A Saudade dos que partiram
Chico Xavier dizia que a saudades é uma dor que fere dos dois lados. Pois na verdade tudo que existe é vida, ainda que em planos diferentes. Portanto, hoje, o dia de finados, na verdade pode ser visto, com mais propriedade, como o dia da saudade. Ou melhor, um dia especial para nos lembrarmos daqueles que partiram antes de nós. Muito embora esse sentimento não tenha dia para nos procurar. Mas vale a reflexão.
A doutrina espírita sepultou a morte definitivamente em 1857, quando do lançamento do Livro dos Espíritos, deixando-nos o conforto grandioso que a suposta morte é apenas uma separação momentânea, que aqueles que amamos nos aguardam em outros planos da vida. Que eles estão prosseguindo do lado de lá da mesma forma que nós seguimos do lado de cá. Deus, modelo de amor e justiça, não criaria seres racionais e dotados da capacidade de amar para viberem juntos, criarem laços afetivos e depois serem aniquilados.
A saudade é algo muito natural, e, embora a morte de fato não exista, fato esse comprovado pelas inumeras manifestações dos espíritos em reuniões mediúnicas, é muito natural também que queiramos estar junto dos nossos, daqueles que comprtilham de nossos ideais, de nossos valores. Daqueles com os quais construímos uma vida, tivemos momentos de alegrias e superação de obstáculos e tristezas. Enfim, é muito natural sofrer, chorar quando eles se vão e sentir saudades enquanto o reencontro não acontece.
Para que o reencontro se dê o mais breve possível, no entanto, nosso sentimento não pode ser regado pela revolta. Mas sim pelo entendimento com o qual podemos e devemos nutrir nossa alma, fortalecendo-nos para que possamos viver com dignidade, fazendo aquilo que viemos fazer nesse plano, até que chegue também nosso momento de voltar. Esse pensamento, aliás, deve ser nossa motivação, uma delas, de continuarmos não somente vivendo com alegria, mas transmitindo às pessoas que nos rodeiam, principalmente através de nosso exemplo, esse ânimo e confiança em Deus. Pois existem inúmeras que passamm pela mesma situação, a separação dos entes queridos, e não têm o conhecimento da doutrina espírita para as esclarecer e consolar.
O nosso legado é também levar adiante, assim como fizeram os grandes trabalhadores da doutrina espírita, com muito menos recursos que nós temos hoje e enfrentando perseguições que hoje ainda existem, mas em menor número, em menor intensidade, tudo aquilo que recebemos do Espiritismo e nos fez bem, tudo aquilo que nos fortaleceu. Sem, no entanto, a pretensão de santidade ou de sermos os donos da verdade por termos assumidos um compromisso diante do Cristo e da espiritualidade. Somos sim pioneiros desta empreeitada e precisamos estudar Kardec com muito afinco e amor ao semelhante para que posssamos ser instrumentos da Luz e não de mentiras e dissensão.
Quando estivermos em dúvidas sobre o nosso comportamento basta trazer Jesus e seus trabalhadores a nossa mente, entre eles, Chico Xavier, Kardec, Francisco de Assis, e logo voltaremos ao estado de paz e de respeito ao livre arbítrio e de compromisso com a humandade.
Rodinei Moura