Quando viramos as costas para o próximo o fazemos para Cristo.

E eis que, aproximando-se dele um jovem, disse-lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna? (Mat 19:16). Este versículo faz parte da passagem denominada por muitos de o Jovem rico, mas o interessante é que em nenhum dos sinópticos aparece a palavra “rico”. Deixando os pormenores de lado, dediquemo-nos ao estudo.

Nos versículos seguintes veremos a resposta de Jesus ao Jovem. Primeiro Jesus tira o foco da sua pessoa e o coloca no Pai ao indagar: Questionou-o Jesus: “Por que me perguntas a respeito do que é bom? Há somente um que é bom. Se queres entrar na vida eterna, obedeça aos mandamentos”. (Mat 19:17).

Mas o jovem se mostra desentendido e pergunta: Ao que ele perguntou: “Quais?” E Jesus lhe respondeu: “Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe, e amarás o teu próximo como a ti mesmo”.( Mat 19:18-19). Aqui está a suma dos mandamentos interpessoais.

Alguns dos mandamentos acima pertencem à segunda parte do decálogo, a parte que se ocupa dos nossos deveres para com o próximo. Ou seja, estes são os mandamentos que regem nossas relações pessoais e nossa atitude para com nosso próximo. Mas a algo interessante, Ele cita um mandamento que faz parte da primeira parte do decálogo, “honrar ao pai e à mãe”. Por que Ele fez isso?

Era sabido na época que muitos ao escalar as posições na vida social esqueciam de seus pais, e ainda hoje muitos os fazem. Lembremos que Jesus já havia antes condenado tais atos, e, a uma excelente justificação legal na lei do Corbã (Mateus 15:1-6; Marcos 7:9-13). Para fraseando o que Jesus disse: Você age de forma correta com seus pais e com o próximo?

E o jovem responde: Replicou-lhe o jovem: “A tudo isso tenho obedecido. O que ainda me falta?” (Mat 19:20). E então Jesus da a ele uma ordem direta, que vendesse tudo o que tinha, o desse aos pobres e o seguisse. Como podemos ver a seguir: Ao ouvir essa palavra, o jovem afastou-se pesaroso, pois era dono de muitas propriedades. (Mat 19:22).

O triste é que o jovem reagiu como muitos de nós reagimos quando a posse material concorre com a necessidade humana. Ou seja, entre perdermos algo material em favor da vida de outrem, e ganharmos mais em detrimento a vida de outrem, muitos de nós escolherá a segunda opção

E o estudo ficaria incompleto se não disséssemos algo sobre a vida eterna. A palavra para designar o eterno é aionios, que não significa algo que dura para sempre. Significa algo que pertence a Deus, é característico ou digno de Deus. E, a grande característica de Deus é que Ele nos ama, tortos como somos.

Sendo assim a essência da vida eterna não é uma observação cuidadosa e calculada dos mandamentos e das regras e normas. A vida eterna se apoia em uma atitude de generosidade amorosa e sacrificial para com nosso próximo.

No final, o jovem se afastou com um sentimento de desespero. Rechaçou o desafio porque tinha muitas posses. E a sua tragédia era que amava mais as coisas que as pessoas; amava mais a si mesmo que a outros. Que cada um de nós se autoavalie para saber se pensamos ou agimos como o jovem desta passagem.

E se faz bem lembrar quando viramos as costas para o próximo, viramos as costas para Cristo e para o seu reino. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 23/03/2022
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