Preconceito

A proximidade de um homem e uma mulher pode acarretar suspeição, e talvez maldição segundo crendice que há no mundo. O que há de justificável nesse preconceito? Vejamos.

Existe uma certa expectativa quando o sexo masculino não consanguíneo entra em cena na aproximação ou introdução na convivência com uma mulher ou com mulheres no âmbito familiar ou mesmo ocasionalmente.

Um homem convivendo com uma mulher, ou um homem no convívio com várias mulheres, sempre causa certa especulação a respeito do vínculo que possa haver entre eles, seja parental ou afetivo.

Quando em uma casa não tem a figura masculina e esta aparece momentaneamente no convívio delas, logo há especulação se está havendo relação de afetividade entre o varão e alguma das mulheres daquele grupo familiar. Principalmente se a presença do varão é assídua no ambiente .

Até a presença masculina no dia a dia de uma mulher, se esta é solteira ou está solteira, traz ideia de que ela está associada a ele por laço afetivo.

Isso está de tal modo arraigado no imaginário popular, que até os próprios familiares chegam a suspeitar de vinculação afetiva ou interesse disso entre eles.

Lembro-me de que eu conheci uma jovem solteira quando eu já era casado, a qual pertencia a mesma entidade religiosa a qual eu pertenci, com a qual eu tive uma conversa amistosa em uma viagem que fazíamos para uma reunião em outra cidade. Não demorou, eu ouvi de um pastor, que o seu filho, também pastor, lhe disse que eu “iria cair” com a tal irmã. Eu louvo a Deus que isso nunca ao menos passou pela minha mente.

Quando Jesus chegou ao poço de Jacó, uma mulher samaritana foi ali buscar água, e, nesse momento, ela teve um diálogo com Jesus. Os Judeus não falavam com os samaritanos, por isso os discípulos dele, os quais haviam ido à cidade comprar alimento, ficaram surpresos. A mulher não era solteira, já tinha tido quatro maridos, e estava em um relacionamento com o marido de outra. Tinha tudo para não ser abordada por Jesus, o qual quebrou esse preconceito e lhe falou de modo amistoso. Disso resultou a conversão de várias pessoas daquela cidade.

Ele, Jesus, também foi à casa de Marta e Maria sua irmã e irmã de Lázaro, o qual ele ressuscitou. Maria, que, eu conclui ser aquela que derramou o vaso de alabastro sobre Jesus, e que era mulher pecadora, ficou a ouvi-lo. Isso gerou incômodo em Marta, que chegou a interpelar o mestre por isso.

Muitas mulheres serviram a Jesus com os seus bens no seu ministério. Maria, sua mãe, também o esteve acompanhando até a sua morte.

Muitas mulheres têm sido usadas por Deus no seu ministério hoje. Umas como apoiadoras, outras como profetizas, evangelistas, etc. Mas, isso tem sido pesado pra elas, devido ao estigma que há pelo que foi exposto atrás.

Suspeitas não são coisas do espírito, mas da carne. Apesar de que é preciso haver fuga da aparência do mal, é preciso que haja também compreensão de que a mulher é fator importante no ministério cristão que se faz hoje. Quando há maturidade cristã, não há maldade nem perigo para a convivência entre os dois sexos na realização do trabalho cristão.

Santarém-Pa - lugar Pindobal, 6/01/2024

Oli Prestes

Missionário