Fariseus do século XXI – Lc 7.36-46
Esse texto nasce de uma série de observações/leituras de casos recentes dentro do espectro evangélico. A primeira é de um pastor, que em relato na rede social, compreende um ministério onde muitos não aceitam: a dança. Segundo ele, após uma ministração em uma igreja, ele foi tocado por Deus através daquela apresentação. O outro relato foi o batismo de Tiago Nigro, conhecido como um grande consultor financeiro que tem um canal chamado “Primo Rico”. De alguns meses pra cá, o Pr Tiago Brunet o tem levado aos seus projetos, e numa viagem à Israel, ele se batiza no Rio Jordão e declarou que tinha “nascido de novo”.
O que me espantou foi o número de pessoas – “sempre em nome de Deus” – criticando o batismo, como se Deus os desse alguma procuração para eles, onde estariam com autoridade suficiente para responder por Deus se o Eterno tinha se agradado ou não.
O relato do pastor se torna espetacular porque ele entende que Deus pode usar qualquer um da forma que ele quer e EXCLUSIVAMENTE para a SUA glória. Em nenhum momento Deus delegou a ninguém a função de jurado do que se faz em adoração a Ele. Aliás, ele deixa condições bem claras: “Tudo deve ser feito com ordem e decência”. (1 Co 14.40).
Estamos vivendo tempos onde qualquer manifestação diferente do que gostamos ou nos acostumamos, cria em nós uma autoridade e autorização para criticar e dizer se Deus se agrada ou não. Isso se dá com vários assuntos: ministério pastoral feminino, louvor, adoração, tipos de pregação, igrejas pintadas de preto e por aí vai...
A questão que me incomoda é: quem deu autorização para condenar tais ações? Deus, o Eterno, está ao lado daqueles que o adoraram de maneira extravagante como Davi ou do lado de Mical, que em vez de adorar, censurou?
No texto de Lucas citado acima, Simão estava mais preocupado em censurar a mulher do que fazer o que tinha que ser feito. Geralmente quem não faz nada critica tudo e todos, sabe-se lá com qual autorização.
Jesus não está ao lado de censores, fantasiados de cristãos. Ele está ao lado do coração contrito e quebrantado. A adoração da “pecadora” fez mais sentido pra Jesus do que qualquer farisaísmo vindo de Simão.
E se tem algo que me deixa triste é o fato de que muitos que se dizem cristãos tem sido mais Simão, o fariseu, do que a pecadora que se derrama aos pés do Mestre.
Deus te abençoe!