O perdão cristão

Vi circulando pelas redes sociais esse pensamento que parece mais de autoajuda e gostaria de fazer pequenos comentários:

“Não deixe que alguém que te fez mal torne um inquilino em seu coração. Despeje-o agora mesmo com uma ordem de perão”.

 

Não haverá perdão sem que a pessoa que lhe ofendeu reconheça sua falta, sua culpa. Nem Deus nos perdoa no automático. Ele sempre espera do pecador que reconheça sua culpa, seu pecado. Então ele perdoa sem nada em troca. Sem barganhar nada.

 

Nas relações humanas, se quisermos realmente perdoar conforme a fé cristã torna-se fundamental que o outro que nos ofendeu venha se reconciliar e pedir o perdão. Sem pedir perdão achando que o outro já aceitou é muito comodismo, é ficar na zona de conforto em que está.

 

Perdão do ponto de vista cristão não é deixar para lá, esquecer ou ficar indiferente. E muito menos é uma reciprocidade do que nos foi feito como um “dente por dente, olho por olho”.

 

Algumas lideranças religiosas não explicam corretamente e teologicamente o perdão cristão. Nenhuma outra religião, nem mesmo o judaísmo, e nem o Antigo Testamento conhecem o perdão conforme a pregação de Jesus Cristo.

 

Entre dois ladrões, crucificado, um deles apenas pediu que lembrasse dele quando estivesse no paraíso. E Jesus imediatamente disse: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Isso é muito profundo.

 

O sistema capitalista não reconhece a teologia cristã. Ao contrário, subverte. E o protestantismo pregado principalmente pela onda pentecostal trata o perdão como um expurgo de dentro de si. Nada sairá de nós mesmo sem que nos retratemos com o nosso próximo.

 

A política não é o campo para o perdão, mas para a vingança, para o ódio como o fez a onda pentecostal da direita cristã.

Edebrande Cavalieri
Enviado por Edebrande Cavalieri em 04/07/2023
Código do texto: T7829014
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