Sobre o ateu-Xavier, o ateu-Magneto e uma conclusão
Inspirado pela série de quadrinhos, desenhos animados e filmes: X-Men.
Existem dois tipos de ateus (com um espectro entre eles) e eu vou explicá-los rapidamente nesse pequeno texto:
Charles Xavier é o líder dos mutantes que almeja uma coexistência pacífica com os não-mutantes.
O ateu-Xavier é o ateu ou agnóstico que quer ser respeitado por sua descrença e que busca respeitar as crenças religiosas dos outros, evitando psiquiatrizar a religião, tratando-a apenas como uma variação normal (no sentido de racional) do pensamento e comportamento humanos. Isso significa que ele tem uma visão predominantemente otimista e tranquila sobre a religião.
Magneto é o líder daqueles mutantes que desejam dominar e subjugar os não-mutantes por acreditar que um compartilhamento de poder seja impossível, até por ter uma história pessoal de traumas profundos com os mesmos (segundo a estória, ele perdeu sua família no Holocausto).
O ateu-Magneto é o ateu ou agnóstico que, de maneira conclusiva, não respeita a religião, por considerá-la um transtorno mental. Ele prefere por uma secularização mais contundente, que não apenas deixe de dar espaço para articulação social e política de organizações religiosas, mas que também as proíba, literalmente, de existir de maneira legal. Ele tem uma visão bastante pessimista sobre a religião.
Então, tal como no universo de X-men, no nosso, parece que falta uma terceira via, realmente moderada, no sentido de ponderada, que não declare guerra absoluta à religião por saber da existência de pessoas de boa índole que dependem emocionalmente dela, mas que também não acabe se tornando excessivamente diplomático a ponto de mentir sobre o que essas crenças também se consistem, que saiba lidar com o dilema de combater, de maneira cirúrgica, a influência política da religião sem causar efeitos colaterais a quem não tem nada a ver com esse conflito.