Pondé falando do Espiritismo me fez assinar a Folha
Gosto de debates calorosos, onde há argumentos que tornam a discussão uma ferramenta de crescimento. De uma conversa onde entramos com nossas ideias e podemos sair com inúmeras outras. Afinal, como já afirmou o físico, filósofo e teólogo francês, Blaise Pascal, "Ninguém é tão sábio que não tenha nada a aprender e ninguém é tão tolo que não tenha nada a ensinar."
Mas alguns chamados intelectuais cometem o ridículo de se acharem os donos da razão, porque a maioria deles não procura ser útil, mas apenas achou um jeito de estar em evidência, aproveitando-se do nosso ego, da nossa vaidade e até mesmo do nosso gosto - a maioria de nós ainda é assim - pelas polêmicas. Muitos desses vendedores de artigos usam técnicas para chamar a atenção, algumas vezes ridicularizando religiões, como no texto do professor Luis Felipe Ponde à Folha de São Paulo. Mas isso não é privilegio de nossa época, pois o próprio codificador da doutrina, Allan Kardec, passou inúmeras vezes por esse tipo de situação. E sempre lidou com todas elas com muita elegância e com a tranquilidade de quem sabia o que estava fazendo e, acima de tudo, de quem sabia que o Espiritismo não buscava criar mais uma casta, mas uma doutrina que muito tinha e tema contribuir com a humanidade. Portanto, não tenhamos nós a vaidade de nos acharmos acima de críticas. Mas vejamos nisso uma oportunidade dialogar com o maior número de pessoas sobre esta filosofia que fala sobre a imortalidade da alma e sobre o porquê do sofrimento humano.
No entanto, o mestre de Lion sabia também que, assim como nos informado nas escrituras sagradas, há tempo certo para tudo acontecer. E esse tempo não é fruto de uma fatalidade, que mais representaria a supressão livre arbítrio. Mas da maturidade espiritual de cada um e, portanto, da coletividade. Façamos nossa parte, portanto, incansavelmente, mas se nada impor.
E sim, Pondé por inúmeras vezes busca ridicularizar as religiões. Ele, niilista, acredita não precisar de Deus, assim como minhas duas filhas, três crianças espirituais que se acham extremamente independentes. Aliás, o tema do artigo do filósofo ao qual nos referimos no título dessa nossa reflexão, que é uma pergunta, pode ser respondida agora: Por que Deus permite o mal? Em parte, ele, o professor, tem razão, o que chamamos de mal são apenas experiências e muitas vezes frutos de fenômenos naturais. Os rótulos de bem e mal são frutos da pequenez humana, da falta de entendimento da grandeza Dele. Mas ao contrário do que ele afirma, Ele existe sim, e o universo não é neutro. Aliás, o gênio da física Albert Einstein disse uma vez, numa carta que escreveu a um dos pioneiros da física quântica, Max Born, que Deus não joga dados. E, levando-se em conta que o Deus que conhecemos na questão número 1 do Livro dos Espíritos, inteligência suprema, causa primária de todas as coisas, é o mesmo que criou todas as leis naturais, podemos trazer esse raciocínio para a moralidade. O universo é moral, não no sentido arcaico desse termo, mas por ter estabelecido metas a serem alcançadas por nós e com benefícios para nós. Metas que quando bem compreendidas dão sentido à vida, minoram esses sofrimentos, contribuem para uma sociedade mais pacífica.
Mas vamos colocar aqui algumas questões levantadas pelos materialista e refletir qual doutrina, a materialista ou a espírita pode contribuir com a humanidade. Porque é disso que se trata, não de ter respostas bonitas, não de vender artigos, mas de levar conforto. De contribuir para uma sociedade melhor e mais equilibrada. Se uma criança nasce doente, ela teria escolhido "pagar um boleto", como é colocado no artigo da Folha. Não necessariamente, vivemos num mundo de expiação e provas. E a criança não escolhe e não tem discernimento para escolher nada, o espírito escolhe, é o que somos e como nos encontramos no mundo espiirtual, salvo exceções. E o espírito porque quer experiências e não as vê como um mal, ele quer crescer e merecer a felicidade. Quer aprender pelos seus próprios esforços, sentido na pele o mal que eventual tenha praticado em outras existências.
Mas enfim, poderíamos colocar aqui inúmeras outras situações, porém, como advertiu Kardec no livro O que é o Espiritismo, para se conhecer a doutrina, que não pretende fazer prosélitos, é necessário estudar bastante, para não se cometer o equívoco de julgar o todo pela parte. Fica então, o convite a todos aqueles que sofrem, ou seja, todos nós, e que, além de buscar o conhecimento para aliviar seus sofrimentos, querem ser úteis à sociedade, sem a pretensão de serem os donos da verdade.