Mais que somente oradores, imitadores de Cristo em amor e verdade.

Portanto, sede imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor como Cristo, que também nos amou e se entregou por nós a Deus como oferta e sacrifício com aroma suave. (Efésios 5:1-2). Estes versículos fazem parte do ensinamento que Paulo dá aos da época, e estes chegam até nós ainda como novidade. Pois muitos de nós gritam amor a Deus, mas cai no ledo engano de desprezar o ser humano.

Muitos confundem que o sacro ofício é somente gritarem e irem ao êxtase em cultos performáticos. Mas Paulo usa uma linguagem inteligível ao grego ilustrado, ou seja, aquele que era conhecedor de seu idioma. E a palavra que ele usa aqui é (μιμητης) mimetes; constituía uma parte importante na preparação de um orador. Os mestres de retórica declaravam que a aprendizagem da oratória dependia de três coisas: teoria, imitação e prática.

Paulo ensina que não basta ser um repetidor dos ensinamentos das Escrituras, se faz precioso estudar profundamente e ser praticante antes de orador. É como se ele dissesse: "Se vocês estudarem e exercitarem em ser oradores sejam também imitadores de Cristo em seu viver diário”. E essa imitação devia dirigir-se acima de tudo numa direção. O cristão deve imitar o amor e o perdão de Deus.

Paulo usa uma frase típica do Antigo Testamento: fala do "aroma fragrante". A frase se remonta a uma ideia tão antiga como o próprio sacrifício. Sendo assim se desejamos imitar a Deus e imitar o sacrifício que Jesus ofereceu só poderão obtê-lo amando ao próximo com o mesmo amor sacrificial com que Jesus os amou e perdoando-os como amor de Deus o fez." A afirmação de Paulo é que o cristão deve reproduzir em sua própria vida a atitude divina de amor, bondade, perdão e misericórdia.

E aqui fica um alerta, amar, perdoar e ter misericórdia são atos e atitudes do verdadeiro Cristão. E lembremos também que o próximo não é somente aquele que nos rodeia e comunga o mesmo ideal, e sim é aquele que precisa de nós mesmo que este nos odeie, mesmo que este nos tenha prejudicado ou tenhamos um atrito com ele. Jesus nos ensina isso na passagem do bom samaritano, (Lucas 10:25-37).

O triste é que hoje muitos de nós agem como o sacerdote e o levita da parábola, passam ao largo daquele que necessita, e o fazem cheios de desculpas que beiram a heresia. E se continuarmos agindo assim ouviremos a dura palavra: E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade (Mat 7:23).

Iniquidade no grego é anomia (ανομια), o pecado daquele que rejeita a lei do amor. Pois não há maldade pior que a do coração empedrado e duro daquele que não sabe amar, coração cuja misericórdia não tem morada. Este ser pode até falar sobre a palavra de Deus, mas jamais refletira a imagem do Pai, e para este só a um destino que é o lago de fogo citado no (Apo 19:20; e 20:10, 14-15).

Que cada um de nós se autoavalie e tome a sua decidida direção. Que o amor de Cristo Jesus seja o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 15/06/2022
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