ESCRAVO DE SI MESMO

ESCRAVO DE SI MESMO

Quando se diz de uma filosofia de vida, pode ser que o pensador tenha trabalhado no que ele estivesse sentindo o que seria viver, além de existir tão somente. Talvez pudéssemos considerar que cada um de nós tenha adotado um estilo de vida, é claro, dentro do princípio de livre escolha, sabendo, porém, que sujeitos a errar e, ou, também acertar. O filósofo Jean-Paul Sartre dentro do seu pensamento sobre a liberdade, assim diz: “com efeito, sou um existente que aprende sua liberdade através de seus atos; mas sou também um existente cuja existência individual e única temporaliza-se como liberdade. Assim, minha liberdade está perpetuamente em questão em meu ser; não se trata de uma qualidade sobreposta ou uma propriedade de minha natureza; é bem precisamente a textura do meu ser...” Não é fazer o que deseja, mas aceitar as consequências de nossos atos. Para Sartre, o homem que assume sua responsabilidade, deixa de ser escravo dos outros. Nisso está implícito que nenhum de nós pode ser ou fazer escravo de um mesmo ser, pois que até mesmo com nossa rebeldia contra Deus, Ele o todo poderoso, se humilhou em Cristo seu Filho, que fez homem, padecendo a morte, para que na sua morte tivéssemos vida. Nada há que seja mais determinante ao ser humano do que aquilo que a Bíblia testifica, ou seja, o homem dentro do propósito do Criador - o ser humano, como um ser livre. E nesse entendimento, o fato de gozar de liberdade, impõe a que pensemos no que estaria explícito o sentido de ser livre? Nisso, ficou claro desde o início da criação que, para ser livre, algumas regras precisariam ser obedecidas: “E o Senhor lhe deu esta ordem: de toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Esse foi o parâmetro que definiu o conceito de liberdade. Logo, cumprindo, será livre; deixando de cumprir haverá condenação com uma sentença de total responsabilidade do homem. Obedecendo, vive; desobedecendo morre (a morte ainda não era conhecida. No projeto de Deus o homem foi construído para a eternidade). Como descrito na gênese, com a desobediência veio a morte - todos havemos de passar pela morte. Sendo assim, já podemos traçar nosso projeto temporal dentro de uma sociedade de humanos, ou seja, de iguais, partindo do princípio de que, de primeiro plano: obediência ao Criador; num segundo plano o amor ao próximo, o que pode ser entendido como sendo dois mandamentos vitais para o convívio em sociedade. Em suma, somos todos iguais perante a lei de Deus, nenhum semelhante pode ser escravo do seu igual. Pois bem, com a introdução da morte em consequência da desobediência, todas as decisões humanas permaneceram nas mãos do homem - conhecedor do bem e do mal, tendo que fazer constantes escolhas. “Todos pecaram e destituídos da glória de Deus”, mas Deus se compadeceu do homem, assim providenciando a que, mesmo dentro da sua liberdade perdida, seja resgatado da morte e do pecado, alcançando a vida eterna. Diz a bíblia, “morrendo uma só vez”, já que desta morte ninguém escapa. Porém, quem aceitou o resgate de Deus na providência de Cristo, esse é que morre uma só vez. Todavia, aquele que não aceitou esse resgate, morrerá como escravo do pecado cuja culpa não será de outro ser, mas por opção de sua escolha errada. Quem escraviza é escravo de si mesmo.