OS ATRIBUTOS DE DEUS
Segundo o relato do “Gênesis”, Moisés, observando a sarça ardendo em chamas sem consumir-se, tomou conhecimento que se tratava de um Anjo, ou seja, um Espírito mensageiro enviado por Deus. O emissário espiritual revelou-lhe o novo nome que seria utilizado para designar o Altíssimo entre os Hebreus no Egito “Eu sou”, essa é a tradução do nome Iahweh. Assim, Iahweh ou Eu sou, determinou que Moisés livrasse os seus irmãos da escravidão imposta pelos egípcios.
Todavia, o Iahweh descrito por Moisés e pelos demais profetas do Antigo Testamento ainda era um deus tribal e exclusivista, feito à imagem e semelhança dos homens daquela época; ciumento e irritado sempre pronto para castigar, e que de vez em quando se arrependia dos seus atos. Isto é o que se chama antropomorfismo, quer dizer, os homens atribuíam a Deus as suas próprias imperfeições. Com os deuses politeístas ocorria o mesmo, eram o reflexo das imperfeições humanas, com suas virtudes e defeitos. Isso acontecia devido a falta de uma noção mais clara sobre os verdadeiros atributos que uma ou a Divindade necessariamente deveria ter.
Essa limitação com relação aos atributos divinos, também tornava limitada a compreensão dos mandamentos e leis estabelecidos. Não podemos esquecer que os hebreus formavam agora uma sociedade guerreira, onde a sobrevivência pela espada era uma necessidade e matar era algo natural. Então, não se poderia esperar realmente que compreendessem de maneira absoluta aqueles preceitos, o próprio deus teria que ser como eles, um deus guerreiro. Assim sendo, o “amar ao próximo”, por exemplo, era simplesmente amar a outro hebreu, jamais aos povos que Moisés designou fossem destruídos. Aliás, o próprio Moisés não poderia idealizar Iahweh de outra forma.
Séculos depois Jesus o meigo Rabi da Galileia, veio trazer aos homens uma informação a mais sobre Deus: Ele é o amor verdadeiro e incondicional para todos os homens, independentemente da nacionalidade ou Etnia. Era um grande avanço, uma releitura do amar ao próximo, que não mais se restringia ao povo judeu, mas, a todas as nações.
De certa forma o jugo romano, que dominava grande parte do mundo conhecido na antiguidade, proporcionou o desenvolvimento das ideias morais deixadas pelo Cristo. As fronteiras estavam abertas, pois todos podiam ir e vir dentro do império, não haviam conflitos violentos entre nações apenas revoltas locais abafadas pela força da águia romana. Assim, tanto judeus como gentios, poderiam conviver mais ou menos pacificamente e melhor compreenderem a mensagem da Boa Nova.
No entanto, apesar do conteúdo amoroso do evangelho, Jesus sabia que suas palavras seriam mal interpretadas, e as religiões que surgiriam depois dividiriam a humanidade em salvos e não salvos, onde os últimos estariam relegados à destruição ou sofrimento eterno. Por isso, o mestre divino deixou claro que enviaria outro consolador “O espírito da verdade” para relembrar todas as coisas; trazendo informações que ele não poderia elucidar naquela ocasião devido à ignorância das mentes humanas ainda presas ao antropomorfismo e a violência.
Assim como Jesus, o Espiritismo (o consolador prometido) também chegou na hora propícia trazendo uma definição clara e que de certa forma completava a revelação dada a Moisés que juntas ficariam assim: “Eu Sou a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas”. Relembrando o caráter universal com que Jesus se referia ao Pai. [1]
Um dos atributos de Deus é a sua PERFEIÇÃO INFINITA, predicado que define as suas qualidades de amor, bondade, misericórdia e inteligência; pois aquele que é infinitamente amoroso, bom e misericordioso não pode ser ao mesmo tempo infinitamente vingativo ou impaciente. E aquele que é a infinita inteligência não pode praticar atos que venha a arrepender-se depois.
Como decorrências da sua infinitude estão a sua onipresença e onisciência, isto é, Ele esta em todo lugar ao mesmo tempo, nenhuma parte do universo esta longe de sua presença e de seu poder, permeando todas as coisas tudo está Nele.
Se esses atributos divinos forem limitados em algum ponto, deixaria de ser a suprema inteligência, deixando assim espaço à existência de outra potencia maior que Ele. É assim que Deus é “único, eterno, imutável, imaterial, todo-poderoso, soberanamente justo e bom”. [2]
Referências:
[1] O Livro dos Espíritos, questão 01
[2] O Livro dos Espíritos, questão 13