Nosso tesouro mais caro
Perguntemos àqueles que está numa cama de hospital, agonizando, o que ele gostariam de ter nesse momento e a resposta será um uníssono: tempo!!! Ninguém gostaria de ter mais dinheiro, de ter mais poder, não agora.
Galileu Galilei nos informa, na gênese de Allan Kardec, que o tempo é apenas uma medida relativa da sucessão das coisas transitórias.
A existência nesse plano, portanto, está sujeita a essa medida. E, embora o dia tenha vinte e quatro horas para todos nós, o tempo vai parecer passar mais ou menos depressa para cada um.
Imaginemos uma mãe que tem dois filhos e precisa trabalhar, estudar e dar atenção aos filhos. Como ser humano ela precisará de um tempo para si mesma também. O tempo para ela tem uma dimensão única e, muitas vezes, até angustiante.
Não nos cabe, portanto, julgar a vida de ninguém. Mas analisar como utilizar melhor essa dádiva e como ser um instrumento de multiplicação dessas informações tão valiosas.
A percepção do tempo tem ligação direta com um procedimento de otimização que o cérebro utiliza para que não fiquemos estressados, tendo que aprender todo o dia as mesmas coisas. Um bom exemplo disso são as placas de trânsito que temos que entender o significado quando vamos tirar nossa habilitação. No início olhamos para as placas e pensamos no seu significado. Mas com a prática apenas olharmos e o cérebro faz uma rápida relação com uma imagem que ele guardou desse objeto. Entendermos o significado sem fazer força.
Mas se por um lado esse processo é necessário para simplificar nossa rotina, ele nos dá também a sensação de que tudo passa cada vez mais depressa.
É necessário, portanto, aprender a apreciar o tempo fora da rotina. A parar e respirar por alguns segundos e ficar conscientes do que estamos fazendo. Isso nos faz valorizar esse tempo que nos resta fora do trabalho, e muitas vezes mesmo dentro dele, tomando um café, fazendo um lanche, ou simplesmente ficando quieto e relaxando um pouco.
Assim como é necessário aprender a aquietar nossa mente, a controlar esse trem que pode nos levar rumo à coisas fantásticas. Assim como ao desgaste emocional e a uma doença incapacitante de graves proporções, como a síndrome de Burnout, por exemplo.
É verdade que a doutrina espírita nos consola com a informação sobre a pluralidade das existências. Mas ela nos fala também sobre merecimento, sobre a necessidade de aproveitar cada reencarnação. Que é programada, que nós mesmos, ou espíritos muito caros, tivemos que trabalhar muito para merecer, para ter cada pessoa e cada situação importante que passamos nessa vida e que irá acrescentar na nossa evolução, caso façamos bom uso delas.
Alguns dizem que o bem mais valioso que temos é a vida. No entanto, se analisarmos com cuidado entenderemos que o nosso tesouro mais caro é o tempo. Pois mesmo que passemos pela suposta morte, encontramos apenas a vida. Mas como aproveitamos o tempo que temos nos dois planos é que determina a qualidade da nossa vida, nossa felicidade ou infelicidade.