O “ESPÍRITO” (DO TEMPO) E A TECNOLOGIA DA CRIAÇÃO —XLVI—
O “ESPÍRITO” (DO TEMPO) E A TECNOLOGIA DA CRIAÇÃO —XLVI—
O vídeo que reproduz a cerimônia possui uma hora, três minutos e trinta e três segundos de duração. As opiniões mais informadas afirmam que a inauguração do Túnel Godard instalou a Nova Ordem Mundial planetária. Por que chamar o Túnel de São Gotardo e o Grande Colisor de Hádrons o marco inaugural da NWO??? A “Dança de Shiva” comemorativa é a dança do deus Et da criação, mas também da destruição.
Apenas os doze primeiros minutos são alvo destes comentários neste artigo. Até o momento em que entidades que costumam ser definidas enquanto “espíritos que ficam de cócoras nas portas dos cemitérios” aparecem às dezenas. Em meio a eles está um grande bode de amplos chifres que os circunda com uma risada macabra de desdém, indiferença e menosprezo. Omulus são divindades afro-brasileiras do Candomblé que têm o poder de disseminar tanto renovação e cura, quanto males e enfermidades.
Na Umbanda Omulu é o Orixá dos mistérios. Sua vestimenta de palha cobre seu rosto. Ele, igualmente a todos os outros Orixás, é uma força da natureza. Inexiste Orixá do mal. Poderoso, dono das veredas da vida e da morte: um mensageiro que comunica ao corpo, as ingerências da alma. O corpo adoece porque somatiza as perturbações, distúrbios, limitações e deficiências da alma. Corpo e espírito estão associados a males que os médicos definem enquanto resultado de trocas psicossomáticas.
Se considerarmos que São Gotardo era bispo da cidade de Hildesheim, ao noroeste da Alemanha (Baixa Saxônia) no sopé da cordilheira Harz, próxima a Hannover, podemos afirmar que Omulu/São Gotardo estava, no século XIII, sob o domínio do Sacro Império Romano. A Peste Negra avassalava a Europa matando, segundo alguns, mais de 1/3 da população europeia. A pandemia, disseminada por navios genoveses, favoreceu a crise na Baixa Idade Média: a Guerra dos Cem Anos, as revoltas campesinas, a rápida decadência da cavalaria medieval.
As comemorações de inauguração do Túnel de São Gotardo nos impõem que ele, o santo, representava uma espécie de divindade representativa de poderes que, na época, poderiam estar a representar as competências atribuídas a Omulu, a divindade afro-brasileira que nos dias de hoje atua nos terreiros de Candomblé e Umbanda??? Como diz o ditado: “perguntar não ofende”. O Bode, todos sabemos, serve de denominação aos maçons.
A origem desta designação data, para muitos, de 1808. Esse significado retroage ao século III d. C. Nessa época numerosos Apóstolos espalhavam-se pela Europa objetivando a divulgação do cristianismo. Não pouco pregavam os Evangelhos na área judaica da Palestina. Não era incomum a percepção deles de um judeu falando ao ouvido de um bode, animal comum naquela região. Os cristãos e Apóstolos, atenciosos à ocorrência, buscavam em vão uma justificativa para esse fato.
Até que o Apóstolo Paulo, em conversa com um Rabino aldeão ouviu dele que esse ritual era uma expiação de erros. Uma espécie de confissão de pecados para os cristãos. Era parte da cultura judaica narrar a alguém de confiança as faltas cometidas. Dessa forma, o “alguém de confiança era um bode” que se prestava a dividir com o penitente, seus íntimos segredos. A finalidade era o alívio da consciência.
— Por que um bode??? Indagou o Apóstolo Paulo.
— O bode é bom confidente, replicou o Rabino interrogado. Ele não fala e os segredos são mantidos. — Trinta e seis anos depois a Igreja Católica introduziu o sacramento da confissão: 1215, no IV Concílio de Latrão. A reconciliação do pecador com Deus Et da Igreja Católica. O confessionário, o perdão das falhas de conduta, ação e atitude.
O atual “Espírito do Tempo” está em consonância regressiva com as práticas pagãs que deram origem às narrativas festivas nos países ditos cristãos: o carnaval, as festividades eróticas e orgíacas de fins de semana, despedidas de solteiros, bebuns de boates com quartos à parte e motéis na sequência. Nesta realidade atual, é certo que o confessionário não resolve os complexos de culpa nem tampouco absorve das faltas o suposto pecador.
(P.S: José Castellani, maçom renomado e autor de diversos livros sobre maçonaria, é responsável pela história do Bode, que pode ser outra, segundo outros autores).