COMPAIXÃO - A forma como o coração enxerga mais que os olhos
COMPAIXÃO – A forma como o coração enxerga mais que os olhos.
“Jesus chorou... e os judeus disseram: como Ele o amava...” João 11.35,36
Soube por outras informações que numa noite de muita chuva e frio, dois jovens passavam por uma rua e viram dois mendigos sentados sob a cobertura de uma loja, com muito frio.
Os jovens pararam e tiraram suas jaquetas e cobriram os mendigos com elas. Um dos jovens beijou os dois mendigos...
Entende-se que ao ouvir a voz do coração, este foi um gesto de profunda misericórdia, considerando que a definição mais justa deste sentimento tão sublime seja a capacidade de perceber a miséria (último estágio de pertença humano) com o coração.
Voltando para o universo interno da Igreja, local sagrado deixado por Deus para que os homens se juntem e se manifestem em amor devotado a Ele, resta uma pergunta, no mínimo intrigante: é possível notar com bastante facilidade gestos de compaixão, percepção de misericórdia, demonstração e afabilidade e de desejo de acalentar não o frio que vem de fora, mas o frio que insiste em mutilar as emoções mais intrínsecas do ser humano que está ao meu lado, ao seu lado?
Eu consigo perceber o frio congelante das amarguras entrincheiradas no coração do meu semelhante, do meu irmão?
Eu consigo perceber que meu irmão sofre, que tem seus dissabores, seu universo constrito, por isso, inviolável pela falta de quem se achega para acalentar a sua dor, minimizar a sua inquietude e dizer: haja o que houver, saiba que estou ao seu lado. Eu consigo dizer isto?
Se as respostas forem NÃO, eu devo repensar no meu EU CRISTÃO.
Conta que um homem jazia sobre a cama e tinha o desejo de ver sol. Orou por muito tempo para a porta se abrir e não se abriu. Mudou a direção de sua oração e pediu a Deus que enviasse alguém que abrisse a porta para si. Apareceu este alguém e a porta foi aberta.
Até para orar, preciso direcionar meus propósitos mais sublimes. Oração é a menor distância que existe em mim e Deus, mas devo conduzir ao fundamento da oração. Esta palavra é o somatório de ORAR+AÇÃO. Preciso sim, me fundamentar na oração, mas ela será atendida na sua plenitude se minha ação for condizente com o propósito de Deus para com ela.
Orar e agir para acalentar a dor do meu irmão é, sem dúvida, a mais eloquente proposta de misericórdia e compaixão que eu posso demonstrar.