O SER E O TEMPO, SENTIDO DA VIDA

O SER E O TEMPO, SENTIDO DA VIDA

Por uma palavra: “haja”, no princípio todas as coisas foram criadas, disse o Criador: Haja luz e houve luz, logo, do nada passou a existir, assim a luz tornou-se em algo existente. Mas, quanto ao ser humano, não foi assim, o Criador reuniu a trindade na elaboração do processo de fazer, construir: “façamos...” – tornou-se o homem o resultado da “feitura” do Criador, diferente de todas as coisas criadas por uma só palavra “haja”. Assim, diferentemente de toda a criação, o homem foi construído a três mãos – “façamos o homem...” A feitura do homem sendo destacado dentre toda a criação. Do barro foi formado, quando ainda sem vida, de dentro de Deus veio o sopro da vida. Penso que nesse momento eles se entreolharam e com admiração e esplendor, numa exclamação, disse o Criador: “foi muito bom”. O homem sendo feito à imagem e semelhança de Deus, com o propósito de ser a Sua glória. Deu-lhe um lindo jardim numa gloriosa terra azulada, sua casa. Deus havia dado ordens sobre as coisas existentes que seriam entregues ao homem, quando disse Deus: “Produza a terra seres viventes...” (Gn.1-24) “Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves do céu, trouxe-os ao homem para ver como lhes chamaria; e o nome que o homem desse...” (Gn.2-19) uma enorme tarefa ainda não concluída, e que dificilmente o será, pois que esta é a dinâmica da vida, trabalho contínuo, o de “dar nome” às coisas deixadas por Deus. Parte central desse glorioso processo da criação, foi também a feitura da mulher (ajudadora) tirada da mesma matéria em que foi construído o homem, da mesma qualidade, porém, com características diferentes, pois que do Seu propósito, o casal protótipo, se tornara responsável por povoar a terra, macho e fêmea, gêneros únicos dentro do proposito do Criador, portanto, imutáveis. Homem e mulher feituras das mãos de Deus, muito mais excelente do que a toda criação. Por uma palavra o poder de fazer existir do nada tudo quanto Deus havia planejado: “haja”, e passou a existir. Mais que tudo, as mãos de Deus modelaram esta estrutura maravilhosa do corpo humano – macho e fêmea feitos aos calor das mãos divinas, sob os olhares dos céus, dos mesmos atributos deixados no homem – o poder criativo, cabeça pensante, sentimento, sendo capaz de conjecturar, transcender – poder se comunicar com o Criador. Com tudo isso, conhecedor da sua origem, do processo de multiplicação da espécie, do erro da desobediência que deu origem ao pecado, ainda hoje, pelo erro da não submissão, muitos permanecem nos seus pecados. Pela escolha de ser senhores de si mesmos, muitos não tem compreendido a dualidade que envolve o “ser e o tempo”, ou seja, o que dá sentido à vida enquanto aqui na sua temporalidade – a questão do sentido do ser e o ser do sentido. (Martin Heidegger havia pensado nesta questão). Pensando eu, o que faço da vida, ou, da minha existência tem sido suficiente para estabelecer uma razão de viver, ou, de ter encontrado sentido para a vida? Com Deus o Criador de tantas maravilhas que meus olhos podem contemplar; da certeza de que sou um pecador; da graça de ter sido alcançado misericórdia da parte de Deus, outorgando-me a salvação, ou seja, permitindo-me retornar para a casa do Pai celestial. Podemos viver de modo agradável a Deus, com todas as possibilidades de que andando em comunhão com Deus, podemos ser sempre vencedores, mesmo, e, apesar dos nossos tropeços. Não somos apenas existentes, somos feituras de Deus para a Sua glória, portanto, com propósitos que vão além da nossa temporalidade imperfeita, mas com toda a verdade da eternidade que nos é aguardada em Cristo – o ser e o tempo, isso é todo o sentido da vida, a vida com sentido no plano de Deus.