BATISMO NAS ÁGUAS 1 Cor 1.13-16

13 Será que Cristo está dividido? Será que Paulo foi crucificado em favor de vocês? Ou será que vocês foram batizados em nome de Paulo?

14 Agradeço a Deus o fato de eu não ter batizado ninguém de vocês, a não ser Crispo e Caio.

15 Portanto, ninguém pode dizer que foi batizado em meu nome.

16 Ah! Sim. Batizei também a família de Estéfanas. Além deles, não me lembro de ter batizado nenhum outro de vocês.

Alguns versículos antes Paulo estava tratando sobre a questão da igreja de Coríntios, sobre partidos, ou escolhas. Uns diziam ser de Paulo (partido que significa aquele pregador ou igreja que ganhou a pessoa para Cristo, mas não o levou a Cristo), outros diziam ser de Apolo (que significa a novidade, os truques do evangelho, a novidade, que não leva a Cristo), outros diziam ser de Pedro (que significa um judaísmo no evangelho, que é pior do que um retrocesso da fé cristã é uma deturpação de todo o sentido do evangelho) e outros advogavam ser do partido de Cristo (que significa os que na igreja não obedecem a liderança, dizendo ter manifestações esotéricas, estranhas, não confirmáveis, os sem igreja, ou os que vivem pulando de igreja, sem ter um pastor).

Paulo pergunta se por acaso Cristo está dividido, pois não é possível que o mesmo Cristo, o mesmo ensino, ande para caminhos tão divergentes. Foi Paulo e não Cristo que foi batizado? Ou vocês foram batizados em nome de Paulo? É a continuação das perguntas de Paulo aos coríntios. É óbvio então que Paulo está fazendo uma defesa do evangelho, até aqui. O pregador, ou a igreja, deve levar as pessoas a Cristo e não roubar a glória que é de Deus.

Mas o foco doutrinário, que devemos ensinar nossas igrejas aqui é sobre o Batismo nas Águas. Essa seção fala sobre Batismo. Entretanto, nos parece, nas palavras de Paulo, que o batizador tinha certa preeminência sobre o batizado, naquela época. Paulo diz ter batizado duas pessoas e uma família e só. Paulo sabia o teor do seu chamado, ele não havia sido chamado para batizar as pessoas, como o foi o ministério de João Batista, mas o de anunciar o evangelho.

A Bíblia é um livro que fala sempre numa progressão de assuntos. Na época do ministério de João, batizar nas águas era por demais importante e significativo. Logo após o fim do Antigo Testamento e começo do Novo, veio um profeta batizando as pessoas nas águas, como num rito de lavagem de santidade. Israel precisava começar de novo e o batismo naquele momento era muito importante. Mas é óbvio que o batismo, que é um rito de entrada, onde a pessoa batizada, está batizada em alguém, ela pertence a alguém, ela está dentro de um ensinamento de alguém. Uma pessoa batizada em Cristo promete seguir a Cristo, promete obedecer a Cristo.

Mas o Batismo é um rito de entrada no evangelho, onde a pessoa recém convertida diz agora publicamente, com o seu ato, que pertence a Cristo, porém o Batismo não é maior do que a pregação da palavra. João foi levantado para batizar e o seu ministério foi importantíssimo naquele instante, Paulo, por outro lado, foi levantado para pregar a palavra, ensinar o evangelho, desvendar o ministério de Cristo nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João. Paulo é um intérprete do que aconteceu. Os pregadores devem ser interpretes, sobretudo. O quê significa o que a Bíblia nos mostra em tal passagem? Esse é o foco da pregação de todos os pregadores: desvendar, tirar a venda, revelar, interpretar a Bíblia. O pregador deve ser acima de qualquer coisa ser um intérprete.

Ao estudar sobre níveis de leitura e pregação, observamos que pregar literalmente é o nível mais baixo que existe, o menor, o mais fácil, o mais preguiçoso, o mais direto, o mais raso. Interpretar já é obra de um nível mais alto, mais difícil, menos preguiçoso, mais indireto, mais profundo. Interpretar é explicar por que aquele fato está narrado na Bíblia e qual é o significado dele. O pregador tem que ser, obrigatoriamente, um intérprete de Bíblia, assim como deve ser o professor de EBD. Pessoas que pregam ou ensinam o básico, aquilo que qualquer um chega à conclusão numa leitura simples, portanto apressada, deixam de ensinar verdades mais profundas. Pregação rasa cria discípulos rasos, sem profundidade.

BATISMO NAS ÁGUAS

Batismo é o nome do ritual de purificação e consagração praticado no Cristianismo. Batismo é uma admissão, uma iniciação em algo ou alguém. Em Atos 2 a igreja foi batizada, ou recebeu a capacidade de cumprir o IDE (Marcos 16). Em Atos 2 a igreja recebeu dons de poder e dons de ministério, para poder ser testemunha de Cristo.

Podemos pensar em três momentos do batismo e todos eles seguem uma progressão de ensino. O primeiro é o batismo de João, que era um batismo de arrependimento dos pecados. (Marcos 1.4) O segundo é a interpretação de batismo que Paulo nos mostra em Romanos 6. O terceiro é o que fala em Galatas 3.23-29.

1 - O batismo de arrependimento de pecados

O Espírito Santo nos ilumina a fim de podermos perceber que pecamos. Isso deve gerar em nós a vontade de nos arrepender, que é não praticar mais o pecado, virar as costas para ele, seguir em outra direção. O Espírito Santo nos toca, de alguma forma para que possamos nos arrepender, mas deve existir em nós a vontade de se arrepender. Então o batismo de arrependimento é uma obra também humana. O Espírito me ilumina me mostrando que eu pequei e eu devo responder afirmativamente ao Espírito não praticando mais o pecado.

Eu sou então batizado, é-me dado o poder espiritual para que eu não peque mais. O mergulhar na água é apenas um sinal externo, para a sociedade, que eu agora estou “sendo arrependido” pelo Espírito. Milhões de pessoas pecam diariamente, mas poucas são tocadas pelo Espírito para se arrependerem. Para que haja arrependimento a pessoa deve saber do que precisa se arrepender. Os arrependidos foram os que em algum momento da vida ouviram a palavra de Deus, por isso é necessário pregar a todos, quer ouçam ou deixem de ouvir, ou, quer respondam afirmativamente naquele momento ou não, pois a palavra vai estar nele e no momento certo vai agir como convém, ou como obra de salvação ou como obra de acusação.

A palavra inspirada pelo Espírito Santo causa arrependimento. O batismo de João era um sinal de que a pessoa se decidiu a não pecar mais, com a ajuda do Espírito Santo.

2 – A interpretação de Paulo sobre o batismo em Romanos 6

Paulo nos ensina:

Continuaremos pecando para que a graça aumente? Não, pois nós já morremos para o pecado. Aqueles que foram batizados em Cristo, fomos batizados na sua morte. Fomos sepultados com ele na morte por meio do batismo, no descer as águas, que é uma espécie de afogamento. E assim como Cristo foi ressuscitado, nós seremos também. O nosso velho homem foi crucificado na cruz de Cristo, para que não sejamos mais escravos do pecado, pois quem morreu foi justificado do pecado. Pois sabendo que Cristo ressuscitado dos mortos não pode morrer novamente, a morte não tem mais domínio sobre ele. Pois morrendo, morreu para o pecado de uma vez por todas, mas vivendo, vive para Deus. Da mesma forma considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Cristo Jesus. Portanto não permitam que o pecado continue dominando, não ofereçam seus membros ao pecado, mas consagrem-se a Deus. Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão mais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Vocês foram libertados do pecado e tornaram-se escravos da justiça. Ofereçam-se à justiça que leva à santidade. Mas agora que vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus, o fruto que colhem leva à santidade, e o seu fim é a vida eterna. Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.

Temos muitas considerações a se ver em Romanos 6.

Primeiro, nós estamos estragados para o pecado. Desde que iniciou uma obra de santidade em nós, o pecado que para nós era natural, aos poucos vai ficando antinatural, por que nós estamos mudando. Quanto mais tempo e mais perto de Deus, mas estragados para o pecado estaremos. O gosto do pecado nunca mais será o mesmo, desde que a pessoa foi tocada pelo Espírito Santo para essa obra de santidade.

Segundo, o nosso velho homem, a velha natureza pecadora, morreu na cruz, um novo homem surge da ressurreição de Cristo. O batismo nas águas é o sinal externo, social, de que morreu o nosso velho homem e nasceu um novo homem. A velha natureza não tem mais domínio sobre nós. O novo homem é uma nova espécie de gente nesse mundo. Estamos no mundo, mas o cristão tem agora outra natureza. A velha era maligna, terrena e inspirada pelo Diabo. A nova é boa, do Céu e inspirada por Deus.

Terceiro, a lei da graça é superior a lei do pecado. Juridicamente só uma lei superior anula uma lei inferior. Não podemos nos esquecer que a Bíblia é um livro espiritual e os fatos aqui narrados são espirituais. A lei da graça - que é a lei da salvação, a lei da liberdade - supera a lei do pecado - que é a lei da dominação, da escravidão. Paulo compara a Lei do Antigo Testamento, como a Lei do Pecado. A Lei do Antigo Testamento era o das ordenanças, da religiosidade, do que se pode fazer e o que não se pode fazer. Essa Lei, não liberta o homem interior, que continua pecador. Haveria a necessidade de uma lei maior, melhor, que operasse no pecador de dentro para fora, mudando a sua natureza. A libertação do pecado pela obra da graça, se faz por um milagre da parte de Deus, uma iluminação no nosso Espírito. O espírito humano que era um com Deus no Jardim do Éden foi dissociado, separado do Espírito Santo pelo pecado. A obra de Cristo é reunir o espírito humano ao Espírito Santo novamente.

Quanto mais estivermos com Deus, menos gostaremos do pecado. É difícil alguém pecar naturalmente depois de uma hora de oração sincera, devocional, se derramando na presença de Deus. Ou depois de um culto abençoado, avivado, que renovou as suas forças. Mas é fácil alguém que não ora, ou não vai para a igreja, ser tentado. Quanto mais na Presença, menos no pecado. Nós vemos pessoas se esforçando para não pecar, sendo que elas deveriam se esforçar é para estar na presença de Deus. Se o pecado é uma lei espiritual, só uma lei espiritual pode superá-lo. Não é na nossa força que conseguimos a vitória sobre o pecado.

Entretanto é necessário dizer que eu tenho a minha parte de resistência. Paulo usa uma palavra forte: “Não permitam” que o pecado continue dominando. Quanto mais nos entregarmos ao pecado, mais o Espírito Santo vai se afastando de nós. Podemos apagar o arrependimento que nos salva. Eu me lembro que li a bastante tempo atrás, em algum lugar, que um pregador sempre começava a sua oração na carne, na velha natureza, na sua força, até adquirir a força de Deus, a espiritualidade, que vinha, o Espírito que chegava. Alguns podem dizer, não estou com vontade de orar, mas sei que preciso orar, então ore sem vontade, até a vontade chegar. Devemos nos esforçar em buscar o Senhor, se queremos a vitória. Aqueles que Deus abandonou, não sentem o arrependimento. O pecado não os acusa e isso é um sinal extremo de perigo.

Quarto, natureza mudada. Se pela fé compreendemos que fomos mortos para o pecado e ressuscitados em vida para Deus, dando até sinais externos como o batismo nas águas, isso deve nos mover na direção da mesa da comunhão, que é a Santa Ceia. John Stott nos fala no livro A Cruz de Cristo que nós, cristãos, somos a nova sociedade em Cristo. A sociedade da comunhão. O que significa que somos e portanto, devemos parecer outras pessoas. Devemos ser livres dos frutos da carne com o tempo e adquirir os frutos do Espírito (Gálatas 5). Um sinal de que a pessoa foi realmente convertida é que com o tempo ela deve melhorar como pessoa, no trato, nas atitudes, nas respostas frente aos seus desafios. Um cristão que era briguento no passado, não pode continuar briguento o resto da vida. Uma mulher fofoqueira agora crente, não pode continuar fofoqueira. Um ladrão não pode continuar roubando, um homossexual não pode continuar praticando esse mal, alguém que não pague suas contas, agora crente, não pode continuar sendo caloteiro. Se a natureza pecadora realmente morreu, e ela é teimosa em querer ressuscitar, então devemos manifestar a natureza santa.

As pessoas focam em ter suas vidas financeiras mudadas, mas o que importa mesmo é a vida interior. Quando a vida interior mudar a vida exterior também vai. Quem falava palavrão que não fale mais, quem traia que não traia mais, quem mentia que não minta mais, quem pecava que não peque mais. Se esforce em não pecar, até que o poder espiritual para você não pecar chegue. Trabalhem, estude, aprenda e com o tempo o dinheiro vem.

As pessoas conhecem muito pouco sobre o pecado e principalmente sobre o seu pecado. Se Jesus veio para nos salvar dos nossos pecados (Mateus 1.21), então deveríamos ser expertes no assunto pecado. Precisamos saber qual é o nosso pecado, reconhecê-lo para poder lutar contra ele. O que ativa o pecado em você? Alguns que fumavam dizem que tomar café dá vontade de fumar, sua mente foi associada a tomar café e fumar. Sendo assim, nesse caso o que liga o pecado do cigarro é tomar café, então não tome. O que ativar o pecado em você, evite, saia de perto. Por exemplo, quem tem problemas com pornografia não pode ficar vendo certas coisas e nem conversando com pessoas maliciosas. Eu tive um problema muito grande com pornografia a ponto de faltar no trabalho para ficar vendo pornografia na internet. Com o tempo uma solução foi colocar o computador na sala, sem senha, para que todos da família pudessem se vigiar. Minha esposa e filhas conhecem a senha do meu celular, não por que eu seja bonzinho, mas por que eu preciso que me vigiem. Uma coisa boa para certas pessoas é a rotina. Sabendo que todo dia tem que estar em casa naquele horário, então a pessoa não vai estar na rua além do horário. E ela deve perceber que aquilo é para o bem dela.

3 – Batizados em Cristo

Continuando a falar a respeito da divisão na igreja dos coríntios, ele passa a falar de batismo nas águas e acaba falando no batismo espiritual: o batismo em Cristo.

Parece-nos que havia alguma preeminência, uma certa autoridade, de quem batizava sobre o batizado. Paulo faz uma defesa da fé, apontando Cristo. É em Cristo que devemos estar, sempre, quem batiza ou deixa de batizar não é importante, o importante é o fato do batismo. Batismo é um dos dois ritos principais da igreja evangélica, o outro é a Ceia. O batismo é um aceno para o mundo de que sou cristão e a Ceia nos diz que vivemos em comunhão.

O grande capítulo sobre batismo nas águas é Romanos 6. Há uma concepção e que não é preciso molhar a pessoa por inteiro, ao ser batizada. mas se a idéia é a pessoa morrer, ao ser afogada e ressuscitar, ao ser levantada da água, então molhar parcialmente não me parece correto. Ninguém morre um pedaço, ou morre inteiro ou não morre. Compreendo que não dá pra mergulhar a pessoa em alguns casos especificos, como alguém doente, ai pode-se molhar a sua cabeça com um pouco de água e orar a batizando. Porém isso é exceção e não regra.

“Antes que viesse esta fé, estávamos sob a custódia da lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor. Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa.” Gálatas 3:23-29

Na verdade é dificil para nós compreender o que seja batizado em Cristo. Gordon Fee fala em 1 Cor. 1.13 "Vocês foram batizados para DENTRO do nome de Paulo? Essa é a idéia. Ser batizado em Cristo é ser batizado para dentro de Cristo, é fazer parte do lugar onde ele está, para dentro do Reino onde ele está. Ser batizado em Cristo é estar dentro de Cristo, ou estar no lugar espiritual que ele está que pé o Reino de Deus. Ser batizado em Cristo é estar vivo espiritualmente, em Cristo.

Gálatas 3, o texto acima que lemos, nos fala que fomos batizados em Cristo, isto é: fomos revestidos de Cristo. A idéia deve ser muito simples para todos compreenderem. Ser revestido é ser vestido de novo, ou vestir uma roupa por cima da roupa. Você tinha uma roupa, vestiu outra, ou melhor foi vestido em outra. Alguém vestiu você, alguém cobriu você. Quando aceitamos a fé cristã, o nascido de novo foi revestido de Cristo, foi coberto com em Cristo.

A Bíblia mostra um monte de versículos a respeito de revestidos. Eis alguns exemplos: Salmos 132:16, 1 Pedro 5.5, Romanos 13.12, 2 cor. 5.2 e 3. É interessante que cada um apresenta uma graduação, uma diferença, um nível de revestimento. Ser revestido em Cristo é o mesmo que estar no Espírito. O grande mal da igreja é ter gente não convertida em nossos meios. Quem não está convertido so pode ser religioso e nunca consegue entrar verdadeiramente na presença de Deus.

Mentalidade de escravo.

"Digo porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo." Gálatas 4:1

Podemos observar que existem apenas dois tipos de crentes: os ue tem mentalidade de escravos e os que tem mentalidade de filhos. Qual é a idade onde a pessoa alcança a maturidade? Segundo a Bíblia, com doze anos. Os judeus acreditam que um jovem com doze anos está maduro. O problema é que muitos de nós formamos ou velhos imaturos ou jovens maduros. Um filho, ou filha, com vinte anos de idade pode ser dona do seu destino, ou pode ser tratado como o bebezinho da mãe. Tem jovens que com quinze anos tem filhos e marido e cuidam muito bem da sua casa, filho e marido. Alguns moços jovens são mais maduros que os seus pais.

Em relação à espiritualidade é a mesma coisa. Ou se ensina a mentalidade de escravo ou se ensina a mentalidade de filho. Ou temos a mentalidade de escravo, ou temos a mentalidade de filho. O versículo citado diz que o herdeiro de toda a fortuna, o futuro dono de toda a fazenda, enquanto é menor de idade, portanto incapaz ainda de gerenciar adequadamente o patrimônio, em nada é diferente do escravo, que não tem liberdade de escolha.

Compreendemos isso mais facilmente ao ouvirmos as orações dos irmãos. Podemos orar de forma muito diferente sobre querer estar no ministério. Posso orar com a mentalidade de escravo: "Senhor, eu gostaria de ser um pregador, um cantor, um pastor algum dia. Tenha miseicórdia de mim e um dia, se for a tua vontade, me coloca no ministério." Mas posso orar com a mentalidade do filho que sabe os seus direitos: "Senhor, eu já sou pregador no meu espítio, sou cantor, sou um pastor e em Nome de Jesus vou pregar, vou cantar e vou pastorear aina a sua igreja. Amém."

Eu estava vendo um video e a irmão orou pela outra:

- Irmã, eu profetizo a cura na sua vida. Você está curada?

- Não irmã, eu estou doente.

- Vamos orar de novo - disse a irmã que estava orando pela outra. Em Nome de Jesus eu profetizo a cura na sua vida. Irmã, você está curada?

- Não irmã, eu estou doente.

E isso continuou durante algum tempo. As pessoas precisam ser ensinadas que a partir do momento em que você orou, vai acontecer. A oração são comandos no Reino dos Céus para que aconteça alguma coisa. Eu orei, eu profetizei que vai acontecer, então é impossível não acontecer. Talvez quando a gente começa a orar a nossa fé é pouca, mas quanto mais se ora, mais confiança no que estamos orando vai sendo gerado até que aconteça. Se no meu terreno eu preciso fazer um quarto para a minha filha, eu começo a orar e a pedir que um quarto seja construído. Quanto mais eu vou orando e profetizando que esse quarto vai acontecer, mais certeza eu vou adquirindo que vai acontecer.

As pessoas oram sem fé na maioria do tempo. Elas oram: Ah, Senhor, se for da sua vontade... Esse é o problema, estão orando sem saber se Deus está no negócio ou não, o que implica falta de Bíblia. A bíblia é a revelação completa de Deus, se lermos e estudarmos a bíblia é entendermos o que Deus quer nos dar, podemos pedir com certeza o que pedimos e as nossas orações serão poderosas. Não ajuda quando alguém vai no hospital orar por um doente e ora: Ah, Senhor, se for da sua vontade cura essa pessoa. Tiago 5.14-18 nos fala que Havendo alguém doente chame os presbíteros, ou seja, os obreiros, os crentes, e ele vai ungir o doente, impor a sua mão sobre a cabeça do doente e profetizar a cura. Não há duvidas aqui se é da vontade de Deus ou não curar, Ele manda orar profetizando acura sobre todo e qualquer doente que aparecer pra gente orar. O problema é que as pessoas se colocam sob um julgo pessoal: Mas e se Deus não curar, como é que eu fico perante a congregação? Deus mandou orar no Nome Dele. Não somos nós que curamos, não somos nós que mandamos orar, ungir e profetizar, isso partiu de Deus, então Ele se reponsabiliza pela palavra Dele, só que eu que oro pelo doente devo acreditar no que estou fazendo. A maioria das pessoas ora sem saber se existe a promessa na Bíblia. As pessoas oram por coisas legítimas, sem fé alguma. Elas oram sem fé por emprego, por mudança de casa, por compra de um objeto, por um novo estudo, uma nova especialização, mas sem fé. Nas suas orações elas pedem como um escravo, sem compreender que é herdeiro e tem direito àquilo ali. Ah, Senhor se o Senhor quiser, me ajuda a ter tal coisa. Mas ele quer, se aquilo é legítimo e principalmente se está na Bíblia.

Uma vez ensinei isso e falei que os seres humanos oram por coisas de humanos. Um animal, um gato ou um cachorro, por exemplo, não precisa ir na praia, ou ir a um restaurante, mas eu, um ser humano preciso um dia de ir ao restaurante, ao cinema, à praia, viajar, tirar férias, arrumar um emprego novo. Posso orar até por algo aparentemente desnecessário, mas humano, como um sapato vermelho, ou um tênis que custe dois mil reais. O importanteé ter um sapato no pé, mas a nossa vaidade nos da o desejo de um sapato vermelho, ou um tênis caro. Eu posso orar por isso. Um irmão pobre estava estudando musica e começou a orar a Deus por um saxofone que custava quase dez mil reais, ou dez meses do seu salário. Deus o abençoou e ele conseguiu o seu saxofone. Se eu tiver a mentalidade de menino, e for eternamente imaturo, eu serei então como um escravo, sem direitos, apesar de herdeiro.

Amém

Fiquem na paz.