Os espíritos - Estágios evolutivos
Quando estamos no mundo físico, como espíritos encarnados, conforme formos passando pelas experiências da vida, vamos apresentando as nossas características - quem conosco convive termina por nos conhecer, com base nos nossos comportamentos. É bem verdade que pode ocorrer de não demonstrarmos como realmente somos - podemos agir de uma forma e pensar de outra, “mascarando” a nossa real identidade. De acordo com a “habilidade” de cada um, estas máscaras podem perdurar ou se desfazer, mais cedo ou mais tarde - pois é difícil enganar a todos o tempo todo. De toda forma, sendo verdadeiros ou nem tanto, obtemos novos aprendizados e evoluímos - como espíritos imortais que somos -, seja através dos acertos (que nos trazem alegria imediata por tê-los realizado) ou dos equívocos que cometemos (porque nos apresentam, através da dor em nossa consciência, que precisamos melhorar naqueles determinados aspectos).
Tendo em vista que o nosso corpo físico pertence ao mundo material, no momento em que por qualquer razão fique impossibilitado de conter e/ou manter o fluido vital, ele perece - o que costumamos chamar de morte é a impossibilidade de que o corpo continue a ser utilizado pelo espírito. O corpo desfaz-se e retorna à Natureza - a mesma de onde advieram os seus elementos constitutivos. O espírito, contudo, apenas deixa o seu envoltório carnal e continua a sua vida como ser imortal, em outro período de instrução e preparo para a reencarnação (em novo corpo físico), no momento adequado e enquanto for necessário que assim seja. Continuamos, portanto, após a libertação do corpo físico, exatamente os mesmos que éramos enquanto dele nos utilizávamos como uma roupa. O falecimento do corpo não nos torna outros. Na dimensão espiritual, porém, não somos mais capazes de fingir, de mascarar a verdade sobre nós. Não temos mais como esconder o que pensamos - se tentarmos fingir, não obteremos êxito. Bom que exercitemos, desde já, o hábito de ser verdadeiros e evitemos utilizar as já mencionadas máscaras - será muito útil esta atitude mais adiante, como se percebe. Tão importante quanto sermos verdadeiros é buscarmos nos tornar melhores, procurarmos evoluir.
O educador, escritor e tradutor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), que é conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec, ao codificar a Doutrina Espírita, baseou-se em informações advindas do Plano Espiritual, através de processo mediúnico, com metodologia científica. Verificou, com o desenvolvimento do trabalho, o fato acima mencionado - de continuarmos os mesmos, após o retorno à vida espiritual, tanto os sinceros, quanto os dissimulados. Procurou obter, então, os esclarecimentos sobre como poderiam ser “classificados” os espíritos, em escala a ser utilizada de forma didática. Afinal, como não temos a possibilidade de conhecer os seus pensamentos, precisamos saber como identificá-los, aproximadamente, dos menos aos mais evoluídos, a fim de não sermos ludibriados pelos enganadores ou brincalhões.
Segundo Kardec, em O Livro dos Espíritos: “Os espíritos admitem, geralmente, três categorias principais ou três grandes divisões. Na última, aquela que se encontra na base da escala, estão os espíritos imperfeitos, caracterizados pela predominância da matéria sobre o espírito e pela propensão ao mal. Os da segunda se caracterizam pela predominância do espírito sobre a matéria e pelo desejo de praticar o bem: são os espíritos bons. A primeira, enfim, compreende os espíritos puros, que atingiram o supremo grau de perfeição. Esta divisão nos parece perfeitamente racional e apresenta caracteres bem definidos; não nos resta senão destacar, por um número suficiente de subdivisões, as nuanças principais do conjunto. Foi o que fizemos, com o concurso dos espíritos, cujas benevolentes instruções jamais nos faltaram”. A seguir, na mesma obra acima citada, são apresentadas as características dos espíritos em cada uma das categorias que se encontram, pormenorizando os dados sobre o tema.
As informações sobre o mundo espiritual estão ao nosso alcance, basta querermos. Nunca nos esqueçamos de que a instrução é fundamental ao nosso progresso intelectual e moral.