Um religare ao amor .

A resposta do amor para o ganho da vida. (II).

Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos? (Mat 19:27).

No versículo acima vemos Pedro expressar sua dúvida, do que ganharia ao seguir Jesus. Em outro estudo nós já estudamos as três grandes leis da vida e os ganhos de seguirmos os passos de Cristo Jesus.

Aqui vamos nos ater a atitude misericordiosa e sábia de um verdadeiro líder e mestre. Jesus poderia ter respondido a pergunta de Pedro com uma recriminação impaciente, como um líder comum o faria.

Até porque a pergunta de Pedro dizia literalmente o seguinte: “O que ganhamos te seguindo?” Mas Jesus, ao invés de se ater a sua reação interior, Ele se atenta para a inocência de Pedro, que ao seu ver não estava sendo petulante, porque ele estava vivendo a história e isso lhe saiu muito natural.

E Jesus entendendo isso a recebeu com a naturalidade de um sábio Mestre e a sua resposta deixa implícita de forma gráfica o que e para onde iria os que o seguissem. E diz algo sobre a regeneração no hebraico, (הִתְחַדֵּשׁ/hitchadesh) no grego, (παλιγγενεσία/ paligênesía). Nos dois idiomas originais da Bíblia, a palavra aponta para uma regeneração espiritual.

Ou seja, o verdadeiro religare, onde o ser humano volta a ter parte e a viver na glória do Pai, que é a vida em sua forma plena. Aqui neste mundo vivemos de alegrias e tristezas, de dores e de gozo, em guerra e paz, porque tudo está sob o controle do efêmero tempo.

Como o poeta diz em eclesiastes que no mundo de nossas vaidades pra tudo há um tempo, e isso ocorre não porque o nosso Pai assim o quer, e sim porque a nossa vaidade efêmera ama e se alia à efêmera materialidade.

Mas o Pai nos criou para que na eterna plenitude do seu amor, fossemos a sua imagem e semelhança; imagem e semelhança da vida que é benção em abençoamento de amor gerando e cuidado de vidas por onde passa.

E para isso que somos chamados, para uma responsabilidade com as vidas, cabe a nós entendermos isso, sempre tendo o amor de Cristo Jesus como árbitro de nossos corações.

(Molivars)