ARTIGO COMEMORATIVO
Eu estou perto de completar setenta anos de idade, e me pego a lembrar do dia em que fiz um breve discurso para o Núncio Apostólico da Igreja Católica, nos idos dos anos 60, na minha terra natal. Claro, eu não me lembro da expressão que eu tinha. Mas me lembro do terno branco que eu vestia, o terno dos meninos das Cruzadas do Catecismo dirigidas por Dona Lourdes, que era orientada pelo vigário, o Padre Almir.
Dona Lourdes tinha ido até minha casa e conversado com minha mãe. Da conversa das duas pouco soube eu. Só o resultado: ela fora até nossa casa para pedir autorização dos meus pais para que eu pudesse fazer o discurso. E aquilo tomou para mim uma suma importância. Tal que posso dizer que reforçou muito minha fé cristã católica.
E reforçando minha fé, pude inclusive em certa época estar distante da Igreja. Mas não despi meu pensamento de Deus. Tanto que ao voltar ao seio da Igreja, pude me confessar, e eis-me aqui. Inclusive hoje assisti minha missa, tendo rezado antes o meu terço.
E também me lembro que nesta época incluí nas minhas intenções a de um dia poder escrever e publicar. Então, credito à minha fé, ao fato de estar em dia com as minhas obrigações religiosas, e de poder pronunciar quando é ocasião a expressão: -Graças a Deus! e graças a Deus este ano eu faço dezessete anos de vida literária.
A minha vida literária também eu costumo creditar a faculdade de exercê-la aos favores de Cristo e às bençãos de seus ministros aqui na terra.
Poderão perguntar como um homem de setenta anos de idade só tem dessezete anos de vida literária. Respondo sem me sentir ofendido que eu tive que trabalhar muito para me manter, que frequentei escolas, sim, mas à noite. E que eu pessoalmente acho que dessezete anos de vida literária é muito para mim. E que brinco dizendo-me um trabalhador-poeta. Para não dizerem que eu não sou modesto, nem humilde.
Obrigado, Deus. Obrigado aos leitores.
15/07/2023.