Seminário Maior de Brasília
Pe. Geovane Saraiva*
Nada mais amplo e mais abrangente do que a expressão “pão em todas as mesas" ou “pão para quem não o tem”. A saudade bateu-me, no espírito da elevada gratidão, recordando os bons tempos do Seminário Maior de Brasília, com todos aqueles fraternos colegas das diversas dioceses do Brasil que lá estudavam, quando cantávamos, antes das refeições principais: “Abençoai, Senhor, abençoai esta mesa, esta refeição nossa, e fornecei o pão para quem não o tem. Assim seja!”. Tudo isso acontecia dentro do sublime e excelso espírito do maior reconhecimento da bondade divina, evidentemente pelo dom da gratuidade, esquecendo-nos das circunstâncias que não nos foram edificantes.
Quarenta anos depois, graças a Dom Zanoni, Arcebispo de Feira de Santana, no neologismo de seu aniversário, “sessentar”, na iniciativa de formar o grupo de WhatsApp Seminário Maior BSB, que nos leva a crer num encontro mais aprofundado. Que neste ano de 2022, que já se iniciou, tenhamos um espírito de maior abertura, convidados que somos a refletir e a pensar, agradecidos, na nossa vida de bispos, padres e ex-seminaristas como bons profissionais, naquele arcabouço do tempo de formação no seminário. Que a nossa caminhada aqui neste mundo seja dom e graça, a partir de Jesus Nazaré, sem esquecer sua e nossa querida mãe, Maria de Nazaré.
Quão maravilhoso foi nos encontrar como ex-alunos do Seminário Maior Nossa Senhora de Fátima! Neste tempo de pandemia, buscamos um salutar convívio de filhos de Deus e irmãos uns dos outros, numa demonstração de serem possíveis nossas relações, mesmo em meio aos “antagonismos” (recordando o professor Pe. Astério Campos), num mundo diverso como o nosso, levando em conta as restrições que nos são impostas, sendo as mesmas causas de agravo e detrimento. Como grupo, que sejamos sal e luz, perante a realidade hodierna, na notoriedade visível da tenebrosa e nefasta “escuridão”.
Que Deus nos dê o pão verdadeiro, a refeição nossa, na ideia de Dom Zanoni Demittino Castro, que pede coragem de nossa parte, para que sejamos bons caminheiros ou peregrinos, revestidos do manto de justiça, paz e esperança. Que nos voltemos para os nossos companheiros nos desertos da vida, preocupados, quando vezes e vezes vem o desânimo, faltando-lhes coragem e esperança. Assim seja!
*Pároco de Santo Afonso, blogueiro, jornalista, escritor, poeta e integrante da academia Metropolitana de Letras de Fortaleza (AMLEF).