O ESPIRITISMO OU A MEDIUNIDADE É O CONSOLADOR PROMETIDO?

Nos dias que correm, muitos espiritualistas e até mesmo alguns poucos espíritas felizmente, passaram a afirmar que o Espiritismo não poderia ser o consolador prometido pelo Cristo. Em vez da Doutrina Espírita, a própria mediunidade é que seria o instrumento do consolo a quem Jesus se referia, já que o mediunismo é universal, estando em todas as crenças, sendo um dom inerente ao ser humano

A palavra Paráclito (João 14:16-26) ou consolador se refere aquele que consola, que dá esperança e realmente a mediunidade possibilita a comunicação com o mundo dos espíritos e essa permuta entre os dois planos traz consolo e esperança. Todavia, será que somente o intercâmbio mediúnico sozinho pode nos trazer o consolo e as verdades que aquietam o nosso coração?

Então raciocinemos o seguinte: O mediunismo, ou seja, a comunicação com os espíritos sempre existiu, mas, mesmo acreditando numa vida pós-morte e lidando com os fenômenos mediúnicos, a humanidade não afastou-se da violência e dos males morais que ainda hoje nos afligem. Por que será? Porque o consolo não depende somente em se saber que a vida continua ou que é possível se comunicar com os que já partiram deste plano físico. Mas, depende principalmente da condição moral do encarnado e do desencarnado e esse estado de progresso moral possibilitará o consolo de ser feliz aqui e na outra existência.

Assim, a felicidade ou infelicidade no outro lado da vida, depende do aspecto moral elevado que cultivamos em nós mesmos e essa moralidade é um ensinamento e uma prática. Daí o surgimento de doutrinas filosóficas e religiosas para esclarecimento das multidões. Esse aprendizado é paulatino e evolutivo.

Os Espíritos Superiores, estejam eles fisicamente ou o mundo espiritual são os responsáveis por disponibilizar esses ensinos, através da mediunidade em seus diversos matizes. Dessa forma, a mediunidade é o dom de entrarmos em relação com essas entidades recebendo os ensinamentos necessários ao nosso aperfeiçoamento. Esses ensinos mais elevados é que é o consolador personificado pelo Espírito da verdade.

Por isso, Jesus prometeu o consolador para o futuro, após a sua passagem física na terra. A fim de complementar sua mensagem e logicamente a mediunidade estava inserida nesse contexto, mas não pode ser confundida com o próprio.

Desse modo, o Paráclito personifica as verdades que vão sendo reveladas evolutivamente à humanidade pelos Espíritos sob a égide do Cristo Jesus e o Espiritismo é um aspecto importante dessa verdade revelada. Pois é a doutrina que vem relembrar vários ensinos do Senhor e trazer outros que não puderam ser revelados naquele momento.

A Doutrina Espírita veio estudar a mediunidade e utilizá-la de forma disciplinada e raciocinada com Jesus. Não somente como utilizá-la mas, extraindo dos fenômenos mediúnicos e das comunicações ensinamentos morais que modifiquem o indivíduo, na sua reforma íntima.

A mediunidade é o instrumento, a doutrina é o disciplinador e o consolador. Assim como o agricultor utiliza a enxada, a mediunidade é o instrumento utilizado para desbravar o mundo espiritual. Mas, deve estar sob a disciplina do evangelho assim como a enxada deve estar sob a disciplina do agricultor, caso contrário, se tornará uma ferramenta perigosa em mãos erradas. Portanto, a mediunidade em si mesmo, não consola, pois existem diversos perigos na relação com o mundo espiritual, espíritos em todos os graus de moralidade e conhecimentos, isto é, uns bons outros maus e ignorantes, uns sábios e outros pseudossábios e assim por diante.

Logicamente que se podem encontrar sociedades espiritualistas que fazem trabalhos sérios com mensagens mediúnicas instrutivas e belíssimas fora das lides espiritistas, entretanto, são espíritos e médiuns disciplinados e moralmente conscientes e não devido à mediunidade unicamente.

Por tudo isso, o Espiritismo como um conjunto doutrinário robusto em seus aspectos, filosófico, científico e religioso é o consolador prometido por Jesus e não o fenômeno mediúnico em si. .