Amemos os vivos em vida e na vida.

E eis que havia certo homem, chamado José, natural de Arimatéia, uma cidade da Judéia, e membro do Sinédrio, que era bom e justo. Ele não havia concordado com o veredicto, tampouco com o proceder dos outros, e aguardava o Reino de Deus. (Luc 23:50-51). Aqui neste relato pós a crucificação, vemos algo que salta ao entendimento de mentes atentas.

Jesus sempre primou pela vida e pela necessidade humana, e o fez cuidando e atendendo as vida no aqui e agora. Ele nos ensinou que devemos cuidar das vidas que nos cercam, e que devemos negar a vida psique, ou seja, o ego egoísta em prol das vidas.

Mas com o passar dos tempos e depois de milhares de anos ainda somos religiosos que na maioria das vezes cuidamos do nosso ego. Seja por medo, por ambição desmedida, por superstições ou preconceitos desprezíveis. E muitos de nós agimos assim pensando ser nobre.

Aqui no relato vemos José de Arimatéia, um homem nobre, mas houve algo trágico a respeito dele neste relato. Ele era membro do Sinédrio. No relato vemos que ele não esteve de acordo com o veredicto e a sentença desse tribunal. Mas guardou silêncio durante o julgamento; ou se ausentou.

Ele o fez porque viu que não poderia fazer nada para impedir a ação com a qual não estava de acordo. E por temer as autoridades eclesiástica da época se manteve calado enquanto um inocente sofria.

E aqui não escrevo como um crítico, pois ser engenheiro de obras prontas é mais fácil que pôr as mãos na massa, e estar exposto aos acertos ou erros. Mas uma voz que grita em defesa do inocente soa como um balsamo para a alma, se, no meio do frio horror dessa odiosa assembleia, uma voz tivesse falado a favor de Jesus uma alegria envolveria a amorosa alma.

Mas José esperou até que Jesus morresse, e depois lhe deu uma tumba. Eis aqui uma das mais antigas tragédias da vida humana: “É que estamos mais dispostos chorar, elogiar e a levar flores à tumba das pessoas que deveríamos ter ajudado enquanto estavam vivas.”

Ou seja, choramos pelos mortos, mas desprezamos os vivos. Deixamos para seus obituários os elogios que devíamos ter feito em vida. Elogiamos os mortos nos memoriais e nos minutos de silêncio das comissões, damos louvor e agradecimentos que deveríamos ter outorgado quando estavam vivas.

Porque se faz mais fácil para o ego elogiar os mortos do que cuidar e suportar os vivos. Mas quantas vidas se tornariam mais vívidas se deixássemos de lado o nosso ego para confortá-las e acudi-las. Pois uma palavra para o que vive vale mais que uma catarata de loas para o morto.

E foi isso que esta passagem nos ensinou, amemos mais os vivos mesmo sabendo que amar dá trabalho e custa abnegação do ego egoísta. Pois foi isso que Jesus O Cristo nos ensinou na obra da rude cruz. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 08/04/2023
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