INFERNO
Você se preocupa com o inferno? Acredita que ele existe? Acha mesmo que, um Jesus amoroso ensinaria sobre o inferno? Sinceramente, eu, não sei se você é um cristão protestante, católico, espírita, maçom, macumbeiro ..., ou até mesmo um “ateu”, mas de uma coisa estou completamente certo – o inferno é um lugar real, criado pelo próprio Deus – segundo as Escrituras, e se você não é salvo – é bom começar agora mesmo a se preocupar com a vida eterna, pois todos aqueles que não são de Cristo irão para o inferno. Mas, há quem duvide da existência do inferno, como os incrédulos, por exemplo, que ridicularizam a ideia de um inferno de fogo, como um lugar real – onde após o julgamento de Deus, eles serão ali condenados a sofrerem eternamente. Para eles isso não passa de uma ideia absurda, sem fundamento algum e que “somente os loucos” são capazes de acreditarem nisso! Os que pensam assim, argumentam que o inferno é aqui mesmo, ou seja, “o que aqui se faz – aqui se paga” e falam também que um Deus de amor jamais seria capaz de lançar alguém no inferno! Essas ideias não são verdadeiras, pois o inferno é descrito nas Escrituras como um lugar real de castigo e sofrimento eterno para os ímpios após o julgamento final. Portanto, aqueles que conhecem a doutrina bíblica do inferno devem pregá-la e ensiná-la para todas as pessoas – da mesma forma que nós ensinamos sobre o amor de Deus, a divindade de Cristo, o perdão de pecados e a salvação que só Ele pode operar. Mas, infelizmente até mesmo no meio cristão protestante a liderança eclesiástica muitas vezes tem negligenciado este ensino, porém não podemos jamais nos esquecer que o próprio Senhor Jesus Cristo foi o personagem bíblico que mais pregou sobre o inferno. E, se, Cristo ensinou sobre o inferno, “aqueles que hoje também pregam o Evangelho, não fariam bem em seguir o exemplo de sua pregação”? Certamente sim, pois “toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver”. (2Tm 3.16).
O inferno é um lugar real.
A Bíblia sempre se refere ao inferno como sendo um lugar real, e ensina também que só escaparão de ir para este horrível lugar de tormento aqueles que creem no Senhor Jesus Cristo, e, o confessarem como único e suficiente Salvador de suas vidas. No Antigo Testamento, a palavra hebraica שְׁאוֹל sheol, tem pelo menos, dois sentidos dependendo do contexto que ela está inserida. Às vezes, sheol, se refere ao “sepulcro”, lugar aonde todos nós iremos após a morte, independente da crença, cor, raça, ou condição financeira de cada um. Todavia, a palavra sheol também foi usada pelos autores bíblicos para se referir ao “abismo”, ou “inferno” lugar de punição, destinado a todos os ímpios.
No Novo Testamento, a palavra inferno do grego γέεννα geenna, é traduzida do hebraico הִנֹּם gê hinnom, significando literalmente “vale de Hinnom” (um nome próprio); localizado ao sul da antiga cidade de Jerusalém que por diversas vezes serviu de palco para sacrifícios infantis, ao deus moloque, um ídolo de bronze que era oco por dentro, de braços estendidos e com uma gigantesca fornalha na parte inferior da estátua que após ascender as chamas os pais colocavam ali os seus próprios filhos para serem queimados vivos em sacrifício a esse abominável ídolo. Tempos depois, Josias, o rei de Judá, profanou aquele lugar de abominações repugnantes (2Rs 23.10-14), que desde então tornou-se depósito de lixo, onde ardia um fogo incessante queimando as imundices, como carcaças de animais, corpos de criminosos e todo lixo da cidade. É importante lembrar que o “vale de Hinnom” é apenas uma metáfora do inferno espiritual, local de punição para os ímpios de todas as épocas – onde “seu fogo ardente nunca se apaga” (Is 66.24).
O inferno é descrito na Bíblia, como um lugar real, de profundo sofrimento para os ímpios que passarão a eternidade expostos a implacável ira de Deus. Robert Peterson resume o assunto quando ele diz que as imagens do inferno “chocam nossas sensibilidades”, pois elas apresentam um destino envolvendo absoluta ruína e perda, eterna ira de Deus (castigo), indizível aflição e dor (pranto e ranger de dentes), terrível sofrimento (fogo), e rejeição por Deus e exclusão de Sua bendita presença (trevas e separação).
No livro dos Salmos, 9.17, o rei Davi disse que “os ímpios serão lançados no inferno, e todas as nações que se esquecem de Deus”. O profeta Daniel, escreveu: Multidões e multidões dos que já morreram viverão de novo: uns para a vida eterna, outros para sofrimento e castigo eterno. (12.2). Mateus registrou: “Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Porém, tenham medo de Deus, que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo”. (10.28). Também no evangelho de Mateus, está dito: “O Filho do homem mandará os seus anjos, e eles ceifarão do seu Reino tudo o que causa tropeço e todos os que praticam o mal. Eles os lançarão na fornalha ardente e ali haverá pranto e ranger de dentes”. (13.41,42). É para este lugar de suplício horrível e prisão eterna que as almas dos ímpios irão depois da morte.
A existência do inferno, como um lugar real de condenação eterna dos perdidos, está evidente nas Escrituras, e negar isso, é o mesmo que rejeitar a autoridade do ensino do Senhor Jesus Cristo que repetidas vezes falou sobre o isso. (Mt 5.21,22,27-30; 7.19; 11.23; 13.40; 18.8,9; 23.15,33; 25.41; Mc 9.43,45,46,47,49; Lc 12.5; Jo 15.6).
O inferno é um lugar de castigo consciente.
Na explicação do Senhor Jesus sobre a parábola do joio e do trigo, Ele disse aos seus discípulos que o (joio) – ou seja, aqueles que pertencem ao Maligno – no dia da colheita, eles serão colhidos – separados pelos anjos e lançados no fogo ardente e ali haverá pranto e ranger de dentes. (Mt 13.42). A expressão “pranto e ranger de dentes” βρυγμὸς τῶν ὀδόντων brugmos ton odonton, denota extrema agonia e desespero absoluto das pessoas destinadas à punição eterna no inferno. Podemos perceber aqui uma clara revelação do Senhor Jesus, afirmando que o inferno é um lugar aonde aqueles que forem ali castigados terão plena consciência do que está acontecendo, pois, (aqui nessa passagem) “ranger os dentes” é uma expressão consciente de dor e sofrimento.
Outro texto que nos leva a esse claro entendimento encontra-se no evangelho de Lucas, capítulo 16, versos 19-31, na parábola do rico e o Lázaro. Lá está escrito que após a morte e sepultamento do rico, ele estava no ᾅδης hades, palavra grega equivalente a γέεννα geenna, “inferno” um lugar real onde os mortos ímpios são punidos. A Escritura nos informa que o rico estando, pois em tormentos, viu ao longe a Abraão, e a Lázaro no seu seio e clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama (vs.23,24,27,28). Essa passagem, assim como as demais relacionadas ao assunto, não deixa nenhuma dúvida de que aqueles que forem condenados, sofrerão as duras penalidades do inferno de maneira consciente. Há pelo menos dois ensinos muito relevantes nessa passagem que merecem destaque.
Primeiro, após a morte do mendigo Lázaro, ele foi levado pelos anjos para o “seio de Abraão” que é o Paraíso junto ao povo de Deus. Segundo, o rico impenitente depois da morte foi sepultado e de maneira consciente experimentou a dura punição no inferno.
Podemos observar no ensino de Jesus que, não há segunda chance após a morte, pois segundo a Escritura, existe um grande abismo intransponível entre o céu e, o inferno de maneira que ninguém pode passar de um lugar para o outro (Lc 16.26). Vemos que Deus se revela claramente através das Escrituras de tal maneira que, absolutamente ninguém que negligencia esta revelação poderá legitimamente reclamar contra o seu destino final porque “todos são indesculpáveis”. (Rm 1.18-20). Os ímpios receberão de Deus a justa punição do inferno porque, verdadeiros e justos são os seus juízos.
Então, ouvi o anjo responsável pelas águas declarar: “Tu és Justo, Tu, o Santo, que és e que eras, porquanto julgaste estes crimes; porque eles derramaram o sangue dos teus santos e dos teus profetas, e agora Tu lhes deste sangue para beber, pois isto é o que merecem”. E ouvi que do altar procedia a seguinte aclamação: “Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são todos os teus juízos!” (Ap 16.5-7).
O inferno é um lugar de separação.
No evangelho de Mateus, capítulo 25, verso 41, está dito que o Rei (Jesus Cristo) ordenará aos que estiverem à sua esquerda, ou seja, os perdidos: “Apartai-vos de mim malditos, para o fogo eterno...”. Podemos notar aqui nas palavras do Senhor Jesus, dois aspectos do castigo no inferno – “exclusão e sofrimento”.
A exclusão é claramente entendida quando Jesus diz: “Apartai-vos de mim...”. Em outras palavras: Afastem-se de mim. Os ímpios sofrerão o dano irreparável de serem excluídos, pois eles viverão eternamente separados do próprio Deus. Aqueles que forem condenados ao inferno jamais terão uma nova chance, mas estarão eternamente desprovidos do privilégio de desfrutar a doce comunhão com Deus e de experimentar o Seu imensurável amor, a Sua maravilhosa graça, o Seu bendito perdão, a Sua incomparável paz, misericórdia e consolação. Os perdidos serão eternamente excluídos da glória de Deus. Existe condenação pior do que essa? Certamente não.
A expressão de Jesus “apartai-vos de mim”, e outras similares a esta foram repetidamente usadas pelo Ele nos evangelhos – (Mt 7.23; 25.12; Lc 13.27), a fim de mostrar claramente aos perdidos que no castigo do inferno eles sofrerão o terrível e irreparável dano da perda, pois estarão eternamente condenados a viverem distantes de Deus sem uma nova oportunidade de reconciliação.
Se você não é salvo, certamente está com a mesma dúvida dos discípulos. “... Senhor, haverão de ser poucos os salvos? E Ele lhes exortou: Esforçai-vos por adentrar pela porta estreita, pois Eu vos asseguro que muitas pessoas procurarão entrar e não conseguirão. Quando o proprietário da Casa tiver levantado e fechado a porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater, exclamando: ‘Senhor, abre-nos a porta’! Ele, contudo, vos responderá: ‘Não vos conheço, nem sei de onde sois vós’! E vós insistireis: ‘Comíamos e bebíamos reclinados ao redor da Tua mesa, e pregavas em nossas ruas’. No entanto, Ele vos afirmará: ‘Não vos conheço, tampouco sei de onde sois. Retirai-vos para longe de mim, vós todos os que viveis a praticar o mal!’ Ali haverá grande lamento e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaque e Jacó, bem como todos os profetas no Reino de Deus, mas vós, porém, absolutamente excluídos”. (Lc 13.23-28).
Em Mateus 7, versos 21 e 22, está dito: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?
Há muitos que hoje estão na Igreja “pregando” o Evangelho, mas sem nenhuma comunhão com Deus. São pessoas de boa aparência que exteriormente estão sempre bem-vestidas, porém, internamente são como sepulcro caiado, pois suas obras são a prova de que não nasceram de novo. Estes, vivem na escravidão do pecado proferindo todo tipo de engano. Por falar muito bonito e até expulsar demônios e realizar alguns sinais no meio do povo, pensam que no dia do juízo final, entrarão no céu, porém a grande verdade é que estes estarão para sempre excluídos da presença de Deus, pois, de fato nunca pertenceram a Cristo. Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade”. (Mt 7.23). Estas palavras não são do autor deste artigo, mas foi o Senhor Jesus quem disse isso.
A Bíblia não mente. Os incrédulos “serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”. (Mt 8.12; 22.13 e 25.30). O contexto que envolve cada uma dessas passagens deixa muito claro que o inferno é um lugar de trevas e separação. Quando Cristo voltar para o julgamento final, os ímpios serão para sempre excluídos da gloriosa presença de Deus e condenados a viverem eternamente isolados, completamente separados da comunhão com o Senhor. Hoje os perdidos escarnecem de Deus, zombam de Cristo, da Bíblia e da Igreja, mas em breve eles experimentarão o cálice amargo do furor da Sua ira.
Voltemos agora nossa atenção para as palavras do Senhor Jesus, em Mateus 25.41: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno...”. Destaque aqui para a parte final do texto que diz: “fogo eterno”. De acordo com essas palavras, podemos notar que o castigo de Deus para os perdidos está relacionado a terrível dor do – “sofrimento”, pois eles experimentarão as duras penalidades do inferno no próprio corpo depois da ressurreição. A expressão “fogo eterno” πῦρ αἰώνιος pyr aiônios, aqui nessa passagem tem o sentido (literal) de “chamas sem fim”. Segundo as palavras do Senhor Jesus, o fogo do inferno é eterno – nunca se apagará. Muitos argumentam que o amor de Deus, torna impossível que Ele condene qualquer pessoa eternamente no inferno. Engana-se muito quem pensa assim, pois este tipo de argumento é emocional e não reflete a verdade do Evangelho, mas ignora a justiça de Deus e o fato fundamental de que o Senhor não tem por inocente o culpado.
Em (Mt 13.41,42), está escrito que no fim dessa era, ou seja, quando o Senhor Jesus voltar para julgar todas as nações, “os justos resplandecerão como o sol, no Reino de Deus, porém aos ímpios, Ele dará ordem aos seus anjos para os lançar na fornalha ardente onde haverá pranto e ranger de dentes”. Vemos claramente aqui e em outras passagens relacionadas ao assunto (Mt 8.12; 22.13; 24.51), que os ímpios não serão exterminados, ou aniquilados pelo fogo do inferno como alguns ensinam erradamente, porque Jesus fala do fogo causando dor, pois, na consumação eles vão prantear e ranger os dentes.
O inferno é um lugar de sofrimento eterno.
O texto bíblico de Mateus 25.46, é sem dúvidas a prova mais clara que o inferno é de fato um lugar de sofrimento eterno. “Sendo assim, [estes] irão para o sofrimento eterno, porém os justos, para a vida eterna”. Estes que estão destacados entre colchetes é uma referência direta aos ímpios. Vale lembrar que esse texto não é o único que fala da doutrina do inferno como sendo um lugar de sofrimento eterno para os ímpios. No evangelho segundo escreveu Marcos, capitulo 9, versos 42-48, o Senhor Jesus fala que “no inferno os vermes devoradores não morrem, e as chamas nunca se apagam” (Mc 9.42-48).
Outra passagem que evidencia a doutrina do inferno como um lugar de punição eterna para os incrédulos encontra-se em (Mt 13.49,50): “Assim também ocorrerá no final desta era. Chegarão os anjos e irão separar os maus dentre os justos. E lançarão os maus na fornalha ardente; e ali haverá grande lamento e ranger de dentes”. Aqui a palavra choro no texto original grego é κλαυθμός klauthmos, que tem o sentido de lamentação – tristeza amarga que surge do sentimento de total desesperança, geralmente acompanhados por gritos provocados por “dor emocional incontrolável”.
Em Apocalipse 14.9-11, está registrado a terrível revelação do cálice da ira de Deus que em breve será derramado sobre os perdidos. O texto revela que eles experimentarão a severa justiça de Deus e serão atormentados com “enxofre incandescente” diante dos santos anjos do Cordeiro, sem repouso algum, dia e noite sem cessar.
O inferno tem graus de castigo.
Conforme as Escrituras, todos que já estão e aqueles que na consumação também estarão no inferno não recebem o mesmo sofrimento. Embora todos os condenados ao inferno estarão igualmente separados de Deus e de suas bençãos, haverá castigos diferente – uns sofrerão mais que outros. Segundo as Escrituras, é possível afirmar que a punição maior, ou menor será segundo a justiça divina, com base no grau do conhecimento de cada indivíduo em relação a Deus. Quanto mais conhecimento de Deus, maior a responsabilidade, ou seja, quanto maior a culpa, maior o castigo. Já dissemos aqui, que Deus se revela igualmente a todos através de Sua Palavra e que nenhuma pessoa é indesculpável, ou seja, absolutamente ninguém é inocente diante de Deus (Rm 1.18-20). Isso significa que quanto mais alguém negar as Escrituras, maior será o julgamento e o sofrimento. Veja o que o Senhor Jesus disse este respeito:
Então, começou Jesus a admoestar severamente as cidades nas quais realizara numerosos feitos prodigiosos, porque não se arrependeram: “Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida! Porque se os milagres que entre vós foram realizados tivessem sido feitos em Tiro e Sidom, há muito que elas se teriam arrependido, vestindo roupas de saco e cobrindo-se de cinzas. Entretanto, Eu vos afirmo que no dia do juízo haverá menos rigor para Tiro e Sidom, do que para vós outros. E tu, Cafarnaum, te arrogas subir até os céus? Pois serás lançada no inferno. Porque se as maravilhas que foram realizadas em ti houvessem sido feitas em Sodoma, teria ela permanecido até o dia de hoje. Eu, contudo, vos afirmo que haverá mais tolerância para com o povo de Sodoma no dia do julgamento, do que para contigo”. (Mt 11.20-24).
Observe as afirmações de Jesus que destacamos em (itálico) – “Eu vos afirmo que no dia do juízo haverá menos rigor...”. “Eu, contudo, vos afirmo que haverá mais tolerância...”. (vs.22,24). Podemos notar no ensino do Senhor Jesus que, os habitantes de Corazim e Betsaida, teriam um julgamento mais severo em relação a Tiro e Sidom, porque “tiveram mais conhecimento da Verdade”. Da mesma forma, disse o Senhor Jesus que haverá menos rigor no dia do julgamento para os de Sodoma, do que para aqueles de Cafarnaum.
Outra passagem que evidencia que haverá graus de castigo no inferno, encontra-se em Lucas, 12.42-48. Aqui nessa parábola o Senhor Jesus, faz clara distinção ao afirmar que para um haverá muitos açoites e para outro poucos açoites. Isso ocorrerá conforme a justiça divina, com base no grau de conhecimento que os servos infiéis, [que representam os perdidos] tiveram dá vontade de seus senhores.
“Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem age para agradá-lo, será castigado com extrema severidade. Contudo, aquele que não conhece a vontade do seu senhor, mas praticou o que era sujeito a castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais ainda será requerido”. (Lc 12.47,48).
E, continuando seu ensino, advertia Jesus: “Acautelai-vos dos escribas. Pois eles fazem questão de andar com roupas especiais e de receber saudações em praças públicas, de sentar-se nos lugares de maior destaque nas sinagogas, e ainda de ocupar as posições mais honrosas à mesa dos grandes banquetes. Eles devoram as casas das viúvas e, para dissimular, fazem longas orações. Estes, certamente, receberão condenação ainda mais severa!”. (Mc 12.38.40).
Essa passagem nos mostra que os escribas desfrutavam de incomparável exposição às Escrituras, mas suas vidas refletiam hipocrisia, avareza e desonestidade. Essa realidade não é diferente daqueles que foram criados em lares cristãos, mas ainda não se renderam ao Senhor Jesus Cristo, pois deveriam olhar para este texto e considerar que tiveram os mesmos privilégios que os escribas porque desde a infância ouviram a mensagem de salvação e, apesar disso, nunca a aceitaram para si mesmos. Você se encontra nessa situação? Então, corra agora mesmo para Cristo, arrependa-se se seus pecados e se renda a Ele, porque, os mais profundos abismos do inferno estão reservados em graus de sofrimento muito maior para aqueles que conhecem o Evangelho, mas não vivem o Evangelho.
Quem vai para o inferno?
O diabo, seus anjos, o anticristo, o falso profeta e os não-salvos – serão lançados no inferno eterno, após o juízo final, segundo as Escrituras.
O Diabo, que as enganava, foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido confinados a Besta e o Falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite pelos séculos dos séculos. (Ap 20.10).
Mas o Rei ordenará aos que estiverem à sua esquerda: ‘Malditos! Apartai-vos de mim. Ide para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. (Mt 25.41).
E, quanto aos anjos que não guardaram sua autoridade e santidade originais, mas abandonaram seu próprio domicílio, Ele os tem mantido em trevas, presos com correntes eternas para o julgamento do grande Dia. (Jd 6).
Ora se, Deus não poupou os anjos que pecaram, mas os lançou no inferno, aprisionando-os em cadeias abismais tenebrosas, com o propósito de serem reservados para o Juízo (2Pe 2.4).
Não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vos deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem os que se entregam a práticas homossexuais de qualquer espécie, nem ladrões, nem avarentos, nem viciados em álcool ou outras drogas, nem caluniadores, nem estelionatários herdarão o Reino de Deus. (1Co 6.9,10).
Porém, quanto aos covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que praticam imoralidade sexual, os bruxos e ocultistas, os idólatras e todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago de fogo, que arde perpetuamente em meio ao enxofre. Esta é a segunda morte! (Ap 21.8).
No entanto, fora estão os cães, os bruxos e ocultistas, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira. (Ap 22.15).
Além destes, ainda existe um grupo que também será condenado no inferno. Trata-se dos que não conhecem a Deus e não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele punirá “os que não conhecem” a Deus e “os que não são submissos” ao Evangelho de nosso Senhor Jesus. Eles sofrerão a pena da perdição eterna, a separação permanente da presença do Senhor e da majestade do seu poder. (2Ts 1.8,9). É muito importante observarmos que o texto não trata de dois grupos distintos, mas apenas de um grupo.
Os que “não conhecem a Deus, e não obedecem ao Evangelho” não significa aqui as pessoas ignorantes e desinformadas, mas aquelas que apesar de conhecerem a Verdade, desprezam o seu conhecimento (Rm 1.18-20). São aqueles que não conhecem a Deus – como seu próprio Deus. Não invocam o seu Nome e nunca creram em Cristo como seu Salvador. Pelo contrário, o odeiam; e consequentemente odeiam igualmente o seu Evangelho. Estes sofrerão a penalidade da “perdição” eterna. No texto original grego, a palavra para “perdição” que em algumas traduções está “destruição” é: ὄλεθρος olethros, que significa “ruína” exclusão total de todas as coisas que dão valor a existência. Não tem nada a ver com extinção, ou aniquilação da pessoa condenada ao inferno, como argumentam os adventistas. Paulo está falando da pena da perdição eterna após a morte, que significa a “separação permanente” da presença do Senhor e da majestade de seu poder.
Contudo, devemos lembrar que independente da futura ressurreição do corpo, a alma do perdido já está em tormentos no inferno. Não existe nenhum lugar intermediário entre o céu e o inferno, da mesma forma não existe sono da alma, ou período de inconsciência até a segunda vinda de Cristo. No Dia do juízo final, segundo as Escrituras, os mortos – tanto justos como injustos ouvirão a voz do Filho de Deus, e seus corpos ressuscitarão dos sepulcros e serão unidos novamente à sua alma. Os justos, ressuscitarão para a vida, e os injustos para a ressurreição da condenação no inferno. (Jo 5.25,29). Não existem alternativas depois da morte. Ou sua alma estará no céu com Cristo, ou estará no inferno com Satanás. A Bíblia não mente. Simples assim.
Quem governa o inferno?
Muitos pensam que o inferno é um lugar onde Satanás reina absoluto – assentado em um trono vermelho com um tridente na mão, dando ordens aos demônios para castigar e atormentar os condenados, porém, está muito enganado quem pensa assim. É evidente que o inferno é um lugar real de punição e sofrimento eterno para os ímpios, mas que somente Deus governa. Nem mesmo o inferno está fora do alcance da presença de Deus, pois Ele mesmo o criou, não somente para condenação eterna de Satanás e os seus anjos (Mt 25.41), mas também das almas daqueles que não pertencem a Jesus Cristo (Lc 12.5; Mt 13.49,50; 25.46). De fato, Deus está presente até mesmo no inferno, porém, – não em seu amor – mas sim em sua implacável ira, pois segundo as Escrituras, os condenados são “atormentados com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro” (Ap 14.10).
Edward Donelly, ministro da Igreja Presbiteriana Trina Reformada de Newtownabbey, Irlanda, afirmou que “o inferno existe para glória de Deus”. Ele está certo! Particularmente também creio nisso e vejo que assim como toda a criação tem o propósito de glorificar e bendizer o Nome de Deus, o inferno não é diferente. Podemos ousar dizer isso, segundo o ensino das Escrituras. O livro do Apocalipse, nos fala dessa realidade quando nos mostra os habitantes do céu adorando e dando graças pelo julgamento dos ímpios e pela ira de Deus que será derramada sobre eles no inferno. “Os vinte e quatro anciãos que estavam assentados em seus tronos diante de Deus prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus, e declaravam: Graças te damos, Senhor Deus, Todo-Poderoso, ..., porquanto assumiste o teu grande poder e começaste a reinar. De fato, as nações se enfureceram; chegou, porém, a tua ira, e o tempo determinado para serem julgados os mortos” (Ap 11.16-18).
Conclusão
A doutrina do inferno como um lugar real de castigo consciente e condenação eterna para os ímpios de todas as épocas é verdadeira, pois é a Palavra de Deus que nos garante isso. Não se trata de mitologia, não é um ensino filosófico, meramente humano, pelo contrário, essa é a verdade imutável de Deus revelada em Sua Palavra que foi testemunhada por vários personagens bíblicos, especialmente pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Não adianta você “tentar se esconder” da verdade do Evangelho e “fingir” que o inferno não existe, porque isso é enganar-se a si mesmo. Tão certo como existe um céu de glória preparado por Deus para morada e gozo eterno dos salvos ao lado de Cristo; o inferno também existe, é um lugar real criado pelo próprio Deus para punição eterna do diabo – seus anjos, e de todos que não são de Cristo. Há injustiça de Deus nisso? Absolutamente não. Porquanto, verdadeiros e justos são todos os seus juízos. É bom refletirmos sobre isso, pois, mais cedo, ou mais tarde, nós morreremos, e – nossas almas estarão em plena consciência – no céu, ou no inferno aguardando a ressurreição do corpo para o grande Dia do juízo final onde TODOS compareceremos perante o Tribunal de Cristo. E, a perspectiva desse juízo é tão terrível que, ao ser revelado: Os reis da terra, os príncipes, os generais, os ricos, os poderosos; todos enfim, escravos e livres, buscaram refugiar-se em cavernas e entre as rochas das montanhas. Então, passaram a berrar para as montanhas e rochedos: “Caiam sobre nós e ocultem-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porquanto, eis que é chegado o grande Dia da ira deles; e quem poderá subsistir?” (Ap 6.15-17).
JESUS FAZ A DIFERENÇA.