Não proíba isso

À semelhança dos discípulos de Jesus, os quais proibiram a alguém que expulsava demônios em nome de Jesus, para que não o fizesse porque não os seguia, assim acontece hoje no meio evangélico em relação ao falar em línguas. Que razões alegam para isso? É razoável isso? Vejamos!

Entre os dons deixados pelo Espírito Santo, nove dons no total, há um que tem sido contestado por certa entidade religiosa cristã, cujos "mestres" torcem as Escrituras, buscando emprestar um entendimento fora do contexto bíblico relativo ao tema.

Falamos do dom de línguas. É um dom que é combatido por uns, desprezado por outros e super valorizado por outros. Qual a sua função, necessidade e praticidade?

Ele está mencionado na epístola de Paulo aos coríntios, veja:

"E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a VARIEDADE DE LÍNGUAS; e a outro a interpretação das línguas." I Co. 12:10.

Bem, embora haja um segmento religioso cristão que combata o dom de línguas, isso não é o propósito do Espírito Santo. Pois, já que Ele reparte os dons como lhe apraz, esse dom é dado pelo mesmo espírito e tem a sua aplicabilidade.

No capítulo 14 o Espírito Santo diz por Paulo o seguinte:

1 Coríntios 14:1 Segui a caridade, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 2 Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios. 3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. 4 O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 5 E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas, mas muito mais que profetizeis, porque o que profetiza é maior do que o que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação. 6 E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando línguas estranhas, que vos aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da profecia, ou da doutrina? 7 Da mesma sorte, se as coisas inanimadas, que fazem som, seja flauta, seja cítara, não formarem sons distintos, como se conhecerá o que se toca com a flauta ou com a cítara? 8 Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? 9 Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar. 10 Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação. 11 Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim. 12 Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles, para edificação da igreja. 13 Pelo que, o que fala língua estranha, ore para que a possa interpretar. 14 Porque, se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. 15 Que farei pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento. 16 Doutra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o que ocupa o lugar de indouto, o Amém, sobre a tua ação de graças, visto que não sabe o que dizes? 17 Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. 18 Dou graças ao meu Deus, porque falo mais línguas do que vós todos. 19 Todavia eu antes quero falar na igreja cinco palavras na minha própria inteligência, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida. 20 Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento. 21 Está escrito na lei: Por gente doutras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim me não ouvirão, diz o Senhor. 22 De sorte que as línguas são um sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; e a profecia não é sinal para os infiéis, mas para os fiéis. 23 Se pois toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem línguas estranhas, e entrarem indoutos ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos? 24 Mas, se todos profetizarem, e algum indouto ou infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado. 25 Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós. 26 Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação. 27 E se alguém falar língua estranha, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. 28 Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. 29 E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. 30 Mas se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. 31 Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. 32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. 33 Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. 34 As mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. 35 E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é indecente que as mulheres falem na igreja. 36 Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós? 37 Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. 38 Mas, se alguém ignora isto, que ignore.

O Espírito Santo instrui a igreja Dele, dizendo: "Segui a caridade, e procurai com zelo os dons espirituais. Ora, por que ele enfatiza "dons espirituais"? Porque há dons naturais. Logo o dom de línguas não é um dom natural, pois dele diz o mesmo Espírito por Paulo:

"Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios." V. 2.

Observemos bem o que diz o Espírito Santo, que O QUE FALA LÍNGUA ESTRANHA NÃO FALA AOS HOMENS, SENÃO A DEUS. Logo, não é língua das nações como propõem alguns pretensos mestres de certo seguimento religioso cristão. Pois o texto diz que NINGUÉM O ENTENDE. Se fosse língua das nações com certeza se poderia entender, caso houvesse alguém versado naquele idioma falado no momento.

Esses mesmos mestres que propõem a sua tese, alegam que o dom de línguas é língua das nações, e que tem por objetivo transmitir o evangelho para pessoas que falam outras línguas mundiais. Ora, se fosse assim, o espírito santo não diria isto: "PELO QUE, O QUE FALA LÍNGUA ESTRANHA, ORE PARA QUE A POSSA INTERPRETAR." V. 13. Talvez, ele dissesse que o que fala em línguas estranhas "estudasse para que pudesse entender". Além do mais, não parece razoável que alguém fale uma língua e não saiba o que fala. Assim, se conclui que mesmo quem é usado pelo Espírito Santo para falar em mistérios, ou seja, em línguas estranhas, não sabe o que fala, a menos que tenha também o dom de interpretar as línguas.

Vejamos qual é o desejo do Espírito Santo: "E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas". V. 5.

Então, qual o objetivo das línguas estranhas? O que fala língua estranha edifica-se a si mesmo. V. 4.

Observemos ainda que as línguas faladas no contexto é ESTRANHAS e NÃO ESTRANGEIRAS.

Quando Paulo chegou em Éfeso, ele orou sobre uns doze irmãos que ele batizou, impôs as mãos sobre eles, e eles passaram a falar línguas e profetizar. Veja:

"E SUCEDEU que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos, 2 Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. 3 Perguntou-lhes então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João. 4 Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo. 5 E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus. 6 E, IMPONDO-LHES PAULO AS MÃOS, VEIO SOBRE ELES O ESPÍRITO SANTO; E FALAVAM LÍNGUAS, E PROFETIZAVAM. 7 E estes eram, ao todo, uns doze varões. Atos dos Apóstolos 19:1-6.

Disso vemos que o dom de línguas é operado com o dom de profecias, ou, este segue-se aquele.

O texto da Epístola de Paulo aos Coríntios capítulo 14 é bem esclarecedor, mas os indoutos torcem, querendo adaptá-lo ao seu achismo doutrinário e pretensioso.

No meio onde as línguas estranhas são vedadas, não há também o dom de profecias. Apesar de que o Espírito Santo, falando por Paulo, diz que todos deveriam ser profetas. V. 5.

E Paulo encerra esse tema dizendo: "SE ALGUÉM CUIDA SER profeta, ou ESPIRITUAL, RECONHEÇA QUE AS COISAS QUE VOS ESCREVO SÃO MANDAMENTOS DO SENHOR." I Co. 14:37.

E, finalmente, o Espírito diz para não fazer o que muitos querem, veja:

"Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e NÃO PROIBAIS FALAR LÍNGUAS." I Co. 14:39.

São Paulo SP, 30/09/2023

Oli Prestes

Missionário