JORNADA DE REFLEXÃO NA SEMANA SANTA.
Lições do Ministério de Jesus.
A Semana Santa, período que antecede a Páscoa Cristã, convida-nos a refletir sobre o ministério de Jesus até sua morte. Ele dedicou a sua vida a ensinar sobre o Reino de Deus, a curar os doentes, a confortar os aflitos e a desafiar as normas sociais da época.
No entanto, sua missão culminou na crucificação, um evento trágico que nos faz refletir sobre vários aspectos: um relato de amor, bondade, compaixão, redenção, covardia e traição.
Na ressurreição de Lázaro, Jesus demonstrou profundo amor e compaixão pela família de Lázaro ao chorar com eles pela morte do amigo e, em seguida, ressuscitar Lázaro dos mortos, mostrando seu poder sobre a morte e oferecendo esperança para aqueles que creem Nele.
O maior ato de bondade de Jesus Cristo é a sua crucificação e morte na cruz para a redenção da humanidade. Ao sacrificar-se voluntariamente, ele demonstrou um amor incondicional e uma bondade sem igual. Este ato é central para a fé cristã e deve ser reverenciado como a maior expressão de amor e bondade divina.
Quando a lepra era uma doença temida que isolava os doentes da sociedade, Jesus mostrou seu ato grandioso de compaixão ao curar um leproso. Jesus não apenas restaurou sua saúde física, mas também sua dignidade e integração social, demonstrando sua compaixão incondicional e o seu poder de transformação.
Quando os escribas e fariseus trouxeram a mulher que tinha sido pega em adultério, desafiando-o sobre o que fazer com ela conforme a lei de Moisés prescrevia, apedrejamento para tais casos, Jesus não a condenou. Em vez disso, desafiou aqueles sem pecado a lançarem a primeira pedra. Um por um, eles se retiraram até que apenas Jesus e a mulher permaneceram, e Ele então a perdoou e a encorajou a seguir um caminho de redenção, dizendo: "Vá e não peque mais."
Atitudes voluntárias de bondade.
Maria Madalena demonstrou sua devoção a Jesus ao estar presente durante sua crucificação, mesmo correndo riscos. José de Arimatéia e Nicodemos providenciaram um sepultamento digno para Jesus após sua morte, mesmo sendo membros do Sinédrio, correndo risco de consequências sociais e políticas. Simão, o fariseu, convidou Jesus para uma refeição em sua casa, demonstrando hospitalidade apesar das críticas dos outros fariseus.
Pedro negou conhecer Jesus por medo de represálias, indo contra sua lealdade e amizade com Jesus. A multidão exigindo a crucificação foi instigada pelas autoridades religiosas e políticas. Pilatos, governador romano, lavou as mãos simbolicamente e covardemente para se eximir da responsabilidade pela morte de Jesus. Simão, o cirineu, não foi voluntário para ajudar Jesus a carregar a cruz, mas foi forçado a fazê-lo. Portanto, seu envolvimento não pode ser considerado uma ação movida pela bondade, já que foi escolhido à força pelos soldados romanos para ajudar Jesus a carregar a cruz. Não houve bondade ou altruísmo, ele foi compelido a realizar a tarefa.
O Bom Samaritano (parábola de Jesus). Um homem é atacado por ladrões e deixado ferido à beira da estrada. O samaritano, mesmo sendo de uma etnia desfavorecida e culturalmente desprezada, sente compaixão e cuida do homem ferido, prestando-lhe assistência. Nesse caso, o samaritano, diferente do cirineu, age voluntariamente, demonstrando bondade e compaixão para com um estranho em necessidade, apesar das diferenças étnicas e culturais.
Ao contemplarmos a jornada de Jesus durante a Semana Santa e refletirmos sobre seus ensinamentos e ações, somos confrontados com uma miríade de emoções e lições. Desde os atos voluntários de bondade até as atitudes forçadas e impositivas, o ministério de Jesus nos desafia a examinar nossos próprios corações e ações.
Refletindo sobre a traição de Judas, somos lembrados da fragilidade da condição humana e da importância de cultivar a verdadeira humildade, compaixão e perdão. Essa jornada de reflexão nos convida a olhar para além das aparências superficiais e a buscar a essência do amor e da bondade que Jesus exemplificou.
Que possamos, ao seguir os passos de Jesus, encontrar inspiração para agir com generosidade, compaixão e integridade em nossas próprias vidas, contribuindo assim para a construção de um mundo mais compassivo e amoroso. Que esta reflexão nos guie não apenas durante a Semana Santa, mas em todos os dias de nossas vidas.
Manoel Lobo,
Páscoa de 2024.