Mecanismos Dvinos
Na parte terceira do Livro dos espíritos, Intervenção de Deus nas penas e recompensas, questões 963 e 964 temos as seguintes explicações. Com cada homem, pessoalmente, Deus se ocupa? Não é Ele muito grande e nós muito pequeninos para que cada indivíduo em particular tenha, a seus olhos, alguma importância? “Deus se ocupa com todos os seres que criou, por mais pequeninos que sejam. Nada, para a sua bondade, é destituído de valor.” Mas será necessário que Deus atente em cada um dos nossos atos, para nos recompensar ou punir? Esses atos não são, na sua maioria, insignificantes para Ele? “Deus tem suas leis a regerem todas as vossas ações. Se as violais, vossa é a culpa. Indubitavelmente, quando um homem comete um excesso qualquer, Deus não profere contra ele um julgamento, dizendo-lhe, por exemplo: ‘Foste guloso, vou punir-te.’ Ele traçou um limite; as enfermidades e, muitas vezes, a morte são a consequência dos excessos. Eis aí a punição: é o resultado da infração da lei. Assim em tudo.”
O que acontece é que ainda temos a ideia de um Deus com forma e atitudes humanas, o que nos traz grandes prejuízos na apreciação da Sua grandeza. Dessa forma não conseguimos entender como Deus pode ao mesmo tempo nos amar e cuidar de cada um de nós. E por isso mesmo precisamos sair de nós, da ideia de um ser que é um corpo e nos lembrar que somos espíritos, e criados a imagem e semelhança Dele. Somos seres que age e atrai tudo, inclusive cuidamos do nosso corpo dessa forma, através do pensamento. A manutenção das, aproximadamente, cinquenta milhões de células do nosso corpo físico está sob o comando do espírito. Tudo que fazemos para que possamos sobreviver aqui nesse plano, fisiologicamente falando, de forma automática, foi adquirido por nós através dos tempos e hoje o fazemos de forma automática.
Uma sabedoria popular diz que estamos em Deus e Deus está em nós. O mestre Jesus nos deixou Algumas afirmações que corroboram esse pensamento: ”Sois deuses”. “eu e Deus somos um”. Pensamentos esses que podem ter reflexos práticos muito importantes em nossas vidas, sem fanatismo, se soubermos refletir e entender o que foi dito.
A mensagem que precisamos entender e que vai fazer a diferença é que assim como Deus age de forma magnífica, através dos seus pensamentos, nos quais todos nós e tudo que existe está mergulhado, nós podemos também agir, não para fugir das nossas provações, mas para encontrarmos forças para suportá-las. Para que possamos aprender com elas e fazer com o maior aproveitamento possível aquilo que viemos fazer aqui, que é evoluir espiritualmente, desabrochar o Deus que somos.