MAÇONARIA E DIVISÃO DE CLASSES

A Maçonaria como instituição, é uma escola de cunho filosófico que preza pela moralidade de seus membros. Suas origens estão literalmente ligadas a pedreiros livres que deram origem ao que conhecemos como Maçonaria Operativa. É importante lembrar que nessa época a profissão de pedreiro era muito valorizada devido o emprego do conhecimento em suas obras. Essee conhecimento do ofício era mantido em segredo entre seus Mestres de Obras. Em meio ao Movimento Iluminista uma elite intelectual europeia começa a ingressar na Ordem, o que veio dar origem ao que conhecemos como Maçonaria Especulativa.

Os obreiros da Maçonaria Operativa trabalhavam a "pedra", e os obreiros da Maçonaria Especulativa passaram a trabalhar o próprio "homem". A relação entre as duas fases da Maçonaria, está na entusiasta interpretação simbólica do uso das ferramentas dos obreiros, numa conexão das duas fases da fantástica Ordem.

Ao que parece, o interesse maior dos pioneiros da Maçonaria Especulativa seria "lapidar" a "Pedra Bruta" que existia no homem. Por diversos motivos, o acesso à Maçonaria era bastante restrito, porém, com o passar do tempo o ingresso de profanos foi ficando cada vez mais flexível, o que trouxe várias consequências negativas para a Ordem Iniciática.

Não se sabe exatamente quando, mas profanos que não tinham nenhum perfil de Maçom começaram ser iniciados e, dentre eles vários que possuíam um excelente poder aquisitivo, inclusive, ocupando "cadeiras" na alta-sociedade e cargos de liderança política em suas nações (com isso, fazer parte da Maçonaria, por um lado passou a ser considerado "status" social). Até aí praticamente nada de errado, visto que a Maçonaria está aberta pra receber todos os homens livres que estejam dispostos a "lapidar a pedra bruta". O que vejo com estranheza é o fato desse processo de "lapidação" não ocorrer em muitos deles, e os princípios maçônicos não adentrarem no interior daquele que se dispôs por livre e espontânea vontade a passar pelo átrio.

Os três princípios da Maçonaria rezam na Liberdade, Igualdade e Fraternidade, e todos eles vão de encontro ao ego e vaidade do homem natural. Dentro de um Templo maçônico, não deve existir profissões, classes sociais, raça, cor da pele ou qualquer outra definição que torne um obreiro diferente do outro, o que passar disso é hipocrisia. No momento em que encontramos algum obreiro que por qualquer motivo faça distinção de pessoas, sendo dentro de um palácio maçônico ou fora dele, na realidade ele estará simplesmente mostrando que, o pouco que aprendeu na Maçonaria (se é que aprendeu algo) de nada está lhe servindo. Como por diversas vezes já li em várias citações: "não adianta ser doutor, se não cumprimentar o porteiro".

Na instituição Maçonaria, existem pessoas de todas as classes sociais, e é importante deixar claro que o ego e a vaidade não escolhe classe, porém, todos devem estar alinhados com os princípios maçônicos e, se por acaso em alguma Loja for observadas condutas contrárias a esses princípios, tenhamos a certeza que tal comportamento não foi aprendido dentro da Maçonaria, e sim, se trata de vícios trazidos do mundo profano e que precisa ser "desbastado".

Francisco das CHAGAS RAMOS da Cunha - M∴I∴ (CIM 309133)

Obreiro da Loja Chapada do Corisco Nº 4593 (Rito Schröder) e da Loja Álvaro Mendes N° 2139 (REAA), ambas jurisdicionadas ao GOB-PI e federalizadas ao GOB

Contato: chagasramos1@gmail.com