Líderes Religiosos e Seus Luxos

A revista Forbes divulgou em 2019 um ranking da fortuna dos maiores líderes religiosos do Brasil. “Ao contrário do que pregou Jesus Cristo, em 2019 eles acumulavam uma vasta fortuna”. Estevam Hernandes Filho e sua esposa, a bispa Sônia, por exemplo, tinham acumulados R$ 120 milhões. Outro exemplo, R. R. Soares, cunhado de Edir Macedo, aparecia com R$250 milhões. O líder da Assembleia de Deus, Silas Malafaia, detinha uma fortuna de R$ 300 milhões e o "apóstolo" Valdemiro Santiago, ‘dono’ da Igreja Mundial do Poder de Deus acumulava uns  R$ 400 milhões. No entanto, na liderança dessa estranha lista estava Edir Macedo, fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, com patrimônio estimado em R$ 2 bilhões. Dissimulados, patifes ou imorais?

Desde os templos Bíblicos até os dias atuais sempre existiu a venda de Indulgências. Indulgência é um termo que se resume ao pagamento monetário pela promessa do perdão espiritual dos pecados cometidos pelas pessoas. Na Bíblia, Jesus repudia os falsos profetas, obstinados e viciados pela malícia da mentira e da enganação. Quando Jesus entrou em Jerusalém, saudado pelo povo e, se dirigiu ao Templo, uma casa de orações, se deparou com inúmeros pecadores que ali vendiam e compravam de tudo. Jesus tratou de expulsar a todos que faziam daquele lugar santo um balcão de negócios. No final da Idade Média, Martinho Lutero, o monge alemão que revolucionou o mundo com uma nova visão teológica, após visitar Roma, ficou chocado com a lassidão do clero e com a livre venda de indulgências. Com o avanço dos séculos, a venda de indulgências passou a ser cada vez mais uma forma de ganho financeiro pelas Igrejas e pelos Pastores. Nos dias atuais a venda de indulgências consiste na remissão completa dos pecados cometidos por um indivíduo por meio de pagamento monetário, teoricamente, calculado com base na posição social e na magnitude que cada pecado deve ser perdoado. No Brasil, os políticos da vez, encastelados em seus palácios fazem orações, pregam a paz em nome de Deus, ao mesmo tempo em que metem o cacete em seus opositores nesses cultos. Um doce para quem adivinhar os ganhos pecuniários, políticos e projeções sociais que os pastores ganham com essa turma.

 

Por Tom Olive