Ser escravo na avareza ou liberto no amor, eis a real escolha.
E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele. (Luc 16:14). Este versículo vem logo após a parábola do servo esbanjador (infiel). Aqui vemos fariseus que se mostram seguidores de mamom, ou seja, escravos de sua própria avareza.
Devemos lembrar algo importante antes de sair por aí condenando os fariseus daquela época. Segundo os historiadores naquela época havia duas escolas farisaicas, Shamai que se localizava na parte central, e a de Hilel que se localizava nos arredores. E havia uma diferença entre seus pensamentos, a Shamai levava a lei cerimonial e as ligadas as tradições de forma dura e pesada. Já Hilel visava a lei mandamental em prol da vida.
Mas voltando ao estudo do versículo, veremos que os do versículo citado, não pensavam como Jesus. Pois eles ridicularizavam a Ele. A palavra do grego usada aqui é, ekmukterizo (εκμυκτηριζω), que significa literalmente, torciam o nariz com olhar de desdém para Jesus. Os ortodoxos da época tendiam a relacionar a prosperidade terrestre com a bondade.
Para eles a riqueza era um sinal de que uma pessoa era boa. Os fariseus faziam desdobramento da bondade e viam a prosperidade material como um prêmio à bondade. Mas como vemos no versículo seguinte não é bem assim: E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração, porque o que entre os homens é elevado perante Deus é abominação. (Luc 16:15).
Ou seja, quanto mais se exaltavam diante dos homens, mais abomináveis eram perante a Deus. É egoisticamente triste e ruim que uma pessoa se creia boa, pelos seus próprios conceitos; mas é pior ainda que esta considere a prosperidade material como uma prova indisputável de sua bondade.
Ser rico ou pobre não mostra quem somos pois há muitos ricos generosos e há muitos pobres avarentos. Ou seja, há muitos ricos que caminham na liberdade da vida, e há também muitos pobres que são escravos de suas avarezas. Para o Pai o que importa é o coração, um ser de bom coração não se apresenta em palcos e nem faz alarde do que faz, pois a sua alegria se mostra no sorriso daquele que recebe a bondade.
Aqui aprendemos que a magra avareza não é uma condição social, mas sim uma atitude de um coração que age mal (Ler Lucas 6:45). E, é este coração que será o vivo livro que no dia do juízo será lido pelo Pai. Que cada um se autoavalie e conheça como está seu coração. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).