Unidos na morte

Há ocorrência que chega a surpreender, na qual a morte une pessoas que não se uniam em vida. Como isso é possível? Vejamos.

Eu conheci uma pessoa da qual me disseram ser um pastor ou que teria sido tal, mas que já era aposentado. E sempre que eu ia visitar uma tia idosa que ainda vive, eu o via sentado à porta da sua casa, onde eu costumava passar. Eu o saúdava, mas ele não me respondia. Eu atribuía isso a sua audição devido a idade dele. Mas eu ouvia da tia que ele não era uma pessoa tolerante, e que não se lhe mostrava simpática. Também me disse a tia, que certa vez ela tropeçou e caiu próximo dele e ele ainda zombou dela, a qual era possivelmente mais idosa que ele.

O tempo passou e ele foi pro saco preto a poucos dias. Devido às grandes chuvas que estão ocorrendo no litoral paulista e por questão de comodidade, ele, que foi avô materno de duas netas da minha tia, teve dificuldade para ser sepultado. Assim, recorreram a minha tia para ceder o seu local de sepultura para ele ser sepultado.

Assim, eles acabarão unidos na morte, embora não tenham sido unidos em vida. Ironia do destino? Não vejo assim. Imagine na ressurreição eles ressuscitando nus e abraçados, mesmo se hostilizando em vida. Será que irão se alegrar, ou voltarão a se espezinhar?

Não seja orgulhoso nesta breve existência, nem trate ninguém com desprezo, porque Deus faz coisas que podem surpreender e humilhar os altivos.

Guarulhos-Sp, 23/02/2023

Oli Prestes

Missionário