A verdadeira luz
Pe. Geovane Saraiva*
Fomos criados, pela proposta do nosso bom Deus, para imitar Jesus de Nazaré, tendo seu início no mistério luminoso da verdadeira luz. A criatura humana nem sempre é tão boa, mas pode docilmente acolher, neste Natal, a declaração inusitadamente maior: o amor de Deus pela humanidade.
Ó Senhor, abençoe a todos os que percebem vossa divindade e se sensibilizam, num olhar terno e afável, diante da manjedoura! Ela é sagrada e nos recorda, não só o humilde e vulnerável nascimento da criança de Belém, mas nos faz elevar aos céus nossos pensamentos, solidários, para multidões enormes de seres humanos que nascem e vivem nas mesmas condições. Nossa esperança está no Emanuel, Deus Conosco, Senhor e Salvador de todos, que vive e reina para todo o sempre!
A vida requer coragem, diante do mistério de crer em Deus, no sonho de uma esperança inabalável, no compromisso por mais vida, e vida inclusiva, fraterna e solidária, com dignidade, mas na realidade de uma frágil criança, nascida há mais de dois mil anos e nela um número incontável de crianças vivendo as mesmas suscetíveis inseguranças.
Eis, pois, a realidade contrastante e contraditória: o mistério inefável do Natal! Que neste Natal de 2022 não se desperdice a mensagem oriunda da estrebaria de Belém, no mais elevado espírito de fé e de esperança. Não se esquecer também de que a saída, e não há outra, encontra-se na criança que desce do céu, pois nela temos a realização dos desígnios de Deus, no que diz respeito à humanidade e ao mundo.
Convém, neste tempo do Natal, olhar para Maria, cheia de graça, encantada e extasiada, pela a manifestação de Deus. Em sintonia com seus desígnios, surpreendida e perplexa, com a saudação do anjo Gabriel, responde: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1, 37). Amém!
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).