Prezado Jacques Ribemboim… Por Meraldo Zisman
(Jacques é conhecido por sua seriedade notável)
A História dos Judeus em Pernambuco - JACQUES RIBEMBOIM
O que estou prestes a expor agora independe dos laços afetivos ou familiares que me conectam ao primo Jacques. Acabei de folhear o seu livro “História dos judeus em Pernambuco”. Vale ressaltar que as formas impessoais do verbo folhear não possuem pessoa e número. O infinitivo retrata a ação fora de qualquer perspectiva temporal, o gerúndio, durante sua execução, e o particípio, já concluída.
O seu livro, intitulado História dos judeus de Pernambuco, inicia com a seguinte afirmação: “Os judeus marcaram presença em Pernambuco há mais de cinco séculos, experimentando períodos de apogeu e ostracismo.”
Fico contente em ver que o autor destaca esse contexto como um dos principais, e expresso minha emoção ao parabenizá-lo pelo ânimo e dedicação a esse imperativo, tanto como escritor quanto pessoalmente.
Na esfera social, destaco o autor como o primeiro judeu pernambucano a ser acolhido como imortal pela Academia Pernambucana de Literatura. Nessa academia, cuja cadeira é a número 1, inclui-se como patrono o nebuloso Bento Teixeira, judeu confesso, conforme documentos inquisitoriais. Esses documentos mostram que Bento Teixeira nasceu entre 1540 e 1545 e faleceu em 1618 no cárcere de Lisboa. Vale notar que os dados biográficos desse poeta e literato de projeção limitada são escassos e incertos. Ele se graduou no colégio da Bahia, onde também lecionou, até que decidiu procurar abrigo em Pernambuco após um incidente que, de acordo com relatos, resultou no assassinato de sua esposa.
Concluo esta exposição com as palavras do próprio Jacques Ribemboim: “Quando os primeiros judeus pisaram o solo pernambucano, murmuravam suas orações”. Imaginavam que um dia poderiam rezar livremente naquela terra nova e desconhecida? Ou tinham certeza de que isso aconteceria?
Acredito que o povo de Israel terá uma vida para sempre.