Fé que espelha a viva confiança no amor do Pai.
Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso. (Tgo 5:11). Este versículo faz parte da passagem onde Tiago discorre sobre a paciência, mas a paciência aqui descrita vai além de uma passividade que tudo suporta inativamente.
A paciência aqui descrita é um tipo de paciência investigativa, que busca compreender o porquê das pedras no caminho, o porquê dos espinhos que furam a pele e a alma. E jamais culpa o caminho, e sim se atenta para as coisas do caminho.
Ele cita Jó, e sua paciência, e usa a palavra, hupomone (υπομονη), esta palavra traz o significado de um tipo de paciência, daquele que não se deixa levar pelas rudezas da vida, que ante a dor e o sofrimento mantém-se firme em sua fé. E jamais sai do seu caminho e nutre a lealdade na espera compromissada com alguém.
É um tipo de paciência que entende que somos mais do que uma vida física e que existe algo de eterno em nós; que entende que a vida física é só o começo da verdadeira vida; que entende que neste mundo tudo tem um tempo de duração, e nada é nosso, pois tudo que temos é por empréstimo na forma de comodato para ser usado no propiciar do bem ao próximo.
Quando estudamos o livro de Jó, vemos que apesar de sua corrente de perguntas, apesar das agonizantes dúvidas que rasgavam seu coração, ele jamais perdeu a fé em Deus. "Ainda que ele me matar, nele esperarei" (Jó 13:15). "Nos céus está minha testemunha, e meu testemunho nas alturas" (Jó 16:19). "Eu sei que o meu Redentor vive" (Jó 19:25).
A grandeza de Jó reside no fato de que, apesar de tudo, o que rasgava seu coração, nunca deixou de aferrar-se à fé, e sua fé estava posta em Deus. A submissão de Jó não é uma submissão servil, passiva e cega. Jó se debateu, interrogou e questionou; às vezes chegou até a desafiar. Mas a chama de sua fé não se apagou em seu coração.
Nos tempos de hoje vivemos momentos iguais onde a mentira, a corrupção, a maldade e até mesmo os que se dizem fiéis se mostram infiéis em suas ações. Cabe a nós mantermos a fé no Pai e em Cristo Jesus, pois Ele nos ensinou que a vida é muito mais e vai além do que possamos sequer imaginar.
E mais Haverá momentos na vida em que pensemos que Deus nos esqueceu. Não obstante, se nos aferrarmos aos restos da fé, no fim desta vida também nós veremos que Deus é muito bondoso e muito misericordioso, pois nEle há vida em abundância.
Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).