A Bíblia é um vivo manual para uma vida que vai além de apenas viver.

Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ministrar a verdade, para repreender o mal, para corrigir os erros e para ensinar a maneira certa de viver; a fim de que todo homem de Deus tenha capacidade e pleno preparo para realizar todas as boas ações. (2Tm 3:16-17). Paulo aqui fala sobre a inspiração das escrituras, ele usa palavras do grego com reluzentes significados.

A primeira palavra é theopneustos (θεοπνευστος), Theos (deus Pai), e Pneustos de Pneuma (Sopro, ar, vida ou espírito). Sendo assim entendemos que Deus Pai soprou aos ouvidos dos autores uma palavra viva, ou seja, a vida em ação, vemos isso ser declarado em: “O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. (2Sm 23:2).”

A outra palavra é, didaskalia (διδασκαλια), as Escrituras são úteis para ensinar. Quando estudamos a Bíblia com afinco e com uma exegese vemos que de gênesis a apocalipse temos um vivo manual de vida. Nela vemos os acertos e erros de seus personagens, vemos o cuidado do Pai para com seu povo, e vemos o vivo amor em ação que é o dever de todo cristão.

Ela é justa para reprender, e aqui Paulo usa outra palavra ilustrativa elegchos (ελεγχος), ela não significa simplesmente repreender dar uma bronca, como epitimao (επιτιμαω), pois não é uma repreensão que leva a uma condenação, e sim uma luz que guia para o Reino de Deus. Ela nos mostra a falha e nos leva a entender qual é o real caminho que nos leva a reaver a imagem e semelhança com o Pai.

A quarta palavra é epanorthosis (επανορθωσις), que traz o significado de restaurar ao caminho correto ou ao estado do que deveria ser. Sendo assim entendemos que a Bíblia tem o ensino que nos leva a restauração por inteiro.

Ao estudarmos a Bíblia com afinco, voltamos a ter vida e vida plena em todos os níveis do ser, vida bios ou soma, um corpo físico restaurado; vida psique, alma, ou seja, uma mente uma alma limpa e livre do ego e dos males das baixas emoções; e, iremos além, pois nos reconectaremos ao espírito, que se fara vivo em nós, vencendo a morte.

E Paulo apresenta um argumento final. O estudo das Escrituras instrui o ser humano em justiça e o prepara para boa obra do amor. Esta é a conclusão essencial. O estudo das Escrituras não deve ser nunca egoísta; não deve ser nunca para o bem próprio ou da própria alma. Ela sempre nos dá o dever de contribuir para o bem-estar coletivo.

Pois qualquer conversão que faça uma pessoa pensar somente em si mesma, não coaduna com a Bíblia. Devemos estudar as Escrituras para sermos úteis a Deus e úteis as vidas que nos cercam. Ou seja, jamais devemos estudá-la simplesmente para salvar a nossa própria alma, devemos nos converter numa pessoa que Deus possa utilizar para salvar as almas e confortar as vidas de outros.

Pois ninguém é salvo a não ser que esteja inflamado pelo afã de salvar a seus semelhantes. Que cada um avalie a si mesmo, e entenda qual é o seu papel no aprendizado que as Escrituras nos trazem. Sempre tendo o amor de Cristo Jesus como árbitro de seu coração.

(Molivars).