Esclarecimentos sobre a religião católica
É inacreditável como algumas pessoas gostam de falar mal da Igreja Católica sem base nenhuma, sem se informarem e simplesmente passam adiante coisas descabidas. E nessa superficialidade de raciocínio disparam às vezes os maiores absurdos.
Por exemplo, já vi reclamarem por ter a Igreja "canonizado" Judas Iscariotes, o traidor. Ora, Iscariotes não foi canonizado e nem será. Tais pessoas ouviram falar de um São Judas e não consultaram nenhuma fonte católica. Entre os discípulos de Jesus há vários xarás, por exemplo há dois com o nome Simão: o Pedro e Simão, o Zelote. O santo Judas é São Judas Tadeu. Aliás muito conhecido e apreciado. Custa se informar?
Já vi também ficarem criticando São Pedro pelo clima, pelos desastres climáticos. Acontece que São Pedro não é guardião do clima, isso é apenas folclore que não tem nada a ver com a doutrina católica.
Da mesma forma, São Jorge não vive na Lua, tampouco tem dragão por lá. Essa fantasia surgiu pela imaginação do povo, que fica querendo ver figuras na Lua. No Japão, em vez de São Jorge, julga-se avistar um coelho, e é por isso aliás que o nome civil da Sailor Moon é Usagi Tsukino (Coelha da Lua).
Também já vi gente até culta acusando a Igreja de cobrar para dar o sacramento da Extrema Unção nos enterros.
Delírio, porque a Unção dos Enfermos (não se usa mais "Extrema Unção" justamente para que as pessoas não posterguem um sacramento que tem inclusive efeito curativo em alguns casos), como sacramento, é para pessoas vivas e não para defuntos. Assim como não se batiza nem se casam cadáveres, nem se ordena um cadáver para ser padre, a Unção dos Enfermos é para pessoas vivas e obviamente não pode ocorrer em enterros.
Outro erro, esse muito comum, é de que a Igreja "condene" pessoas ao inferno. Isso é mentira, porque a Igreja não tem mandato divino para decidir o destino eterno das pessoas. Quem julga é sempre Deus. Outro dia li uma queixa de que a Igreja condene suicidas ao inferno. É mentira, a Igreja reconhece isso como um mistério de Deus: não sabemos o que acontece.
Como o suicídio ofende o Quinto Mandamento (não matar) é realmente um problema sério, porque geralmente não há tempo para o arrependimento. Mas, como atenuante, sabemos que em geral os suicidas já não estão no perfeito gozo de suas faculdades mentais. E Deus leva isso em consideração.
Dom Marcos Barbosa, nas suas saudosas crônicas pela Rádio Jornal do Brasil, contou um caso envolvendo São João Batista Vianey, o popular Cura D'Ars, pároco daquela pequena aldeia francesa. Certa senhora o procurou em prantos, desconsolada porque o marido se suicidara (não sei dizer o motivo) jogando-se no rio. O santo, com as luzes que tinha, a consolou: "Entre a ponte e o rio ele se arrependeu; está no purgatório".
Ninguém tem obrigação de seguir o catolicismo, mas por favor não espalhe boatos contra a Igreja Católica sem se informar.
imagem freepik.com: São Pedro, o primeiro papa, tem as "chaves" (simbólicas) da Igreja, ou seja o "poder de ligar e desligar" que passou para os sucessores; mas isso não quer dizer que seja o "porteiro" do Céu como nas anedotas.