Compreendendo as 1ª Cronicas - Notas e contextualização sobre o rei Saul
Comentário sobre as 1ª Crônicas
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História de Saul e o nosso contexto
Sempre que se referir a alguma passagem bíblica seja responsável, contextualize. Entenda e ensine quando, que época, quais eram os costumes, eles aconteceram. Se for aplicar aos nossos dias lembre-se de aspectos que nos diferenciam, por exemplo, Israel da Bíblia era uma monarquia, a maioria dos países atuais são repúblicas, escolhem os governantes de outra forma.
1. Saul foi um governante (monarca) derrotado na vida
Aparentemente viveu como se não tivesse sido escolhido para reinar pela graça de Deus. Comportou-se como se o governo que lhe fora confiado fosse direito, mérito seu. Chamava a atenção o tempo todo para si, seus pensamentos e suas opiniões. Saul foi um ditador, péssimo exemplo para sua família, sem caridade, perseguia e instigava o ódio aos seus adversários imaginários.
Não admitia perder o poder. Preferiu o suicídio que aceitar o juízo de Deus e a derrota imposta pelos filisteus. Aparentemente não tinha uma vida de comunhão e oração com Deus. Naquela época, deve ter tido uma relação conflituosa com os sacerdotes e profetas, não admitindo conselhos, orientações, advertências destes, que eram símbolos de autoridade religiosa. Saul não se aconselhava. Era dono da razão. Sua vontade não podia ser questionada.
2. Saul foi um testemunho mal para seus assessores imediatos
Seu escudeiro ficou numa situação complexa. Atender o pedido de homícidio, morte assistida, do Rei, se matar também ou se entregar ao vencedor? A instabilidade da família real toda o fez temer em matar Saul e depois não ter suas explicações aceitas, ser condenado à pena de morte por tentativa contra o monarca. Lembremos que naqueles dias não haviam testamentos escritos. A vaidade e a doença psicológica de Saul contaminara o escudeiro que junto com o patrão, preferiu o suicídio.
As tropas também foram afetadas. Saul devia ser um político autoritário e centralizador. Ao se suicidar deixou as tropas sem comando, sem direção, sem pensamento independente. Não sabiam ou preferiram não lutar. Fugiram também.
3. Saul era um homem imaturo, instável espiritualmente
Saul vivia numa sociedade que era teocrática, como as demais, por isso as vitórias nas guerras eram atribuídas aos deuses, porém, judaica, exclusivista, monoteísta e bastante tradicional. Conforme as normas desta sociedade, da qual ele era o líder e continuador dessas tradições, não se devia consultar profetas, sacerdotes ou médiuns que não fossem chancelados por essas normas sociais, religiosas e políticas. Ele consultara uma necromante em En-Dor.
A sociedade judaica não negava os poderes espirituais em outras religiões, tão somente, determinavam que os seus membros não os procurassem, pois isso os desviaria da crença em único Deus, historicamente, proposto por Moisés. Lembremos que não existiam cursos de Teologia, nem pesquisas sobre o divino mais avançados naqueles dias. Era primitiva a crença e a forma de elaborar a fé das tribos. Numa das passagens mais utilizadas pelos que negam os fenônemos espíritas, Deuteronômio 18, não está dito que é impossível consultar os mortos, mas que os judeus não o façam.
Como deve ser a nossa relação hoje com outras religiões? São elas nossas inimigas e devem ser eliminadas em guerra santa ou ensinam, de outra forma, os mesmos valores e crenças? Está Deus restrito às nossas definições e conceitos? Somos proprietários do único e Verdadeiro Deus?
Saul foi um homem levado por toda a diversidade religiosa. Não havia amadurecido. Não estabelecera convicções. Deixou a orientação certa pela duvidosa. No mar de religiões queria agradar-se com todas. Paulo enfatiza a necessidade do homem espiritual e maduro, estudioso e convicto, o que não significa que chegou à verdade plena, que não busca maior conhecimento, mas o homem que cresce e se fortalece. Suas opiniões vão encontrando base, pesquisa e respostas. Efésios 4:14. Hebreus 5:11-14.
Em cada época há um conhecimento elevado possível que o homem pode e deve tentar atingir. Há sua revelação específica, que evidentemente se torna transitória e passageira com o advento dos novos tempos. Nos dias de Saul a coisa mais importante era a presença da arca no meio do povo de Deus. Em nossos dias isso não é importante. Temos a arca espiritual que é Jesus Cristo. Saul não deu importância e nem se valeu da arca como um recurso que simbolizava a presença e a atuação de Deus entre seu povo. Tanto que apenas Davi vai recuperar essa bênção. 1 Crôn. 13:3,8,14. Saul deixou de consultar a Deus e se voltou para os aventureiros espirituais que exploravam a fé dos povos primitivos. 1 Crôn. 14:10.
* Me sentirei honrado se me enviarem comentários, críticas, sugestões de leitura, testemunhos sobre este breve comentário ou aponte o que não ficou claro. Nenhum homem ou grupo é dono da verdade, mas todos devemos ESTUDAR. Envie seus comentários. O texto saiu no improviso e vou corrigindo a gramática à medida do possível.