Amor platônico

Que é ele? Como é que age esse modo de amar? Porque ele age assim? Isso é bom? Vejamos:

Há pessoas que manifestam muita dó de alguém por tomar conhecimento do seu "modus vivendi", e que gostaria de ajudá-lo a sair daquela situação. Mas que não o quereria na sua casa, ou não renunciaria a sua comodidade pelo comiserado. Assim, diz, se eu tivesse condições, isso falando de condição financeira, eu o ajudaria. Um amor inútil, só de vontade, amor conveniente. Ou um amor distante. O amor não busca os seus próprios interesses. I Co. 13:5.

Outro há que seja apaixonado por alguém, mas não tolere certos hábitos que ela tenha. Assim, se relaciona com o outro dentro de certa medida. Desse modo há casais que moram separados, e que só se juntam para agradar as suas carnes. Amor de conveniência.

Como há aqueles que se submetem a um relacionamento conjugal pelo que o outro parceiro lhe proporciona. Casa, carro, o sustento, etc.

E no meio tido como cristão acontece certa tolerância e intolerância por parte da irmandade por causa das diferenças entre aqueles que deveriam ser iguais. Essas tolerâncias tem limites muito curto, e não raro são manifestas até publicamente ou em grupinhos que são formados dentro do âmbito evangélico.

Alguns mostram isso por causa da sua comodidade e dos seus hábitos domésticos, enquanto que outros o fazem por intolerância mesmo.

Depois da assunção de Jesus aos céus, quando a comunidade cristã passou a ser gerenciada pelos apóstolos, todos tinham tudo em comum, e ninguém tinha nada como seu. At. 2:44 e 45. Isso talvez alguns gostariam que se fizesse, mas possivelmente se eles estiverem em condição desfavorável. Quem estivesse em condição econômico financeiro benéfica é possível que não pensasse assim.

No episódio de Jó, o protótipo do justo, é dito que ele não deixava ninguém dormindo na praça da cidade, mas que ele os recolhia na sua casa, inclusive o viajante.

Há quem queira ajudar a outros apenas lhe favorecendo com algum alimento barato ou vestuário, mas que não esteja disposto a dividir o seu teto com eles.

O amor platônico é como o amor dito que há entre o Sol e a Lua. Nunca podem estar próximos. E que cada um manifesta a sua luz em certas horas do dia. Que se amam, segundo dizem, mas que não podem coabitar sem causar estragos ao outro ou a um dos dois.

Jesus disse: "Vendei o que tendes, dai esmolas", veja:

"Vendei o que tendes, e dai esmolas, e fazei para vós bolsas que não se envelheçam, tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração". Lucas 12:33 e 34.

Mas, se no aspecto fraterno manifesta intolerância, mesmo não dependendo do outro e até sendo ajudado pelo outro no aspecto doutrinário, como será tolerante para com alguém que não possa lhe favorecer em nada?

Falar é fácil, manifestar desejo de resgatar pessoas também, mas daí, a fazer, vai uma grande distância. Recolher uma pessoa na sua habitação na condição de miserável, de enfermo, e cuidar dela a fim de ajudá-la a obter não só condição social digna mas também condição de irmão espiritual para habitar o novo céu com ele, é difícil para os egoístas e inconvertidos, que não aprenderam a ser tolerantes e benignos, que só ama o outro segundo as suas conveniências e interesses. Esses estão longe da vontade de Deus, e estão longe do evangelho da inclusão.

É bom que os tais religiosos e pretensos cristãos revejam a sua postura e pretenso amor. Pois pode estar cheio de um sentimento humano e carnal.

Guarulhos-Sp, 25/06/2022.

Oli Prestes

Missionário