O Amor de Cristo nos ensina tirar o bom das lições ruins da vida.
E Jesus, conhecendo isso, disse-lhes: Para que arrazoais, que não tendes pão? Não considerastes, nem compreendestes ainda? Tendes ainda o vosso coração endurecido? (Mar 8:17). Este versículo faz parte da passagem onde Jesus discorre sobre o fermento dos fariseus e de Herodes.
Os apóstolos mesmo após terem visto os milagres da multiplicação, ainda temiam pela fome, e deste episódio podemos tirar algumas lições. Para entendermos melhor o significado do dito: "Guardem-se, da levedura dos fariseus e da levedura de Herodes". Para os judeus a levedura era o símbolo do mal. Era um pedaço de massa que se guardava para que azedasse e fermentasse, e essa massa fermentada era a levedura. A fermentação se identificava com a putrefação, e, portanto, a levedura era algo em deterioração.
Jesus estava pensando na demanda de um sinal por parte dos fariseus, e pensava na aterrorizada reação contrária de Herodes. Pois Herodes tinha buscado obter a felicidade mediante a obtenção de poder, riqueza, influência e prestígio. Os fariseus acabavam de pedir um sinal. Os ortodoxos esperavam do Messias maravilhosas conquistas e sucessos materiais maravilhosos. Seguidos de triunfos nacionalistas e supremacia política. Em um sentido, para ambos, os fariseus e Herodes, o Reino de Deus era um reino terreno composto em todo pela materialidade.
Jesus vê a preocupação pelo pão. E fez as perguntas provavelmente não com ira, e sim com um sorriso, como quem trata de guiar a um menino lerdo a ver uma verdade evidente por si mesmo. Recordou-lhes que duas vezes tinha satisfeito a fome de grandes multidões e tinha sobrado muita comida. Parafraseando o dito: "Por que tanta preocupação? Não recordam o que ocorreu antes? Não entendestes ainda que as coisas materiais vêm e vão?
E ainda hoje é triste vermos que com todo o progresso ainda muitos de nós, só aprendem a metade das lições experimentadas. Vem a dor, e passamos por ela. Vem a tentação, e de algum modo não caímos. A enfermidade nos ataca, e de algum jeito somos curados. Um problema parece insolúvel, e de algum jeito é resolvido. Estamos nas últimas, e de algum jeito saímos do impasse. Mas invés de aprendermos a enfrentar as situações, nós criamos traumas ressentimento e medos.
Ao passo que se entendêssemos corretamente as lições das experiências, ela nos ensinaria não aos traumas aos pessimismos ou ao negativismo, e sim a esperança que se assombra de que, se o Amor de Deus nos trouxe até aqui com segurança com certeza, nos levará adiante. Cabe a cada um de nós parar de pedir sinais ou de buscar sinais, e nos focarmos no momento presente. Tendo sempre em mente que algo de novo a se aprender, e ter atenção na oportunidade de ajudarmos o próximo.
Pois nem a morte física pode pôr fim a vida que segue além da vida no Amor do Pai, que vai além de toda a materialidade. Que o amor de Cristo Jesus seja sempre a esperança e o árbitro de nossos corações.
(Molivars).