O USO DE VELAS NO ESPIRITISMO

As velas no Espiritismo não têm nenhum significado doutrinário ou espiritual. Nas reuniões espíritas não se utiliza velas de nenhuma cor ou qualquer outro objeto de queima como defumadores ou incensos.

Essas práticas rituais são comumente empregadas nas religiões espiritualistas de matriz africana ou indígena como a umbanda, o candomblé, o Vale do amanhecer, a Jurema… Que embora seja religiões respeitáveis, nada têm a ver com o Espiritismo.

O Espiritismo foi codificado na França em meados do século XIX por Allan Kardec, um eminente pedagogo daquela época. Mas, mesmo sendo uma ramificação do cristianismo a Doutrina Espírita difere também das religiões cristãs tradicionais como o Catolicismo, por exemplo, por não utilizar objetos materiais de culto.

Sendo assim, a Doutrina Espírita não emprega imagens, colares, cristais, charutos, amuletos, banhos, sal, mantras, benzimentos, pontos riscados, roupas exóticas e nem impõe vestimentas de determinadas cores não tendo sacerdócio organizado. Não cobra pelas orientações e tratamentos espirituais, não existindo dízimos e ofertas. É uma doutrina desprovida de rituais e objetos sagrados.

Nossas forças mentais, nossas orações não necessitam de objetos materiais para atuar em beneficio de outrem, nem para atrair a presença de Deus e dos bons espíritos. Objetos materiais como velas e imagens são apenas apoios utilizadas por quem ainda não conseguiu se libertar dos condicionamentos adquiridos em múltiplas existências, dentro das religiões tradicionais. Espiritismo é libertação!

Vejamos o que diz o livro dos Espíritos na questão 554, quando Kardec pergunta aos Espíritos superiores sobre os talismãs:

Pergunta – “Aquele que, errado ou certo, tem confiança no que chama virtude de um talismã, não pode por essa confiança mesma atrair um espírito, porque, então, é o pensamento que age? O talismã não é senão um sinal que ajuda a dirigir o pensamento?”

Resposta – “É verdade, mas a natureza do Espírito atraído depende da pureza da intenção e da elevação dos sentimentos. Ora, é raro que aquele que é tão simples para crer na virtude de um talismã não tenha objetivo mais material que moral. Em todos os casos isso anuncia uma baixeza e uma fraqueza de ideias, que o expõe aos Espíritos imperfeitos e zombeteiros.”

O ensino dos Espíritos na resposta acima, apesar de forte com relação a talismãs se aplica também ao uso de velas e outros utensílios, pois em todos os casos não existem objetos sagrados é o próprio ser humano que acredita torná-los sacros. Qualquer utensílio não tem sacralidade em si mesmo, toda a força está no próprio homem, todas as energias estão nas potencialidades do ser espiritual encarnado ou desencarnado.