Conceito das Naturezas (Boécio)

O conceito de natureza está associado à genética de cada indivíduo, independe da cultura ou cosmovisão que o mesmo estar inserido, o homem como ser criado possui elementos correspondentes que incluem a moralidade, espiritualidade inteligência e a capacidade do relacionamento. Sempre existiram teorias para explicar e para definir possíveis naturezas.

Portanto, com base nos textos Gn 1.26-31; Ec 3.11 obtemos um respaldo bíblico e em função do seu conceito a existência de duas naturezas, “Façamos o homem nossa semelhança”, por esta razão o homem foi criado para possuir duas naturezas. A saber, natureza terrena e divina, quando Deus cria o homem, sua concepção foi perfeita, fazendo-o superior a todos os seres viventes, concedendo o poder de domínio sobre toda à terra. Após a queda e a caminho do fracasso espiritual, o homem está sentenciado e condenado à prisão sob o pecado e morte eterna e suas consequências, sendo assim, a libertação, viria por meio da natureza divina, por meio da fé em Jesus, Gn 3.15; Jo 3.15; Rm 5.12-15.

Segundo Boécio, existem quatro asserções que julga definir o termo natureza, porém, o mesmo se atém a última opção que aqui venho destacar; (Diferença específica que informa cada coisa) seu argumento corrobora com os escritos Aristotélicos, pois apresenta um sentido coerente e fiel ao assunto abordado.

O tratado busca identificar o sentido natureza e as propriedades das espécies, visando que o que difere por espécie, difere por algo ou algo, ele faz uma comparação entre homem e cavalo, explicando em partes suas especificidades, dando-se a saber que a natureza é a diferença específica que informa cada coisa, e afirma que quando definimos o conceito natureza a relacionamos a natureza de Cristo. Declara Boécio.

Por esta perspectiva, o homem possui duas naturezas, havendo união das naturezas. A natureza física é perecível e mortal e assim é devido por sua virtude da corruptibilidade, que culmina sua desintegração, mas seu espírito, por ser sua natureza imutável não sofre mutação. Assim, como o Apóstolo Paulo diz em suas cartas. Os que são de Cristo, possui então uma natureza que está em guerra permanente, a vontade terrena e a divina que se opõem mutuamente. Gálatas 5.17; Rm 7.18 - 19. Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão. Gálatas 5:1.