Jesus sobe para o Pai
Pe. Geovane Saraiva*
Na profissão de fé dos católicos, aprendemos que Jesus subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai. Precisamos, como católicos, entender o que isso significa para nossa fé, porque assim rezamos, mas nem sempre compreendemos em profundidade o que falamos como profissão de fé. A base é o próprio Cristo na sua ascensão. “O Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus” (Mc 16, 19). A ressurreição do Filho de Deus é essencial aos seus seguidores e aos marcados pela fé verdadeira, ao acreditar na sua ascensão. É nossa fé que nos assegura que Ele subiu para o Céu após quarenta dias, depois de ressuscitado, por isso mesmo professamos no Credo que Jesus subiu aos Céus. Ele, sentado à direita de Deus, vemo-lo igual ao Pai, na felicidade, no deleito e no regozijo, absorvendo e haurindo dos maiores e melhores tesouros e benesses.
No Filho de Deus que sobe aos Céus, que foi seduzido pela doçura indulgente da vontade do Pai, no final de cada noite e no despontar da aurora no nosso querido bairro, a Parquelândia, deparamo-nos quase sempre com aquilo que há de mais belo, edificante e sublime: o nascimento do Sol. Além de externar a providencial bondade de Deus, entra em cheio – e com toda a sua luminosidade – na nossa Igreja de Santo Afonso, sendo possível experimentá-lo, de um modo mais evidente e edificante, em clima de oração, em cada amanhecer, aqui no nosso bairro.
Em Jesus de Nazaré, sabedores de que Deus é bom e nos quer bem, ele, sendo o Sol bendito, não é uma alegoria, e sim real, e nos convida como um dom para o despertar de cada manhã. Tenha certeza, caríssimo irmão, caríssima irmã! Sempre, e cada vez mais, por esse despertar revelador, a partir deste templo sagrado, Deus tem algo a lhe dizer, no sentido de acolher o Sol da verdade, da justiça, da paz e da solidariedade: o Filho de Deus. O Filho, unido ao Pai, não carrega consigo a aurora, não nasce e muito menos se põe. Ele consiste em ser um amor inesgotável, na sua solicitude misteriosa, ao partir para o Pai, sempre presente e querendo envolver a existência de suas criaturas, à aurora eterna, sim!
Daqui da Parquelândia, na realidade insondável de Deus, compreensível, só mesmo pela ótica dá fé, na contemplação do eterno Sol, que Deus nos dê a graça de dizer um não à nossa pouca sensibilidade diante da fé, sem jamais perder de vista sua aurora ininterrupta e perene. Supliquemos, pois, à luz da tolerância, do respeito e da valorização das pessoas, e também na compreensão das diferenças, no vasto campo do mundo, no qual estamos inseridos: Ó Senhor, dai-nos a graça do crescimento na sua terna e afável compaixão, no esforço de uma maior proximidade com Deus, na mesma bondade e indulgência do Pai para com o Filho.
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).