Concílio Vaticano II: 60 anos
Pe. Geovane saraiva*
O Concílio Vaticano II quis ser um essencialmente remédio, para a Igreja Católica no mundo moderno, desde o seu advento, em todo seu processo de ação evangelizadora, respondendo aos anseios e clamores do mundo moderno. Pensou João XXIII na criatura humana como um todo, restaurada e renovada, pela viagem de si mesma rumo ao incondicional e ao absoluto, percebendo o homem com um ser social, na sua íntima natureza, não sendo possível o mesmo viver sem desenvolver suas atividades, sem se relacionar com os demais seres humanos (cf. GS 12).
Como é indispensável pensar na imensa importância dos pequenos gestos e das pequenas iniciativas, que contribuem para a vida do mundo ser mais digna e melhor, mais agradável, respirável e bela, vida dos seres viventes, das pessoas e de todo o planeta! Que a humanidade possa se comprometer, através dos bons propósitos, com a constante busca e procura da vida, evidentemente associada à vontade divina.
O nosso Deus se manifestou, há 60 anos, através do Concílio Vaticano II (1962-1965), maior bênção, graça e dom oferecidos pelo Senhor Deus à Igreja no século XX, no projeto grande e planetário de São João XXIII, o Papa da “bondade”, através da ação e inspiração do Espírito Santo de Deus.
Pode até surgir a pergunta: Para onde foram as graças e os sinais de esperança com a reforma da Igreja?
Convém pensar na Igreja restaurada e reconciliada com o mundo, na promessa de uma nova primavera, em meio a guerras, destruição de florestas e outros tantos males, no comprometimento da vida no seu todo, nas visíveis manifestações contra a agressão ao meio ambiente. O mundo quer sinais generosos dos seguidores de Jesus de Nazaré, mas na direção do espírito do Concílio Vaticano II, ao não se distanciar do sonho esperançoso de João XXIII, o do mundo de hoje, renovado e reconciliado em Cristo, nos gestos e atitudes dos seres humanas.
No Concílio Vaticano II, Espirito Santo abriu um vasto caminho, que conduz a Deus e ao irmão. Resta para o seguidor de Jesus de Nazaré o esforço, e que seja gigantesco, no sentido se viver e conviver em paz, além de amar e servir o próximo, no justo pleito da Assembleia convocado por João XXIII, de comunidades fraternas, solidárias e inclusivas, fermentadas pelo Evangelho.
É obvio que o espírito do Concílio prossegue, mas quando a criatura humana, voltando-se para si mesma, desejosa de encontrar, na complacência e na clemência divina, seu esmerado nirvana, no empenho generoso e sincero, na factual concretização da maturidade humana, na relevante verdade divina em questão.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da Academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).