Amor, confiança e comunhão do verdadeiro Cristão.
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. (Tgo 5:16). Aqui vemos a vocação da comunhão. Em termos jurídico comunhão é: “o compartilhamento ou posse entre duas ou mais pessoas de uma só coisa.” E Tiago nos exorta a compartilharmos um mesmo sentimento, o de praticar o amor em conjunto mesmo que haja diferenças de pensamentos.
É comum ouvirmos falar que a igreja é a pessoa em si, mas quando estudamos seriamente a bíblia veremos que as menções sobre a igreja a palavra usada é, ekklésia (εκκλησια), que o seu significado relacionado a igreja é: grupo de pessoas que, na esperança da salvação eterna em Jesus Cristo, observam seus próprios encontros de orações, cultuam espiritualmente, e administram seus próprios assuntos, de acordo com os regulamentos prescritos para o corpo por amor à ordem
E quando vemos falar do indivíduo vemos na bíblia a seguinte palavra, naos (ναος), que tem o significado de templo. Sendo assim aqui entendemos que a ekklésia é uma reunião de templos do Espírito Santo. Pessoas que sendo templos do Espírito; não fofocam, não fazem intrigas, não mentem, e nem tão pouco se autopromove. Mas sim, serve em amor e verdade próximo ouvindo, consolando, cuidando e orando.
Sendo assim aqui entendemos que, a oração tem efeito onde há comunhão. Mas para que isso aconteça é preciso que exercitemos a confiança, e quando assumimos as nossas faltas perante as pessoas e buscamos corrigi-las começamos a ter comunhão com estas. Isto não quer dizer que os cristãos devem entregar-se a confissões públicas indiscriminadas ou mesmo particulares.
E certamente a passagem nada tem a ver com as confissões secretas feitas em seu quarto com Deus. Os crentes devem confessar suas faltas apenas para que possam orar uns pelos outros. A palavra usada para pecado aqui é: παραπτωμα paraptoma, que tem o seguinte significado: deslize ou desvio da verdade e justiça. É comum cometermos alguns deslizes quando estamos pregando ou ensinando a alguém, e o dever do cristão é corrigi-los diante do mesmo público que o ouviu.
Também é comum errarmos querendo acertar, e aqui cabe voltar atrás pedir perdão e recomeçar. É este interagir que torna os laços fraternais mais fortes, fazendo com que pratiquemos a comunhão do sentir. Que nos levará a orarmos juntos e um pelos outros e agindo assim seremos curados da triste doença da desconfiança. E também devemos saber que a oração dirigida pela inteligência é sempre mais eficaz.
Em seguida Tiago afirma: “Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu. (Tgo 5:17)”. Ele aqui está reafirmando que a oração tem poder de acordo com a fé. Não importa quem seja ou a posição eclesiástica que possua quando orar com fé e se for da vontade de Deus a oração será atendida.
E ele continua a demonstrar a eficácia da oração: E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus frutos. (Tgo 5:18). Em 1 Reis 18:42 lemos que Elias subiu ao Carmelo e encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos. E Deus atendeu a sua oração. E o que aprendemos nesta passagem? Aprendemos que, sempre que a oração for por uma causa maior que nossa vontade Deus Pai sempre atenderá por mais impossível que pareça o pedido. E por este motivo a oração em comunhão é a maior arma na lida de um Cristão. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).