Homossexualidade na visão espírita
O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado nesta terça-feira, 28 de junho, em referência à Revolta de Stonewall, nos Estados Unidos, em 1969.
A data carrega a importante missão de marcar a luta no combate à LGBTQIA+fobia no mundo inteiro e reforçar a importância da construção de uma sociedade igualitária e livre de preconceitos, independente de gênero e orientação sexual. E a doutrina espírita dá a sua colaboração nesse sentido.
Na questão 200 do Livro dos Espíritos Allan Kardec interroga a espiritualidade a respeito do sexo nos espíritos: tem sexo os espíritos? Resposta: não como entendeis, porque o sexo depende da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.
Em 1991 a Organização Mundial de Saúde retirou da lista de distúrbios mentais o que era conhecido como homossexualismo, passando, então, a ser utilizado o termo homossexualidade. Já que é na verdade uma orientação, ou seja, não uma escolha, mas um sentimento inato, algo que como disse Chico Xavier no famoso Pinga Fogo da extinta TV Tupi, é uma condição da alma.
Vejam que na questão acima citada os espíritos não dizem que não tem sexo entre os espíritos, mas que não é como entendemos. E é unânime entre os estudiosos da doutrina que somos herdeiros de nós mesmos, de tudo aquilo que praticamos em outras existências. Isso forma a nossa personalidade, o nosso caráter, a nossa psiquê.
Seja por prova, quando estamos numa corpo com sexo diferente daquele que reencarnamos por muitas e muitas vezes. Seja por expiação, onde também há a inversão sexual, mas por uma necessidade de sentirmos na pele como é ser desrespeitados pelo sexo oposto, pelo mau uso que fizemos de determinada condição sexual, poderemos estar na condição de um homossexual, que é merecedor do respeito de todos, assim como os heterossexuais.
Imprescindível uma nota a respeito da expiação que usamos como exemplo acima: não há ninguém que venha com a missão de fazer o mau e se o fazem é por escolha e estão sujeitos, portanto, às consequências dessas escolhas.
Mas, também, não significa que pelo fato de alguém ser portador dessa orientação, vai, por isso mesmo, ser também uma pessoa promíscua, que vai desrespeitar a sua energia sexual. Assim como não significa que um heterossexual é uma pessoa mais disciplinada nesse sentido.
Esse assunto, aliás, sexo, sempre foi revestido de tabus. Nunca foi um assunto muito discutido, o que é necessário para que seja possível a educação de nossos espíritos a esse respeito. Deve-se discutir sobre sexo com o mesmo respeito e leveza que devemos ter com todos os outros temas.
É importante, ainda, lembrar que as pessoas disciplinadas num aspecto da vida não têm, por essa razão, o direito de condenar ninguém. Somos apenas diferentes quanto a nossa necessidade de aperfeiçoamento, sem que possamos afirmar que sejamos melhores que alguém. Não é o objetivo, aliás, esse tipo de competição. Indicaria tão somente uma infantilidade espiritual. Uma falsa compreensão do que seria a jornada evolutiva.