COMO LER E PREGAR JOÃO CAPÍTULO 1 JOÃO BATISTA

A primeira coisa a se fazer num texto bíblico qualquer é encontrar as divisões do próprio texto. O que já nos dá um rápido esboço, tirado do próprio texto.

Esboço

1. O verbo – 1.1-3

2. A luz - 1.4-14

3. João Batista – 1.15-27

4. O cordeiro de Deus – 1.28-34

5. O pastor que está se aposentando direciona seus discípulos ao pastor que está começando o ministério – 1.35-38

Podemos ler a Bíblia do jeito teológico, difícil e complicado para alguns, com palavras dificeis de se entender, que chamamos de termos. Um termo traz todo um significado e quando trocamos palavras por termos é para ficar mais fácil o entendimento, mas isso exige que quem está lendo tenha o entendimento dos termos. Nesse estudo vamos esquecer dos termos e tentar ser simples, como aquele que desconhece a Bíblia.

O VERBO

Se formos o mais simples e direto possível, o que é um verbo? É uma palavra que indica ação. Não é uma palavra parada. O que deve significar que através de Cristo, o Verbo, se iniciou a criação de Deus. João 1.1 nos remete diretamente a Gênesis 1. Se Deus é o Criador, o Espírito santo é o poder da Criação e Cristo é a palavra da Criação.

A LUZ

Luz é um brilho que ilumina a escuridão. Quando a Bíblia diz que Jesus é a luz que brilhou nas trevas, está se referindo ao reino espiritual do mal, das trevas, dos demônios. Outra referência é que a luz que brilha nas trevas é a iluminação do Espírito que ilumina o homem a buscar a Deus em meio ao pecado. O pecado são as trevas e Cristo veio trazer luz, ou perdão dos pecados.

No inicio do ministério de Jesus, João veio dar testemunho que Cristo é a luz que ilumina os homens, mas Cristo veio para os seus (todos pertencemos a ele) e os seus não o receberam, o que é uma referência direta à oposição dos judeus a Cristo. Contudo, os que o receberam foram feitos filhos de Deus.

JOÃO BATISTA

João Batista era o primo de Jesus, mas só teve a revelação de Jesus naquele instante. A revelação era que Jesus era o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Haviam dois sumo-sacerdotes à época, então um anulava o outro e não havia na verdade nenhum sumo-sacerdote, os dois que tinham eram ilegítimos. Sendo assim, João Batista, que era um profeta no deserto próximo, da Judéia, era o sumo-sacerdote escolhido por Deus. E nada mais correto que o sumo-sacerdote escolhido por Deus, tivesse a revelação do sacrifício de Cristo na Cruz, que veio para a ele na revelação que Cristo era o Cordeiro a ser sacrificado. O que era uma novidade, pois não se imaginaria até então, alguém morrendo no lugar do pecador, muito menos o Filho de Deus, totalmente santo, totalmente outro, totalmente separado, morrendo no lugar do homem pecador. João profetiza que Jesus é o Cordeiro de Deus do sacrifício por todos os homens e o batiza nas águas, que é uma espécie de preparação para o sacrifício. João foi tido por Jesus como o homem mais importante dos filhos de mulher, pois apresentou para o sacrifício o Filho de Deus.

João era um profeta vociferante, ou seja, daqueles que gritam, apontam o dedo, é grosso, mal-educado. Ele se vestia com pele de camelo, cinto de couro e comia gafanhoto e mel silvestre.

A roupa de camelo era um escândalo, pois o camelo é um animal hostil, de temperamento difícil. A roupa de camelo apontava como os homens eram hostis a Deus e uns aos outros. Ao olhar João com aquela roupa grosseira o homem enxergava a si próprio.

O cinto nos lombos, ou nas costas, lembra a opressão que o jugo, ou o peso que levavam os animais de carga. O peso, ou o jugo para o homem é o pecado. Olhar para João lembrava que somos pecadores.

Gafanhoto e mel silvestre – O gafanhoto era símbolo da destruição da lavoura e da economia de um país agrícola. Alimentar-se de gafanhoto é dizer claramente que o devorador é devorado pelo Senhor, o que mostra o poder de Deus. Deus mostrava a partir de João Batista que Ele poderia mudar qualquer situação, até mesmo a complicada situação econômica do país, devorado por devoradores espirituais: os demônios e naturais: os homens maus que dirigiam a política. O mel silvestre nos fala da Terra Prometida, onde Israel saindo do deserto foi para uma terra de leite e mel. O mel é um símbolo de Cristo, como alimento, ou como uma espécie de maná, o pão que desce do céu.

O MINISTÉRIO COMIGO, DEPOIS DE MIM E A RESPEITO DE QUEM É O MINISTÉRIO

João 1.26-27 nos mostra três coisas.

Primeiro – O ministério hoje, agora é comigo. Eu sou a pessoa do momento, eu estou com a palavra. O pulpito é meu nesse momento. Eu sou a pessoa a ser usada por Deus nesse período.

Segundo – Apesar de que hoje o ministério está comigo, o controle da casa, a chefia do trabalho, o comando das fianças, chegara o dia que o comando será repassado a outro. Virá outro obreiro no meu lugar, virá outro chefe, outra pessoa e o mando será repassado a outro.

Terceiro – Eu preciso saber que nada é a respeito de mim. O ministério não é a meu respeito. As doutrinas, as ordenações, a igreja, nada é a meu respeito. Principalmente essa ultima lição precisa ser aprendida pela igreja. Muitos fazem a obra como se fosse ele a pessoa importante a ser lembrada. Tanto é que troca a palavra de Deus por seu testemunho, como se o seu testemunho, ou a sua vida fosse o motivo de fazermos igreja. Falta humildade, que deve sempre ser lembrada. O ministério não é a seu respeito, mas a respeito de Cristo.

O CORDEIRO DE DEUS

João apresentou Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Ai João contou uma visão onde viu o Espírito Santo descer como uma pomba e permanecer sobre Jesus. E João ouviu uma voz que lhe disse que aquele onde o Espírito repousasse é quem batiza com o Espírito Santo, ou que manda, que vem, através dele o Espírito Santo. Esse é o Filho de Deus. O que era outra novidade, pois não se sabia que Deus tivesse um Filho vindo do céu. E o cordeiro de Deus se refere à obra de substituição na Cruz, do inocente morrendo no lugar do homem pecador.

O PASTOR QUE ESTÁ SE APOSENTANDO DIRECIONA AO PASTOR QUE ESTÁ COMEÇANDO O SEU MINISTÉRIO

Temos uma lição muito importante aqui. O pastor deve saber quando seu ministério está passando e a quem os discípulos devem seguir. João apontou alguém melhor do que ele. João foi humilde, coisa que muitos ministérios deixaram de ser na atualidade. Hoje existe uma idéia de que só essa igreja, ou essa comunidade, será salva e só a nossa igreja ou só nós sabemos pregar a palavra. João ao apontar para o seu sucessor dá uma tremenda lição para a igreja de todos os tempos. Vivemos dias que parece que as igrejas estão competindo e alguns participantes da igreja estão naquela repreensão de Paulo, por terem preferências, quando uns dizem que são de Paulo e outros de Apolo, ou: eu sou dessa igreja, ou eu sou daquela igreja. Nós não somos nem de Paulo e nem de Apolo, somos de Cristo e a igreja, apesar de ter tantas placas (denominações) diferentes, ainda é uma igreja só, dirigida por um único pastor: Cristo.

Recentemente um irmão foi na minha casa nos disse que agora não vai mais para igreja alguma, pois descobriu que a sua igreja do coração, a Assembléia de Deus, continha erros humanos. Por acreditar que não tem Deus nas outras igrejas, o irmão preferiu sair da igreja e hoje não serve a Deus em lugar algum.

Outra lição que fica é a de um pastor americano, que em frente à sua igreja abriu uma igreja mais jovem, maior, mais bonita, com melhor palavra, mais teológica. Ele estava velho e cansado e dirigiu para que seus membros passassem a ser daquela igreja. Não deve haver competição nas igrejas e nem entre obreiros ou pastores.

Amém

Fique na paz

pslarios
Enviado por pslarios em 26/01/2022
Reeditado em 04/02/2022
Código do texto: T7437942
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