Amor o mandamento maior.
Amar a Deus e ao próximo, a suprema e eterna Lei. (II)
Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas. Eu não vim para anular, mas para cumprir. (Mat 5:17). Este versículo faz parte do sermão do monte, aqui Jesus esclarece que Ele veio cumprir a lei, ou seja, todo o evangelho é a parte cumprimentar da lei de Deus.
Cumprir (πληροω pleroo/ ישלם yshalam), estas palavras nos idiomas originais da Bíblia, tanto no grego como no hebraico, estão ligadas a preencher todas as lacunas tornar completo.
Numa leitura de soslaio esta afirmação de Jesus pode soar estranha. Pois aqui Ele estabelece um caráter eterno da Lei; mas ao estudarmos o evangelho vemos Jesus por várias vezes quebrantar aquilo que os ortodoxos tinham como lei. E lá na frente veremos Paulo dizer: "Porque o fim da lei é Cristo" (Romanos 10:4).
Então de que lei Jesus está afirmando que jamais pode ser quebrantada? Os hebreus usavam o termo a Lei em três acepções diferentes: Usavam para designar aos seiscentos e treze Mandamentos, dos cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco; Usavam a expressão a Lei e os Profetas para denotar a totalidade das Escrituras, para nós o Antigo Testamento.
E aqui vem a acepção da lei que Jesus e Paulo não levavam em conta: Os ortodoxos também usavam o termo lei para designar as tradições, dos escribas. E, é precisamente esta, a halacha que tanto Jesus como Paulo condenavam de maneira radical. Ou seja, uma lei carregada de superstições e obrigações externas que nada acrescentava a alma ou ao espírito humano, pelo contrário os tornavam frios e sem amor ao próximo.
É certo que o ser humano não pode viver sem regras ou leis, mas o excesso de leis torna o ser humano desregrado e insensível. A que se referia Jesus, então, quando falava de "a Lei"? Disse que não tinha vindo para destruir a lei e sim para cumpri-la. Quer dizer, veio para pôr de manifesto o verdadeiro significado da Lei.
Os mandamentos foram o balizador principal, pois neles continham tudo que um povo precisava para fazer a vontade do Pai. Mas o povo não entendia o real prática, pois pensavam que fazer a vontade de Deus se resumia e um observar externamente de regras, invés de uma transformação real interior.
E então veio Jesus e num primoroso resumo Ele revela qual era a vontade de Deus como vemos em (Mat 22:34-40), e neste resumo destaca-se a frase que diz: Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. (Mat 22:40). Jesus nos ensinou que fazer a vontade do Pai está no praticar do amor a Deus e ao próximo.
Sendo assim entendemos que fazer a vontade do Pai não é somente, gritar orações, pregar, dar esmolas ou frequentar assiduamente uma igreja até porque tudo isso os religiosos faziam, mas o faziam sem amor. Aqui entendemos que todo ato que fizemos em nossa vida tem que ser feito por gratidão e respeito ao amor que Deus nos doou e apresentou a nós.
Aqui não se fala sobre um amor ilusório advindo de nossas paixões e desejos, ou ligações familiares, e sim do amor, vontade, (αγαπη ágape/אהבה Ahavah) um amor que advém do orar ao Espirito Santo, amor que Ele faz frutificar dentro de nós. O amor que Cristo Jesus nos ensinou e que sempre deve ser árbitro de nossos corações.
(Molivars).