DIFERENÇA.