O CASAMENTO ESPÍRITA

O Espiritismo é uma doutrina onde não existem sacerdotes, nem ritos e cerimônias, por isso mesmo não existe nas suas diretrizes doutrinárias o emprego do cerimonial do casamento.

O dirigente de um centro Espírita não é um sacerdote, como os que existem nas religiões tradicionais, por isso, não tem autoridade legal para realizar uma cerimônia de casamento. Até porque que o casamento reconhecido pelo estado é uma união civil.

Isto não significa que a doutrina espírita seja contra o casamento, muito pelo contrário, pois o Espiritismo vê a instituição familiar como legítima e respeitável, apenas quer dizer que a doutrina não aceita que se faça a cerimônia do casamento dentro da instituição pelas razões já apontadas.

O Espiritismo acredita que onde existe o verdadeiro amor, este já esteja automaticamente abençoado por Deus. A bênção do Pai celestial não está restrita às paredes de uma instituição ou esta condicionada a realização de uma cerimônia, Deus está em todo lugar ao mesmo tempo, abençoando os corações sinceros e amorosos. Disso resulta que a felicidade conjugal independe se o casamento é realizado no religioso ou no civil, mas, se os corações estão ligados por laços indissolúveis que envolvem respeito, amizade, sinceridade, confiança e fidelidade. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXII, item. 3,4)

Assim, respeitando as leis vigentes em cada país, o casamento do espírita deve ser feito no civil. Todavia, não é vetado ao espírita, caso o noivo ou a noiva seja de crença diferente, casar também no religioso segundo as formalidades da religião do parceiro ou da parceira.

Esse respeito a crença alheia deve ser levada até o limite em que não venha a agredir a própria convicção pessoal, pois somos livres para não aceitar determinadas imposições, seja do futuro cônjuge ou de seus familiares.

Embora não adote a cerimônia do casamento em si, visto que o ato é um ritual, e o Centro Espírita não adota rituais ou sacramentos, nada impede que após o enlace matrimonial se possa fazer uma comemoração dentro do Centro Espírita, com algumas palavras de incentivo do dirigente da instituição, de algum familiar ou uma pessoa próxima ao casal. Tudo de modo informal sem tendências a ritualização.