COMO LER E PREGAR EFÉSIOS 4 O MOTIVO DAS MUITAS PROVAS

FUGINDO DO SUPERFICIAL NA PREGAÇÃO

Nós pregadores trabalhamos com a maior palavra que o homem poderia ter: a palavra de Deus. Foi-nos confiada a mensagem do Evangelho. Tocamos em assuntos como vida após a morte, o que é a vida, Deus Criador do Universo antes, do Big-Bang, Deus administrador, que continua a moldar o universo, as nações, os reinos. Falamos de uma Cruz eterna, que é base para esse mundo e qualquer mundo que possa existe ou possa existir. Pregamos que Deus está em nós, com o nome de Espírito santo e ainda assim, há quem consiga pegar essas enormes verdades que ultrapassam o conhecimento humano e nos preguem uma mensagem pequena, fraca, sem pulso, sem vida; faltante de algo, até difícil de definir.

Precisamos ter coragem de analisar algumas mensagens, para podermos pregar melhor e nos policiarmos para não cairmos nos mesmos erros. E talvez um erro primário seja ser básico demais. É a questão de tirar o texto do contexto e falar o que vem à mente. Isso não funciona e não ensina como deveria. Ouvi muitos textos como esse abaixo, no inicio do meu ministério, mas só depois de mais velho no ministério é que posso compreender exatamente o que estão fazendo de errado.

Leia o texto que vamos estudar e observe o que você ensinaria, ou pregaria, ou o que lhe chamou a atenção apenas nesse texto. Esse é exatamente o problema. Podemos tirar o texto de contexto, quando não observamos o texto, em comparação ao restante do livro de onde foi tirado, ou do conjunto inteiro da Bíblia. Nunca analisamos um texto, seja qual for, da Bíblia, o desmembrando do restante dela. Qualquer texto bíblico, está dentro da Bíblia e deve ser observado pelo todo, para compreendermos as partes. Efésios 4.1-2 é parte de Efésios, que é parte do Novo Testamento, que é parte de toda a Bíblia.

Pregar baseado apenas num texto bíblico, seja ele qual for, sem obedecer a regra, que analisamos o texto a base do contexto, ou os versículos, tomando como base toda a Bíblia, é trazer uma mensagem fraca, superficial, subjetiva (que quer dizer aquilo que eu compreendo e não aquilo exato que a Bíblia está dizendo).

E o mais interessante é que textos como esse que temos agora, dão sim a idéia de uma interpretação fácil, básica, de primeiro nível. O que é bom, principalmente para quem conhece pouco a Bíblia, a Teologia e até mesmo quem tem pouca cultura, para os mais humildes, no sentido de mais pobres de conhecimento, de escolaridade formal, ou de aprendizado teológico. Mas quem deseja ser um melhor pregador deve fugir disso. Se você está aqui, e se você está acompanhando essa série que Deus me inspira a escrever: “COMO LER E PREGAR”, não é para nós pregarmos uma mensagem fraca, sem vida, sem conteúdo.

Engana-se quem pensa que esses versículos são tão fáceis que nem precisamos mais dos comentários bíblicos, ou de uma análise mais acurada. E coincidentemente eu ouvi uma pregação na igreja desse mesmo texto que vamos analisar, sendo pregada da forma mais superficial possível, numa igreja que não deveria fazer isso, pois essa igreja tem várias pessoas formadas em teologia, portanto tem vários teólogos. A pregação superficial me dá uma análise subjetiva. A pregação mais profunda me dá uma análise teológica.

Não se engane com textos aparentemente fáceis. Estude, principalmente os mais fáceis, como sendo os mais difíceis, pois sendo aparentemente mais fáceis, todo mundo acha que os sabe interpretar, então o trabalho do pregador é dobrado, para mostrar aos que acham que sabem aquilo que eles não sabem. Eu tendo a oportunidade de pregar ,sempre fujo de textos que são aparentemente muito fáceis de serem interpretados por qualquer um. Tem muita Bíblia para todo mundo e prefiro ensinar ou pregar os textos, ou os assuntos mais complicados da Bíblia. Podemos chamar Efésios como o coração das Cartas do Novo Testamento, então não se engane, de fácil aqui não tem nada.

EFÉSIOS 4.1-2

1 Por isso, eu, prisioneiro no Senhor, peço que vocês se comportem de modo digno da vocação que receberam. 2 Sejam humildes, amáveis, pacientes e suportem-se uns aos outros no amor.

NOVOS PADRÕES HUMANOS

Como vimos, na leitura de A Mensagem de Cristo, de John Stott, Paulo desenvolveu, nos três capítulos anteriores, o desenrolar do propósito eterno de Deus na História. Através de Jesus Cristo, que morreu pelos pecadores e que foi ressuscitado dentre os mortos, Deus está criando alguma coisa inteiramente nova, não apenas uma vida nova para os indivíduos mas, sim, uma nova sociedade, com um novo tipo de gente. Paulo vê uma humanidade alienada sendo reconciliada, uma humanidade fragmentada sendo unida, até mesmo uma nova humanidade sendo criada. É uma visão magnífica.

1 - Paulo era um prisioneiro de Roma, mas se proclama prisioneiro no Senhor, ou pelo Senhor. Da a entender a construção gramatical que ele era tanto prisioneiro de Cristo, como um prisioneiro por amor a vós. O cristão, como prisioneiro de Cristo, sofre muitas coisas. Deixamos de tomar certas atitudes, para tomar outras pelo Senhor.

“Pois eu, o prisioneiro do Senhor, peço (rogo, oro) para que vocês se comportem de modo digno da vocação que receberam.” O ensino, a intercessão e a exortação constituem um trio imbatível no evangelismo. Eu ensino, oro a favor de vocês e crio fé, encorajo (exortação), que se comportem de modo digno ao vosso chamado.

A TRANSFORMAÇÃO DO NOSSO ORGULHO EM HUMILDADE

“Sejam humildes, amáveis, pacientes e suportem-se uns aos outros.” Essas palavras são contrárias ao orgulho e ao egoísmo natural humanos. E esse quesito do evangelho, uma vida contrária ao orgulho (satisfação exagerada com o próprio valor) e ao egoísmo (amor exagerado aos próprios interesses), são o que fazem o evangelho diferente das outras religiões. É só observar as pessoas não cristãs, como são orgulhosas e não suportam que falemos que suas atitudes podem não estar sendo as corretas – não suportam serem contrariados. A nova vida gera novos padrões humanos, que são contrários à nossa natureza pecadora.

Os orgulhoso são incapazes de admirar os outros. Os orgulhosos acreditam que só eles sabem, só eles se bastam, só eles sabem fazer. Eles não sabem ouvir, pois sua ânsia de ser o centro das atenções impede-os de ouvir os outros. Eles não sabem agir sem querer demonstrar o seu valor. Sempre querem mostrar quem são que só eles sabem, que tudo o que dizem está correto e o mundo gira o redor deles. O orgulhoso vive se comparando com os outros para que ninguém lhe tire a sua posição. Gostam de mostrar os seus diplomas, os seus títulos, os seus troféus e não conseguem admitir que alguém sem título, sem troféu, saiba fazer melhor do que ele. Vivem sempre alertas,. Se comparando ao resto dos mortais, tentando reafirmar aquilo que acreditam. Escondem sua insegurança, no seu orgulho. Por que, sob a crença de se sentirem superiores, têm um grande temor de que os outros descubram que se sentem inferiores. Ao orgulhoso há um grande estress de sempre chamar a atenção para si, com a exigência consigo mesmos para sempre se destacar acima dos outros. Apesar do orgulhoso parecer que está acima dos outros, por trás dessa atitude está uma pessoa muito frágil, que possivelmente sofre muito. Lhe dói na alma, alguém “inferior” lhe chamar a atenção.

O evangelho, com a mensagem de amar ao próximo como a si mesmo e de ter os outros como superiores a si próprio é muito desafiador. “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo.Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Filipenses 2:3,4

E orgulho não é algo que só o rico tem, pois entre os pobres há também muito orgulho. Até quem não sabe nada, há o orgulho, de pensar que seu modo de vida é o melhor. Há orgulho até entre os crentes, que deveriam ser as pessoas mais humildes da terra. Lemos que até Paulo, um grande servo de Deus, tinha o seu orgulho, a sua sabedoria superior, a respeito do evangelho e Deus lhe deu algo que ele chamou de espinho na carne, para que não se imaginasse maior do que era. Mas Paulo era um gigante, um gênio, alguém que tinha a revelação Rhema (a revelação da Palavra) em si. Mas o que sofria, as permissões de Deus, as perseguições, as fomes, nudez, dores, era para que ele fosse fiel ao evangelho e não pensasse de si mais do que era. Esse espinho na carne é o que mata o Eu, que precisa ser crucificado em nós.

Humilde é quem não é vaidoso, compreende suas limitações. Amáveis são pessoas que se deixam amar. Paciente é aquele que age com calma, é comedido, pensa antes de agir. Suportar uns aos outros é uma experiência difícil, mas requerida entre os crentes, pois essa palavra não foi escrita para os não crentes, mas para os crentes cheios do Espírito. Esse versículo 2 de Efésios 4, resume porque Deus tem que nos quebrar, qual é a meta, onde devemos chegar.

O muito dinheiro pode trazer muito orgulho, então ao crente que Deus ama, Ele deixa sem dinheiro. As muitas faculdades podem gerar extremo orgulho, então ao crente que ama, deixa sem faculdade alguma. O muito progresso pessoal, pode gerar um orgulho de se imaginar superior aos outros, então ao crente que Deus ama, Ele pode deixar sem realização alguma. O evangelho pé difícil, pois caminha em contrário ao orgulho humano, que é terreno e maligno. Uma das metas principais do evangelho é matar o nosso orgulho, matar o nosso eu, crucificar o velho homem. “Eu sou, eu me basto, eu sei tudo” precisa sair de nós. Não gostamos do nosso espinho na carne, ele nos humilha, mas ele é necessário. Paulo era sim superior a toda a sua geração, mas ele precisava viver uma vida perseguida, difícil, para poder estar na posição que Deus poderia usá-lo.

É muito fácil saber quem não é convertido, pois o seu orgulho fala por ele. Deus prefere trabalhar com um pastor, um pregador, uma irmã, alguém que sabe pouco, mas não é orgulhoso, ao contrário é humilde, sabe que não sabe, do que com o orgulhoso, que sabendo muito se acha superior aos outros.

A transformação do nosso orgulho em humildade é um dos grandes desafios que temos e que Deus vai tratar a vida toda. De um lado não queremos sofre, mas do outro lado Deus tem que nos transformar. Não queremos compreender quando Deus trata o crente fiel com o desemprego, ou com a fome, ou com a solidão. Quanto mais quero ser crente, mais Deus me trata. Mas é isso mesmo. Quanto mais queremos Deus, mais ele nos molda, nos aprimora, nos faz sermos melhores. Não queremos aceitar o desemprego, a falta de escolarização, a falta de melhores oportunidades, mas em tudo isso está o trabalhar de Deus. Para ser cristão o nosso orgulho precisa sair. Enquanto queremos posições, Deus trata a quem ama com provações, com privações, para que ele seja humilde e o seu orgulho seja quebrado, retirado, extinto de si.

É muito difícil ser humilde quando você sabe mais, quando você canta mais, quando você prega mais. É muito difícil ser humilde quando você tem uma percepção melhor da vida, ou quando você sabe trabalhar melhor do que o outro. É muito difícil ser humilde entre os orgulhosos. A nossa tendência é ser orgulhoso igual e mostrar o nosso valor – nada mais contrário ao evangelho do que isso. Quem sabe, tem que ser elogiado é pelos outros e nunca se auto-elogiar. É dificílimo, mas a orientação bíblica é ter os outros como superiores a nós mesmos. Deus usa o humilde, não o orgulhoso. Os padrões divinos, são contrários à nossa natureza e difíceis de serem alcançados.

As muitas provações são devido ao nosso orgulho que precisa ser quebrado, exposto, extinto. Quer que a prova acabe logo? Seja humilde logo. Entretanto, vejo algo em nosso meio evangélico. Muitos cristãos deixaram a igreja, por se sentirem mais do que os outros e barraram seus ministérios. Tem gente que diz que saiu da igreja, pois sabe mais do que toda a igreja e não precisa dela. Alguns disseram ue sabiam mais do que o pastor e não se submeteram a Deus. Outras disseram que cantam melhor e não precisa daquelas irmãs. Existe uma outra turma que exagerou e se autoproclamou sem igreja, os desigrejados. Esses, os desigrejados, por acharem que sabem mais do que o restante, acham que se bastam e não precisam ir à igreja, ou o outro não cristão que acrdita que não precisa de Deus. Deus pra quê, ele sabe tudo mesmo.

A palavra é uma só, pra toda essa turma: os desigrejados, os que se acham superiores aos pastores, à igreja, aos cantores, ou que sabe fazer culto melhor do que os outros: Se converte Israel, você caiu da graça e precisa voltar à ela. Se converte israel.

Amém

Fique na paz

BIBLIOGRAFIA

https://melhorcomsaude.com.br/por-que-o-orgulho-e-considerado-uma-doenca/

John Stott – A mensagem de Efésios

pslarios
Enviado por pslarios em 30/05/2022
Reeditado em 30/05/2022
Código do texto: T7526931
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