O apego aos bens, em detrimento a mudança que o amor nos traz. (Parte 1)
Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. (Mar 5:13). Este versículo faz parte da passagem na qual Jesus cura e livra uma pessoa da perturbação dos maus espíritos.
Mas como veremos a seguir invés do povo ficar agradecido pela cura, eles se revoltaram e pediram a partida de Jesus. E por que agiram assim? É certo que um homem foi curado, mas toda uma manada tinha sido destruída e essas pessoas não queriam que tais coisas voltassem a acontecer. A rotina da vida tinha sido transtornada, algo de novo estava a acontecer. (Ler os versículos de Mar 5:1-20).
E eles queriam que o elemento perturbador desaparecesse sem perda de tempo. O principal grito de batalha da mente humana é: "Por favor, não perturbe minha ordem". As mudanças assustam as pessoas principalmente se afetam seus bens, aprender algo novo, requer que o velho morra e nós não estamos preparados para deixar o velho. Então o povo começou a implorar a Jesus que se afastasse daquela região que lhes pertencia. (Mar 5:17).
E esta reação age em três aspectos de nossas vidas; na comodidade social, no apego aos bens e em nossas crença e superstições religiosas.
Hoje trataremos da nossa comodidade social:
Instintivamente gritamos em nosso interior: "Não perturbe minha comodidade!" Se alguém viesse a nós, que gozamos de uma situação folgada, e nos interrogasse dizendo: "Posso mudar o mundo para que seja um mundo melhor para as vidas e pessoas que te cercam? Em detrimento a sua momentânea comodidade e sob a renúncia do seu conforto”? É certo que, mesmo que fosse por um curto tempo a maioria de nós diriam: "Preferimos que deixe as coisas como estão."
O triste é, que é exatamente a situação que estamos vivendo agora, na atual revolução social. Estamos em meio a uma pandemia que deveria nos levar a reavaliarmos a nossa visão social, mas ao invés disso nos tornamos mais egoísta, mesmo sabendo que algo como um minúsculo vírus pode nos tirar tudo inclusive a vida. Nós somos crentes de meia medida, mas devemos lembrar o seguinte, o nosso Mestre e Senhor é Senhor de medida cheia.
Deveríamos estar vivendo em uma época de redistribuição; vivendo em um tempo quando a vida é muito mais satisfatória; em termos onde o bem, o respeito e o amor deveriam circular mais e para muito mais pessoas que em épocas anteriores. Mas mesmo diante da situação que descortina a nossa frente vivemos um tempo em que ter, tem mais valor que o ser, ama-se mais os bens, do que fazer o bem.
Muitos de nós vivem tristes porque ouvem a falácia de falsos mestres que dizem que a vida nos deve muito. Muitos de nós vivem uma pseudo vida cristã, sendo cegos, guiados por mestres cegos. Mas a real verdade é que a vida não nos deve nada; a dívida é de nós para com a vida. E todo Cristão deve entender que somos os seguidores de um líder que abandonou a glória do céu e abraçou a pequenez da Terra.
Ele deixou a beleza da gloria para mergulhar num mundo onde a tristeza e a maldade do pecado imperavam, Ele foi luz onde a escuridão do desamor cegava, foi sal para as vidas que seguia sem sabor. E Ele mesmo sem merecer aceitou a nossa condenação, um sofrimento de cruz.
É humanamente comum que não queiramos ver transtornada nossa comodidade; mas a verdadeira evolução humana só se dará quando entendermos que é, amorosamente divino estar dispostos a sacrificar o que temos para que outros possam ter mais, e viverem mais e melhor. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre o árbitro de nossos corações.
(Molivars).